Total visualizações

20 novembro 2017

Fernando Pessoa - "O que fui [...] o que só hoje sei que fui" - 2

Depois de um acampamento de escuteiros em grande, aliás, como são todos, a minha mãe foi buscar-me ao ponto de encontro dos pais e fui para junto dela; levava comigo um coelhinho de peluche, pouco maior que a minha mão.
Estava no raid e havia vários coelhos de peluche espalhados pelo caminho, com pistas que nos levariam ao nosso destino. Lembro-me de achar muita piada àqueles coelhinhos...
No final da atividade, a minha chefe veio ter comigo e deu-me um desses coelhos, fiquei tão feliz... mas ao entregar-mo disse-me algo de que já não recordo vivamente.
Quando vi a minha mãe, mostrei-lhe o brinquedo e também ela lhe achou muita piada. Então, entrámos no carro...No caminho para casa tive um monólogo de tantas novidades que tinha para contar (...) e eis que, já perto de casa, a minha mãe: " Filha, a Cookie morreu..."- disse com os olhos cheios.
A Cookie era a minha última Basset Hound de quatro que tivera e que me acompanharam desde que nascera. Relaciono hoje o coelhinho que a minha chefe me deu e a conversa que teve comigo, com a partida da minha cadelinha; suponho que as palavras que me dirigiu naquele dia tenham sido de alento e de algum modo a mostrar-me que devemos guardar os momentos felizes que tivemos.
Devemos relembrar que a infância não é apenas alegrias e brincadeiras mas também existe uma parte de realidade e dor, como em todas as vidas reais.
Ainda hoje tenho o coelho e, cada vez que olho para ele, não me lembro de outra coisa senão dos momentos felizes que partilhei com os meus melhores amigos.
                                                                                           
                                                                                                 Maria Nazaré, nº17, 12ºA
 (Desculpem, mas o Nemo ganhou estatuto e não se deixou destronar!)

Sem comentários: