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02 novembro 2017

Fernando Pessoa e eu - outrora agora 14

Ser criança é ver um mundo que ninguém vê e o meu caso não foi diferente. Só agora a relembrar esta etapa percebo o poder da imaginação e como esta é importante para a nossa aprendizagem.
O facto de ser filha única e viver no campo foram factores importantes para despoletar a minha criatividade: tive vários amigos invisíveis e fui tanto cozinheira com terra e água como uma médica bem sucedida sempre com uma sala de espera cheia de peluches prontos a serem curados. Contudo e o mais curioso é que a minha brincadeira preferida era uma imitação da minha interpretação do que era a realidade dos adultos: escolhia sempre a mesma boneca no meio de tantas no baú, uma menina sem um olho, e ela era sempre a minha filha, não sei bem explicar porquê ... talvez por ter sido da minha mãe ... de certo não por ser a mais bonita !!
A simplicidade como vivia os momentos era o que me fazia experienciar coisas novas. Lembro-me vagamente de ir de férias com os meus pais e sendo muito desavergonhada vi uma menina sozinha no palácio que íamos visitar e convidei-a para vir comigo ...o resto da história só sei o que me contaram. 

A minha primeira cicatriz foi feita a andar de bicicleta e a segunda enquanto corria pela jardim, e muitas outras foram aparecendo; torci o pé a andar de carrinho de mão e entalei a mão enquanto supervisionava o portão da garagem a fechar. Foram pequenas experiências como estas que me foram regrando, uma atrás de outra trazia uma nova aprendizagem e não só com sorrisos cresci.
                                                                                          Sofia Ferreira 12.ºB|02 novembro, 2017 12:2

despoletar

"despoletar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/despoletar [consultado em 02-11-2017].

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