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19 novembro 2019

18 novembro 2019

Garrett - O Romantismo

Características da literatura romântica

«A dimensão histórico-cultural, a variedade temática e mesmo algumas contradições ideológicas fazem do Romantismo um período literário de complexa e árdua caracterização.

O tempo do Pré-Romantismo, fase inicial do período, revela autores e temas decisivos para a formação do Romantismo. A identificação com a natureza, lugar de autenticidade e pureza, a vivência do sentimento do amor, sentimento angustiado e fatidicamente resolvido, a valorização emocional e mesmo estética do sentimento religioso provêm do Pré-Romantismo e estendem-se ao Romantismo, em várias latitudes e registos.

Com eles chegam também outros temas e comportamentos fundamentais: a rebeldia do herói romântico, a busca do absoluto (por exemplo: o absoluto amoroso), a ironia crítica e distanciadora, o culto da liberdade, a instabilidade gerada pelo vague des passions e pelo mal du siècle, a autenticidade por vezes aliada ao gosto do popular e do tradicional, noutros casos conjugada com a evasão para cenários exóticos ou para tempos medievais, e o dandismo antiburguês constituem alguns desses temas e comportamentos.

O Liberalismo foi, pois, para muitos românticos, uma referência ideológica incontornável do Romantismo. Declarou-o expressamente Victor Hugo no famoso prefácio de Hernani: «O Romantismo», escrevia em 1830, «não existe levando-se tudo em consideração — e esta é a sua definição real — se não for encarado pelo seu lado militante, que é o do “liberalismo” em literatura».
A liberdade de pensamento e de expressão, a fraternidade social, nalguns casos mesmo a apologia da soberania popular constituem valores que estreitamente se cruzam com a propensão individualista e idealista que caracteriza uma parcela significativa do Romantismo europeu; não por acaso, Lilian R. Furst conexionou o individualismo romântico com os ideais saídos da Revolução Francesa: «A afirmação da esmagadora importância do indivíduo representa, na verdade, o crucial ponto de viragem na história da sociedade e na da literatura. Desta crença nos direitos dos indivíduos decorrem os ideais de liberdade, fraternidade e igualdade que inspiraram a Revolução Francesa.»

A par disso — e algumas vezes como consequência disso —, o Romantismo foi também ideologicamente nacionalista. Não esqueçamos que o tempo romântico corresponde à época de refundação e reafirmação de nacionalidades; e o envolvimento direto de escritores românticos em causas nacionalistas (em prol da independência da Polónia ou da Grécia, por exemplo) revela expressivamente o profundo significado romântico de tais causas, de certa forma na decorrência do culto da autenticidade a que já fizemos referência e em sintonia íntima com o valor da liberdade.
Carlos Reis, «Pré-Romantismo e Romantismo», O Conhecimento da Literatura. Introdução aos Estudos Literários

2.ª ed., Coimbra, Livraria Almedina, 2008, pp. 422-427 (com adaptações).

1. Registe por tópicos as características do Romantismo mencionadas no texto.»

Créditos:
Texto e exercício disponível em  
https://www.santillana.pt/files/DNLCNT/Priv//_11811_c.book/258/index.html#/pag/77

Imagem:  Autor: Leonel Marques Pereira (1828 - 1892); pintura - "Festa na Aldeia".

30 outubro 2019

Contra os fantasmas!

Para evitar que leiam «porcarias» mastigadas e cheias de «clichés» estafados, deixo um texto com informação para refletirem sobre os TEMAS que sinalizámos em aula:

- Dimensão crítica e pedagógica de FLS - ensinamento para o seu tempo (e para o nosso?)
- Liberdade individual - qual o papel dos homens no destino pessoal e das nações?
- Portugal - do tempo da história ao tempo de Garrett
- Sebastianismo - mito paralizante?
- Varrer os fantasmas - em nome do Portugal futuro

"(...)a obra de Garrett não deixa de ser uma crítica mais ou me­nos velada à política vigente, ressaltando a revolta e suble­vação de um homem (Manuel de Sousa) contra a tirania de um regime imposto, e em prol do elevado valor da liberdade e da in­dependência ideológica. Imagem ficcional do empenhamento político-ideológico do próprio Garrett, o heroísmo de Manuel de Sousa deve ser interpre­tado como um significativo acto de vontade, por parte de um homem que preza a liberdade contra todas as formas de tirania. "

Por fim, voltemos ao tempo recriado pela intriga da peça e à sua especular relação com a época da escrita. É muito significativa a associação do significado central do desas­tre da batalha fatídica no norte de África (4 de Agosto de 1578) e a génese do Sebas­tianismo com o presente da escrita da peça, como advertem vários críticos. De facto, a interpretação do Frei Luís de Sousa não pode esquecer a actuante presença do Sebastianismo e o que este mito do Desejado sig­nificava na concepção ontológico-cultural de Portugal como nação. Para Garrett, desencan­tado com o rumo da nação, umbilicalmente ligado a um passado quinhen­tista, e vivendo à sombra de uma pesada memória, o Portugal de Oitocentos só teria futuro liber­tando-se dessa persistente, infrutífera e mortal nostalgia passadista. Para compreendermos melhor esta abordagem interpretativa, detenhamo-nos brevemente em três ideias interligadas na interpretação negativa do Sebastianismo: a concepção garrettiana do tempo como devir; a relevância e significados do Sebastianismo na obra garrettiana; a peça como encenação da tragédia colectiva de um povo.

Com efeito, as crenças sebastianistas eram sinónimo de passadismo, de estéril paragem do tempo. Ao contrário, o movimento da História tem um sentido projectivo, é um devir que se não compadece com nostálgicos regressos ao passado. Regressar ao passado é sinónimo de morte do presente e de sério comprometimento do futuro. Como vemos, o imobilismo ou passadismo sebastianista constitui uma filosofia da história profundamente oposta ao modo como escritor concebe o tempo de um modo tão manifestamente dinâmico, sentimento expresso em várias obras.(...)
Como sabemos, ao longo da peça, são várias as referências expressas à mítica figura de D. Sebastião. Começam no primeiro diálogo entre Telmo e D. Madalena, que censura ao velho aio as suas crendices sebásticas: “(...) mas as tuas palavras misteriosas, as tuas alusões frequentes a esse desgraçado rei D. Sebastião, que o seu mais desgraçado povo ainda não quis acreditar que morresse, por quem ainda espera em sua leal incredulidade!” (I, 2). Prosseguem as crenças sebastianistas na entusiasmada fala de Maria de Noronha, que, para grande aflição da mãe, acredita piamente no regresso do desejado monarca: “(...) é o outro, é o da ilha encoberta onde está el-rei D. Sebastião,
que não morreu e que há-de vir um dia de névoa muito cerrada... Que ele não morreu; não é assim, minha mãe?” (I, 3). Perante o raciocínio oposto da mãe, a jovem mostra-se convicta porta-voz do Sebastianismo e contra-argumenta:
“Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto, alguma coisa há-de ser. Mas ora o que me dá que pensar é ver que, tirado aqui o meu bom velho Telmo (Chega-se toda para ele, acarinhando-o.), ninguém nesta casa gosta de ouvir falar em que escapasse o nosso bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião. Meu pai, que é tão bom português, que não pode sofrer estes castelhanos, e que até às vezes dizem que é de mais o que ele faz e o que ele fala, em ouvindo duvidar da morte do meu querido rei D. Sebastião... ninguém tal há-de dizer, mas põe-se logo outro, muda de semblante, fica pensativo e carrancudo: parece que o vinha afrontar, se voltasse, o pobre do rei.” (I, 3).
De acordo com o importantíssimo texto disdascálico que antecede o II Acto, destacavam-se, pela sua singular localiza­ção, os retratos de três figuras simbólicas (D. Sebastião, Camões e D. João de Portugal), que merecem, sucessivamente, a curiosa e entusiasmada atenção de Maria, que, em diálogo com Telmo Pais, também alude às profecias sebásticas.
"Olha: (designando o de el-rei D. Sebastião) aquele do meio, bem o sabes se o conhecerei; é o do meu querido e amado rei D. Sebastião. Que majestade! que testa aquela tão austera, mesmo dum rei moço e sincero ainda, leal, verdadeiro, que tomou a sério o cargo de reinar, e jurou que há-de engrandecer e co­brir de glória o seu reino! Ele ali está... E pensar que havia de morrer às mãos de mouros, no meio de um deserto, que numa hora se havia de apagar toda a ousadia reflectida que está naqueles olhos rasgados, no apertar daquela boca!... Não pode ser, não pode ser. Deus não podia consentir em tal" (II, 1)

O mito do Encoberto é perspecti­vado, negativa­mente, como sinónimo de paragem no tempo, de irrealidade, de sacrifício do he­rói na ca­tástrofe fi­nal. O regresso do (falso) D. Sebastião, na figura de D. João, implica a alteração do rumo da história e o aniqui­lamento. Por isso, diante do espelho do seu retrato, o representante do Portugal morto e sebástico se define como Ninguém[1]. O Portugal do futuro não pode alimentar-se de estéreis utopias passadis­tas. É nesta "implícita condenação da expectativa sebástica" (Picchio, 1967: 117), que radica o aprovei­tamento mítico do dramaturgo:
"Assim Almeida Garrett vem colocar-se do lado daqueles que, antes ou depois dele, fizeram o pro­cesso do sebastianismo, vendo, na persistência do mito do Desejado, uma vã utopia, uma moral doentia e passiva ou uma forma alienatória de justificar novas ou antigas formas de poder" (Vieira, 1990: 389).
            Podemos assim dizer que o incêndio da casa de Manuel de Sousa, além de viril acto de patriotismosimboliza a resoluta busca de uma nova ordem e novo espaço para uma família assombrada pelo passado, isto é, uma nação que vivia à sombra de mitos, sonhos ou utopias. O regresso ao velho palácio de D. João de Portugal só pode representar um anacrónico e impossível regresso trágico ao passado. A História não pode regredir e imobilizar-se num pretérito mítico. O Portugal moderno tem de, edipianamente, matar o velho pai, para mudar o rumo da sua história (...). Nem que para isso tenha de se imolar pelo sacrifício da própria vida, como o faz, voluntariosamente, Manuel de Sousa. (...)
O drama de Garrett fala de Portugal, num momento em que ele se interroga pela boca de Garrett. É um país que vive um presente hipotecado, à sombra de um obcecado sentimento de saudade passadista e sebastianista. Neste sentido, é uma peça assombrada, habitada por dois fantasmas – um quase fantasma (D. João de Portugal) e um ou­tro fantasma mítico (D. Sebastião).

J. Cândido Martins, Para uma sistematização didáctica das leituras interpretativas do Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett

(Univ. Católica Portuguesa – Braga)
Disponível, em PDF, em alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/zips/candid12.rtf


[1] Como demonstra Vasco Graça Moura (1999: 56), Garrett coloca uma genial coloquialidade ao serviço da intriga de profundo desenvolvimento trágico, com uma leitura subentendida, mas inegável – o sonho de gran­deza con­duziu Portugal ao pesadelo da desgraça nacional, a um certo sentimento de falência e de finis patriae, nomea­damente quando perspectiva pessoanamente o destino de Portugal, "este lúgubre país que já não é nada nem ninguém, nem tem sabido sê-lo, da dominação filipina aos so­bressaltos e sucessivos afundamentos do Constitucionalismo".




28 outubro 2019

Frei Luís de Sousa - quem é o protagonista?

Eis os trabalhos enviados por alguns dos grupos, devidamente emendados, quanto à expressão escrita. A questão colocada: Qual é, afinal, a personagem central da obra? Por que razão?
Teremos de aprofundar o assunto em aula (5ª feira).  


Telmo Pais é uma personagem essencial na peça; é amo fiel de D. João de Portugal, conselheiro e confidente de D.Madalena e detentor de grande um amor por Maria, a quem tem completa dedicação.
Tem o mesmo papel que o coro da tragédia grega, pois com os seus diálogos, onde constantemente relembra o passado, fornece ao leitor informações cruciais para a compreensão da obra, por exemplo, "Não me esqueceu uma letra daquelas palavras; e eu sei que homem era meu amo para as escrever em vão:-«vivo ou morto, Madalena, hei de ver-vos pelo menos ainda uma vez neste mundo». - Não era assim que dizia?"

Esta personagem é símbolo de patriotismo, defesa da honra e lealdade, pois nota-se que Telmo muda de opinião em relação a D. Manuel de Sousa: no início reconhecia-lhe algumas qualidades, mas não o admirava; no entanto, após D. Manuel queimar a sua casa para que não a pudessem tomar, Telmo passa a admirar a sua coragem e patriotismo.
No final da peça depara-se com um conflito emocional, ao descobrir que o seu amo está vivo e de volta, sofre, sentindo remorsos e angústia pois percebe que já não desejava o seu regresso, sendo que agora este significa o sofrimento de Maria, por quem tem um amor maior.

Ana Alcântara
Inês Santos
João Saramago


No decorrer da peça a personagem D. Manuel de Sousa é apresentada como figura principal visto que esta tem um caráter inflexível,ponderado e racional, encaixando no perfil do herói clássico.
 Nesta obra, Ato I Cena XII, D. Manuel incendeia a própria casa num ato patriótico de modo a impedir que os fidalgos espanhóis se alojem nesta, como se comprova na citação - "Ilumino a minha casa para receber os mui poderosos e excelentes senhores governadores deste Reino".
Já no Ato II Cena II, a personagem demonstra o carinho e afeto que sente pela filha quando a vai visitar mesmo sabendo que poderia correr perigo - "(...) hoje não tive paciência para guardar todo o dia: vim bem coberto com esta capa..."-
Em terceiro aspectoAinda, a figura em causa aceita o hábito para se redimir aos olhos de Deus, dado que o seu casamento com D. Madalena era fruto de uma relação ilegítima ["(...) a nossa união, o nosso amor é impossível."-Ato III Cena VII- e "(...) Para nós já não há senão estas mortalhas(...). A resolução que tomámos é a única possível; e já não há que voltar atrás..." - Ato III Cena VIII].

Em suma, D. Manuel de Sousa é, sem dúvida, a figura central de "Frei Luís de Sousa" pois é ele que protagoniza o ato heroico que precipita a evolução das ações e é quem mais resiste à influência do destino.

Liliana Gomes
Mamadou Diallo
Mariana Policarpo
Nuno Marques


D. Manuel é a personagem principal da obra por várias razões :
- D. Manuel de Sousa Coutinho dá o seu nome ao título da obra,embora com a segunda identidade, Frei Luís de Sousa, nome adotado depois da sua morte social e de ter ingressado na vida conventual.
- A peça é passada à sua volta,  as suas fortes ações, independentes do destino, precipitam drasticamente o desenvolvimento do drama. Como exemplo disso, Manuel ao incendiar a sua casa vê-se obrigado a viver juntamente com a sua família no palácio de D. João de Portugal,que consequentemente causa o reencontro entre o último e D. Madalena.
-A última decisão do drama é tomada por D.Manuel que mais uma vez controla o seu destino, convertendo-se em frade, numa altura de grande agitação entre todas as personagens.

Bernardo Silva
Catarina Vieira
João Simões

26 outubro 2019

Frei Luís de Sousa - sequência

I

- Leitura extensiva (Trabalho para férias):

FREI LUÌS DE SOUSA

- A estrutura externa

- As personagens

- A intriga


II

- Leitura metódica (12 Aulas):

Texto Dramático FREI LUÌS DE SOUSA

- Leitura / Análise da peça

- Exploração das reações de leitura

- Consolidação de conhecimentos linguísticos, de interpretação literária e de atribuição de sentidos 


Conteúdos


Romantismo

- Contexto europeu/nacional

- Marcas românticas

- Géneros literários

- Características da tragédia clássica

- Marcas da tragédia em FLS

- O drama romântico: elementos inovadores

- Construção da intriga e das personagens


Composição, linguagem/estilo de Garrett

. O "titulo modesto de drama"

. A opção pela prosa

. A "simplicidade de meios"

. Emotividade e contenção


Treino da expressão escrita e oral

. Leitura para informação e estudo

. Pesquisa em diferentes meios e suportes (livros, revistas, recursos digitais páginas/blogs)

. Interpretação de Leitura Literária

. Notas e Apontamentos

. Expressão de juízos de valor fundamentados em argumentos e exemplos.




Avaliação

Os elementos de avaliação a ter em conta nesta unidade, e de acordo com os pesos relativos indicados no início do ano, para todos e cada um dos alunos serão os seguintes:


Ø  Um Diário de Leitura (Escrita criativa/Primeira Interpretação Leitura do texto);

Ø  Todos os trabalhos de grupo indicados (Leitura de documentos; escuta activa; oralidade; tomada de notas); 

Ø  Registos individuais de informação resultantes da participação nos trabalhos de pesquisa de informação em diversos suportes (Escrita para informação e estudo: apontamentos, notas, sínteses);

Ø  Uma Leitura em voz alta de excerto da peça ou de um dos textos de enquadramento/ apoio;

Ø  Participação oral, em grande grupo, na análise e reflexão sobre a peça (mínimo de uma intervenção)

Ø  Realização partilhada da Ficha de Trabalho sobre a peça

Ø  Participação individual com dúvida/ pedido de clarificação, observação, esclarecimento, etc., na aula de revisões (mínimo de uma e máximo de três questões)

Ø  Realização de um exercício escrito presencial 

Ø  Realização de um balanço individual e auto-correcção de falhas e erros detectados

Ø  Assiduidade e comportamento no conjunto da aula e nos trabalhos de grupo

Ø  Atitudes de interesse, participação nas tarefas e empenho em aferir e melhorar os seus desempenhos, nomeadamente usando os recursos postos à disposição pela professora e pela escola.

Tragédia

  ALMEIDA GARRETT, FREI LUÍS DE SOUSA
grego tragodía, -as)

substantivo feminino

1. Peça de teatro cujo desfecho é um acontecimento funesto

"tragédia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/trag%C3%A9dia [consultado em 27-01-2015].
grego tragodía, -as)

substantivo feminino

1. Peça de teatro cujo desfecho é um acontecimento funesto

"tragédia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/trag%C3%A9dia [consultado em 27-01-2015].
Ø AÇÃO TRÁGICA


há um conflito, sem solução, entre o passado e o presente;
- as personagens são arrastadas para a destruição; a força do destino é superior às suas forças
Ø ETAPAS/ELEMENTOS DA TRAGÉDIA
  • desafio a forças superiores/destino
  • pathos / sofrimento (primeiro em Madalena e Telmo, depois gradualmente em todas as personagens)
  • peripécia (incêndio do palácio e, sobretudo, regresso do Romeiro)
  • reconhecimento (descoberta da identidade do Romeiro) – ponto alto da acção = climax
  • catástrofe
Ø TEMPO 
– A ação inicia-se numa fase muito adiantada dos acontecimentos, sendo o passado apresentado nas falas, em retrospetiva

Ex. 1º casamento de D. Madalena, com 17 anos; desaparecimento de D. João há 21 anos; procura de notícias durante 7 anos; casamento há 14 anos; nascimento de Maria há 13. (na Cena II do Ato I)
Há números/sinais especiais que marcam o tempo: o número 7; o número 3; a sexta-feira (cenas V, X, XIV, do acto I); a semana (intervalo entre Atos I e II); a noite v/s  o dia.
Ø LINGUAGEM  

- Marcada pelo uso do falar «natural e corrente», adequado, todavia, ao estatuto das personagens:
Vocabulário sóbrio, mas simples, não «pomposo» ou artificial;
Frases curtas – “Tens, filha” / “Não, Maria”;
Expressões próprias do oral -“Está bom”; “Não: credo!” “Queres lá tu saber” “Bonito!” “Louquinha!” “Ora Deus to pague!”
Repetições: “Veem, veem?” / “Não é isso, não é isso”
Suspensões/hesitações próximas da nossa forma de falar, traduzidas pelas reticências; expressam emoção, dúvida; muitas vezes associadas a repetições, a frases deixadas por acabar, a interjeições: …é que vos tenho lido nos olhos…Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!...e nas estrelas também – e sei coisas 


o  Emotividade – traduzida por:
  • vocabulário, nomeadamente vocábulos relacionados com emoções, sentimentos (amor, desgraça, coração, suspirar...) e as interjeiçõesAh! Oh!  Credo  
  • pontuação : para além das reticências, as interrogações, as frases exclamativas: - A mãe já não chora, não? Já não se enfada comigo?    o 

  • Familiaridade -  o registo de língua dominante adequa-se à situação íntima, de diálogo afectivo entre os membros da família (incluindo Telmo):  ”Esposo da minha alma” “meu Telmo”, “Meu querido pai”, ”Ora pois, mana, ora pois!”
ATENÇÃO: Esta síntese servirá para ajudar no TPC. Mas as vossas respostas devem centrar-se nos exemplos do texto. 

25 outubro 2019

Drama

 FREI LUÍS DE SOUSA. 

Para os mais distraídos ou aqueles que [ainda] não sabem do caderno do ano passado, aqui fica uma pequena ajuda. 

Tragam a obra, porque vamos já começar os trabalhos de grupo.




PORTUGUÊS – 11º ANO
ALMEIDA GARRETT, FREI LUÍS DE SOUSA
Ø  ACÇÃO TRÁGICA
ü  há um conflito, sem solução, entre o passado e o presente;
ü  as personagens são arrastadas para a destruição;
ü  a força do destino é superior às suas forças

Ø  ETAPAS/ELEMENTOS DA TRAGÉDIA
ü  desafio a forças superiores/destino
ü  pathos / sofrimento (primeiro em Madalena e Telmo, depois gradualmente em todas as personagens)
ü  peripécia (incêndio do palácio e, sobretudo, regresso do Romeiro)
ü   reconhecimento (descoberta da identidade do Romeiro) – ponto alto da ação = climax
ü  Catástrofe

Ø  TEMPO – A ação inicia-se numa fase muito adiantada dos acontecimentos, sendo o passado apresentado nas falas, em retrospetiva
§   Ex. 1º casamento de D. Madalena, com 17 anos; desaparecimento de D. João há 21 anos; procura de notícias durante 7 anos; casamento há 14 anos; nascimento de Maria há 13. (na Cena II do Ato I)
§   números/sinais especiais que marcam o tempo: o número 7; a sexta-feira (cenas V, X, XIV, do ato I); a semana (intervalo entre Atos I e II); a noite v/s  o dia.

Ø  LINGUAGEM           - uso do falar «natural e corrente»:
o     Vocabulário sóbrio, mas simples;
o    Frases curtas – “Tens, filha” / “Não, Maria”;
o    Expressões próprias do oral -“Está bom”; “Não: credo!” “Queres lá tu saber” “Bonito!” “Louquinha!” “Ora Deus to pague!”
o    Repetições: “Veem, veem?” / “Não é isso, não é isso”
o    Suspensões/hesitações próximas da nossa forma de falar, traduzidas pelas reticências; expressam emoção, dúvida; muitas vezes associadas a repetições, a frases deixadas por acabar, a interjeições:
·          …é que vos tenho lido nos olhos…Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!...e nas estrelas também – e sei coisas
o    Emotividade – traduzida pelo vocabulário, nomeadamente as interjeiçõesAh! Oh!  Credo…
o    Pontuação : para além das reticências, as interrogações, as frases exclamativas: - A mãe já não chora, não? Já não se enfada comigo?   
o    Familiaridade -  o registo de língua dominante adequa-se à situação íntima, de diálogo afetivo entre os membros da família (incluindo Telmo):  ”Esposo da minha alma” “meu Telmo”, “Meu querido pai”, ”Ora pois, mana, ora pois!”
prof. N.S.

Para quem não encontrou o caderno do 11º, tome notas com base nos materiais de apoio do Manual. Imagem: Cena do filme Quem és Tu?, de João Botelho, adaptação da peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett