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29 abril 2018

Português 12º - Dúvidas?

Não chegaram pedidos de esclarecimento.
Assim, conforme solicitaram, e com as reservas do costume, deixo apenas as correções dos exercícios do Manual previstos. 
Atenção, sobretudo no caso do poema de Manuel Alegre, os cenários de resposta são assaz pobres. No nosso exercício e em exame, teriam de reforçar a resposta, sobretudo na questão 1.

26 abril 2018

Poetas contemporâneos - Torga

Miguel Torga nasceu em Vila Real, a 12 de agosto de 1907 e este nome é pseudónimo literário de Adolfo Correia Rocha. É autor de uma extensa e diversificada obra, compreendendo poesia, diários, memórias, ficção (contos e romances), teatro, entre outros; também exerceu medicina, em Coimbra. Miguel Torga foi um dos mais influentes poetas e escritores do século XX, sendo-lhe atribuídos vários prémios, como o Prémio Internacional de Poesia e o Prémio Camões em 1989. Faleceu em 1995, em Coimbra. 




Sísifo
Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

                                            Miguel Torga, Diário XIII

Leitura 1. (Carolina e Bruno)

Sísifo, segundo o mito, foi um homem condenado a um duro castigo, pior que a morte: teria de empurrar uma pedra até ao cimo de um monte, caindo a pedra sempre que o topo era atingido. E este processo era incessantemente repetido até à eternidade.
Há uma aproximação ao mito: o sujeito poético motiva para o cumprimento de um objetivo, incentivando-nos a não desistir e a sermos ambiciosos, dando o exemplo de uma caminhada, como metáfora da existência: “e os passos que deres/Nesse caminho duro (...)“
Mais adiante, é sugerido que nunca nos deixemos tomar por vencidos, apesar da nossa natureza - apesar de essa vontade ser uma ilusão causada pela maneira de ser do homem “Vai colhendo/Ilusões sucessivas no pomar". Associa a natureza humana à insanável contradição, expressa pelo oxímoro - "Só é tua a loucura/Onde, com lucidez, te reconheças", loucura enquanto ambição, sonho; lucidez associada ao «reconhecimento», à consciência.

Leitura 2. (Leonardo e João)
Através da referência ao mito de Sísifo, Miguel Torga realizou este poema motivacional onde defende que cada um deve escolher o seu caminho, que não o deve deixar a meio por mais que ele seja difícil e que não nos podemos esquecer do nosso objetivo.
O poema termina com o poeta a lembrar-nos da nossa loucura, a mesma loucura com que Fernando Pessoa caracterizou D. Sebastião em Mensagem. Loucura essa que remete para a ambição do Homem em alcançar os objetivos/sonhos.


Prospecção

Não são pepitas de oiro que procuro.
Oiro dentro de mim, terra singela!
Busco apenas aquela
Universal riqueza
Do homem que revolve a solidão:
O tesoiro sagrado
De nenhuma certeza,
Soterrado
Por mil certezas de aluvião.

Cavo,
Lavo,
Peneiro,
Mas só quero a fortuna
De me encontrar.
Poeta antes dos versos
E sede antes da fonte.
Puro como um deserto.
Inteiramente nu e descoberto

                                            Miguel Torga

Inicialmente, o poeta apresenta-nos as suas intenções: procura de um “tesoiro sagrado”, ou seja, a de  si próprio. No 6º verso, remete para a solidão, no sentido em que o sujeito poético não se conforma com a solidão pré-destinada ao ser humano, a qual o faz sentir-se num vazio, sem ainda se ter encontrado.
Em seguida, o poeta específica essa busca, contando as etapas/o trabalho árduo que ele deve ultrapassar para se encontrar - «puro como um deserto» utilizando a poesia como meio para o conseguir, pois fazer poesia requer a mesma busca intensa de não copiar ou seguir modelos impostos, mas descobrir o seu próprio modelo.
Tal como o nome indica, este poema apresenta-nos a busca minuciosa e com método, efetuada pelo sujeito poético com o objetivo de se encontrar a si próprio: a sua própria humanidade.
 (completar)

19 abril 2018

Vídeos e textos no Dia do Patrono


Importante| visitar a sala de Português (A 1 04) para ver os  trabalhos - vídeos e painéis A3 com os textos sobre a infância 
Fernando Pessoa e eu
- uma ponte para a infância -

Out.-nov. 2017
12º A e 12º B

 

“Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez”

Álvaro de Campos



 “O que mais me entristece é não puder reviver fisicamente acontecimentos da minha infância.”
I. Lemos|12ºB