Foi num Natal, lembro-me de abrirem a bagageira do jipe da minha tia e
ver o meu peluche favorito, um cãozinho branco e preto, estava ali à
minha espera.
Devia ter uns três anos e ainda o tenho, é como se
fosse o meu melhor amigo; quando estava triste ia buscá-lo, quando caia
dizia à minha mãe "Quero o meu cãozinho" e ela ia buscá-lo para mim,
lembro-me de que sempre que ia fazer análises ao sangue tinha de o levar
para me acalmar, não ajudava muito, porque deixava as enfermeiras todas
negras na mesma, mas era como um aconchego.
Lembro-me que se rompeu
milhares de vezes e de cada vez que acontecia ficava tão triste, porque
sabia que não ia brincar com ele até ficar arranjado, mas nunca era
muito tempo porque eu estava sempre a chatear a minha mãe até ela o
coser, era engraçado porque ela tirava parte do enchimento, nunca
percebi bem porquê, mas o mais importante na altura era ter o meu
cãozinho de volta.
Dormia com ele todos os dias e se fosse dormir
fora ele tinha de ir comigo. Lembro-me de quando entrei para os
escuteiros, na primeira atividade tivemos de dormir fora, levei o cãozinho, mas
mesmo assim não consegui lá ficar, não gostava muito de dormir fora de
casa, na altura.
Tinha-o sempre perto de mim; até hoje ainda o tenho na minha mesa de cabeceira. Sofia Ciríaco 12B|02 novembro, 2017 12:16
Sem comentários:
Enviar um comentário