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20 novembro 2017

Fernando Pessoa - "O que fui [...] o que só hoje sei que fui"- 3

NASCER DUAS VEZES
Não sei o que sou hoje, o que serei amanhã, apenas tenho uma vaga ideia do que fui. Irmão mais novo de três existentes, cresci sem grandes preocupações, sempre aparado pelos meus. Sentir-me bem, seguro e talvez, encorajado para ir à luta por um futuro risonho.
      Até ao dia 23 de agosto de 2007. Neste dia, tinha eu 7 anos, não poderia dizer que já sabia o que era a vida, propriamente, mas sempre tive a noção de como os valores me foram dados e os que foram dados.
     A partir deste dia, tive de ser capaz de passar - da forma que me transmitiram - o carinho e o afeto.

    Sempre o tratei como o irmão mais novo, um irmão que nunca tive... Ai! Que alegria me vem à memória daqueles tempos, entrei no hospital e deparei-me com a maior alegria que poderia sentir. Apesar de ser meu sobrinho, sempre me perguntou o porquê de não poder ser seu "mano". 
    Sem a pequeníssima ideia do que é crescer sem mãe, sempre procurei estar presente na vida dele. Dá-me orgulho saber que é das poucas pessoas que me compreende, e eu a ele.
       É completamente inexplicável o sentimento que sinto por ele. Ele vê-me como uma referência, tanto a nível familiar, como a nível de pessoa em si.

       Acho que apesar dos pequenos sete anos entre nós , ele tem a capacidade de perceber a maneira como o trato, o sinto, o amo e o defendo. Enche-me a alma cada aperto forte que ele me dá cada vez que nos vemos, como se do último se tratasse.

       Poderei dizer que nasci duas vezes? Talvez! Embora muito novo, senti que a minha alma se rejuvenesceu para apadrinhar O grande desafio que me fora dado.

        Sinto ao passar de cada dia, o respeito, a admiração, e a ambição, por aquele Homem em corpo pequeno, que tão cedo levantou a cabeça e, pouco a pouco, encara a vida! 


                             Pedro Teixeira n°23

1 comentário:

Noémia Santos disse...

Tenho a certeza que esse teu forte laço vai ficar feliz e pleno de admiração e orgulho, se lhe mostrares este texto, tão cheio de carinho e bem-querer.
Assim todos tivessem uma asa amiga e protetora.
Consegues comunicar bem a força e a natureza desta surpresa da tua infância. NS