Lá estava ela debaixo de tudo a rodopiar mas menos na minha mão para
que eu pudesse brincar com ela, apertar, mastigar, e tudo o que uma
criança conseguisse fazer com esse brinquedo. Eu tinha muitos brinquedos
desses, de várias cores e feitios, mas havia um que me fascinava mais
porque era colorido e com muitos efeitos.
Estas bolas saltitonas fizeram
parte da minha infância. Oiço, de manhã, o telefone a tocar e
ponho-me à escuta para ouvir com quem a minha mãe falava e eu queria que
todos os dias fosse apenas uma pessoa a ligar, e neste dia foi na
verdade essa pessoa. A minha tia ligava a perguntar se podia deixar o
meu primo Bernardo na minha casa enquanto ela ia trabalhar e eu esperava
ansioso quando é que a minha mãe dizia sim. A partir daí o meu dia
tornava-se ainda mais feliz. O Bernardo chegava e eu punha tudo a jeito
para todas as brincadeiras que gostávamos de fazer e lá estavam as bolas
que saltavam tanto e nós gostávamos tanto disso. Fazíamos corridas com
elas, saltos, rodopios e tudo e mais alguma coisa.
O dia ia passando,
já anoitecia e as risadas, descobertas, quedas estavam-se a acabar.
Até que chegava a minha tia para levar o meu primo para casa e eu ficava
feliz na mesma porque além de este dia ter sido incrível, haveria de
vir um novo dia que seria com mais invenções e mais infância e
aprendizagem pelo meio.
Diogo Cristo 12°B|02 novembro, 2017 12:01