Era naqueles finais de tarde que eu fazia o meu dia, com o pôr do sol
ao fundo de uma linha criada pelo mar profundo, daquela luz que se terá
tornado a minha cor preferida, na relva molhada ao sair da areia fina
corria livremente com o sistema de rega ligado brincava e sorria.
Quando
a fome apertava, saía do meu mundo de fantasia e ia a cantarolar para
casa, tomava banho onde ficava tudo salpicado devido às histórias de
aventura que criava com a água que me rodeava. Seguidamente vestia-me e
caso não adormecesse no sofá a ver televisão, à noite ia passear,
brincar no parque que tinha o baloiço amarelo, ver os barcos gigantes
onde surgia a interrogação de como tinham ido ali ter e no meio da noite
pedir aquele gelado para saciar a gulodice.
Regressava a casa às
vezes pelos meus pés, outras ao colo do meu pai ou, quando fazia birra,
da minha mãe, meio a dormir meio acordada, por vezes já ferrada, chegava
ao quarto e sempre no aconchego e reconforto dormia com a minha
almofada branca com relevo, hoje já um pouco danificada, adormecia sem
preocupações imaginando que seria no dia seguinte que iria encontrar o
meu Bobi, um lavrador cor azeitona, esse que é o meu melhor amigo de
infância.
Márcia Assunção, 12º B
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