Colaboração interdisciplinar - planeamento, bibliografia e abordagem científica - Educação Física. Género textual, estrutura e expressão escrita - Português
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"A linha ténue entre a aceitação corporal e a glamourização da obesidade"
A aceitação corporal é um tema que gera bastante discussão, onde cada um pode ter a sua opinião consoante aquilo que vive ou que sente, principalmente nos dia de pandemia que hoje vivemos. No entanto, é preciso definir-se um limite entre o estar bem consigo próprio e o louvar da obesidade.
Apesar do esforço que a comunicação social tem feito para demonstrar que todos somos diferentes e que todos podemos ser felizes com o corpo que temos, estamos a entrar num conceito extremista. Deixámos de publicitar comportamentos saudáveis (mesmo que tais fossem vistos por muitos como inatingíveis) e passámos a promover o Índice de Massa Corporal (IMC) não só abaixo de 18,5kg/m2 (baixo peso) mas também acima de 30kg/m2 (obesidade).
Por muito que se queira demonstrar que ser obeso é ser saudável, desde que nos sintamos bem connosco, os números não mentem. As taxas de internamento e mortalidade por covid-19 são superiores em pessoas obesas, sendo este um dos principais fatores de risco para a necessidade de hospitalização. Os problemas relacionados com a obesidade muitas vezes não podem ser resolvidos com a prática de exercício físico, até porque pessoas obesas ativas possuem, geralmente, mais problemas de saúde que as pessoas com IMC adequado mas sedentárias. É verdade que a atividade física pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e mortalidade mas esse risco será sempre maior para um obeso relativamente ativo comparando com um sedentário com peso adequado.
Assim, mais importante que avaliar o estilo de vida de cada um, é controlar o IMC, a % de massa gorda e a gordura visceral, para que não só nos sintamos bem com o nosso corpo, como também estejamos saudáveis.
A atividade física não deve ser vista como algo apenas lúdico, uma vez que apresenta uma grande seleção de contributos para o nosso bem-estar. Não só as crianças, os adolescentes e os adultos como também os idosos e pessoas com deficiências devem integrar a atividade física no seu dia-a-dia, quer seja uma exaustiva corrida ou uma divertida dança. O exercício físico além de nos ajudar a sermos saudáveis proporciona-nos uma sensação de felicidade que se deve às hormonas que o nosso corpo produz durante a prática desportiva. As hormonas (substâncias produzidas nas glândulas endócrinas que serão lançadas diretamente na corrente sanguínea) que nos provocam esta sensação de bem-estar, são as chamadas hormonas da felicidade: a dopamina, a oxitocina, a serotonina e a as endorfinas. A deficiência destas hormonas pode causar ansiedade, falta de motivação, alterações de humor, insónias, entre outros pelo que devemos praticar exercício físico regularmente, meditar, socializar e criar/experienciar coisas novas para aumentarmos os nossos níveis de hormonas e consequentemente sentirmo-nos bem e felizes.
Concluindo, não é através da repreensão exaustiva e proibição das comidas pouco saudáveis que conseguimos ajudar o próximo e ajudarmo-nos a nós próprios. Em vez de críticas destrutivas, devemos optar pelo reconhecimento do problema e procurar soluções que se adequem a cada um de nós e que nos façam produzir as nossas hormonas da felicidade para que estejamos felizes e saudáveis. Na minha opinião, não temos de encaixar nos moldes de beleza predefinidos pela sociedade; no entanto, também não devemos, nem podemos, atingir valores demasiado elevados de IMC, de massa gorda ou de gordura visceral e aceitá-los porque é algo diferente. Temos de ser saudáveis e praticar exercício físico para que nos sintamos bem física e psicologicamente.
Ema Conceição, 12º A
Créditos da imagem: Jornal PÚBLICO.
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