"Nós também somos «feitos» pelos livros que nos marcaram,
pelos filmes que vimos
e pelas músicas de que gostamos." (Manuel Gusmão)
Como prometido - e para ajudar à reflexão e à melhoria dos textos - deixo estes pensamentos, de vários autores. Procurem, leiam, comparem, questionem.
João Fazenda (ilustração)
uma pessoa que pensa é uma pessoa que questiona, que exige, que resiste
«a palavra “cultura” vem de “cultivar” e que se refere inicialmente ao amanho da terra, então ela tem que ver com preparação, com cuidado, com aprimoramento de capacidades que estão latentes em todos e todas nós e que vão sendo desenvolvidas»
Ana Luísa Amaral
Poeta, professora universitária
Para mim, cultura é pensar. Pensar pela própria cabeça, sabendo o que outros, noutros tempos e noutros lugares, pensaram sobre um assunto.
«É um saber digerido, assimilado, relacionado, apropriado, recriado. Cultura é a arma para combater o lugar-comum, a banalidade, o preconceito e a indiferença. Distingue-se de erudição pelas dimensões da criatividade e do fazer. (...) Exige leituras, convívio com obras de arte em vários suportes e com pessoas interessantes (...) identifico-a com o que é mais universal, mais intemporal, mais belo e mais humano.»
Maria Emília Brederode Santos
Pedagoga
O interesse pela arte e pela literatura transforma o meu trabalho como médica oncologista.
«É uma disciplina exigente, tanto cientificamente como na relação diária com os doentes; estes encontram-se muitíssimo fragilizados por uma doença com uma conotação fortíssima, que os aproxima a cada dia da morte. Humanizar os actos, as consultas, através da beleza e da arte, da compreensão dos assuntos da alma, da condição humana, é muito importante. (...) »
«Se fosse ministrada lado a lado com a Matemática, a Biologia, o Português, uma disciplina
de Cultura Geral e o contacto com os livros e obras de arte seriam encarados como um
exercício natural.»
Teresa Guimarães
Médica oncologista
Textos completos disponíveis em Jornal Público
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-que-e-cultura-geral-1681554
a boa literatura é sempre - ainda que não proponha isso nem se dê conta disso -
sediciosa, insubmissa, em revolta: um desafio ao que existe.
« Incivilizado, bárbaro, órfão de sensibilidade e pobre de palavra, ignorante e
grave, alheio
à paixão e ao erotismo, o mundo sem romances (...) teria como traço principal o conformismo,
a submissão dos
seres humanos ao estabelecido.»
«Ler boa literatura é divertir-se, com certeza; mas também aprender, dessa
maneira direta e intensa que é a da experiência vivida através das obras de
ficção, o que somos e como somos na nossa integridade humana, com os nossos
atos, os nossos sonhos e os nossos fantasmas, a sós e na urdidura das relações
que nos ligam aos outros, na nossa presença pública e no segredo de nossa
consciência»
Mario Vargas Llosa
escritor, Prémio Nobel 2010