Sei,
por eles, que trocava muito os “C” pelos “T”, ou seja, ao invés de dizer “caixa”, eu diria “taixa”. Aparentemente, um dia, numa consulta, a médica, procurando averiguar isto, pergunta-me: “Então, diz-me: Como é que vais voltar para casa, como é que vieste até aqui?”, com o objetivo de me ouvir dizer “carro” mal. Eu, extremamente confiante, respondi. “De automóvel”. Devia ter perto de três anos.
Era muito faladora, dava conversa a toda a gente.
Quando as senhoras mais velhas da minha terra me perguntavam a idade, respondia orgulhosamente “Seis anos e meio!”. Anunciava a quem me ouvisse que me tinha caído mais um dente de leite. Levava Barbies para a escola e brincava com as minhas amigas. Era absolutamente obcecada por desenhos animados como o Noddy e o Ruca.
Não me lembro concretamente de nada
disto. São tudo memórias ou recordações de outras pessoas.
O meu pai sempre gostou de convidar os seus amigos
a nossa casa. Muitos deles até fazem parte da família, muitos são
primos indiretos, e têm filhos com idades próximas da minha. Como
moramos todos muito perto, era sempre fácil combinar esses encontros. As
festas de passagem de ano eram particularmente divertidas para mim.
Juntava-me aos meus primos e jogávamos na Nintendo ou na Wii durante a
noite toda. Lembro-me vivamente de jogar “Wii Party”, ”Mario Party” ou
até mesmo ”Just Dance” com eles na minha garagem. Já depois da meia
noite, o meu pai e um amigo dele vestiam-se de mulher, quase como uma
matrafona e dançavam, para animar a festa. Talvez por serem
acontecimentos mais recentes, mesmo tendo acontecido há mais de 6 anos.
Acho que fui, então, quer nas recordações de outros, quer nas minhas, uma criança feliz.
Carlota A., 12ºA, 07 novembro 2023
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