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04 dezembro 2012

Texto expositivo


 
Escolha apenas um dos temas e escreva um texto de 80 a 130 palavras.
A
«Por obras valerosa que fazia
Pelo trabalho imenso que se chama
Caminho da virtude, alto e fragoso,
Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso»
Os Lusíadas, canto IX
«Quem quer passar além do Bojador
Tem de passar além da dor»
Mensagem, “Mar Português”
Relacione os excertos de Os Lusíadas e da Mensagem, acima reproduzidos, e, com base na sua experiência de leitura, explicite a visão de heroicidade presente em ambas as obras.
B
“Em Camões, põe-se no mesmo plano a memória e a esperança. Em Pessoa, não, porque o objeto da esperança se transferiu para o sonho, a utopia, e daí uma visão diferente de heroísmo.”
Jacinto do Prado Coelho, in Manual, p. 133

Com base na sua experiência de leitura, explicite e documente a visão apresentada no texto acima.
Alguns tópicos que estavam nos apontamentos:
 A.
Os Lusíadas e Mensagem
 

São obras publicadas num momento da História portuguesa que ambos os poetas consideram triste, de falta de arrojo criador, de crise, de “apagada e vil tristeza”(Canto X, 145)

O herói faz-se à custa de “hórridos perigos”, de “trabalhos graves e temores”, com “esforçoso braço” (Canto VI, 95, 97);
afinal, quem vale a pena ser lembrado são “aqueles que por obras valerosas /Se vão da lei da morte libertando” (C. I, 2)

“Quem quer passar além do Bojador/Tem de passar além da dor”(Mensagem)

“Valeu a pena? /Tudo vale a pena/

Se a alma não é pequena.”,

“O esforço é grande, o homem é pequeno”

  Apresentam uma visão sacrificial da heroicidade:


B.   
A Mensagem apresenta uma leitura simbólica e mítica da História de Portugal.

O que em Os Lusíadas é acção/história, na Mensagem é ideal/mito.

Parte de um núcleo histórico concreto (como Os Lusíadas), e de personagens com existência histórica (como Os Lusíadas), mas

O que interessa ao poeta da Mensagem, o que une todos esses “heróis” (ganhadores ou perdedores), é:
- o seu lado ideal e mítico 
- o cumprimento de uma missão maior a que foram chamados
- a “febre d’Além” 
- a grandeza de alma insatisfeita
- o sonho que eleva a humanidade acima da “besta sadia”

O Império Português do Século XVI é visto como um “obscuro e carnal arremedo” desse outro Império Espiritual por achar:  
Cumpriu-se o Mar, e o império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!”

“Depois da conquista dos mares
deve vir a conquista das almas.”
F.Pessoa


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