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15 maio 2015

 
Já todos mandaram as gravações sobre as leituras temáticas de Memorial? mp3, certo?


Não esqueçam nunca - a única maneira de homenagear os escritores ... é lê-los! 

O resto, passa, embora a memória possa resgatar esses momentos. 
 

 José Saramago em Torres Vedras, no lançamento de A Caverna
em 21 de novembro de 2000, na Livraria Livro do Dia

5 comentários:

Amanda Scardini, 12ªE disse...

Matilde, indignada pela prisão do seu homem (Gomes Freire de Andrade) representa a revolta social face ao momento de revolução prestes a ser vivido.
Chega a confrontar os seus próprios princípios, pois na sociedade em que vive a indiferença, a injustiça e a corrupção são os valores que reinam; pelo contrário, a justiça, a liberdade e a coragem do seu homem de nada servem, visto que este foi parar à prisão.
Depos de humilhar-se perante os representantes do poder, Beresford, D. Miguel Forjaz e Principal Souza, Matilde apercebe-se de que a tentativa de libertar o seu homem foi em vão, e recorre aos populares, apoiantes de Gomes Freire. Porém, estes estão de mãos atadas pelo medo de ter o mesmo fim do general.
Por fim, Matilde e António assistem ao clarão do fogo em que foi morte o general Gomes Freire de Andrade e Matilde profere a frase “Felizmente há luar”, no intuito de aquele clarão ser a esperança que mostre ao povo que os ideais de Gomes Freire são os certos a cumprir.
Sendo assim, a ação mínima de Gomes Freire de Andrade influenciou a revolução de 1820, realçando a importância do contributo individual.
Ao longo da história tem havido vários ícones que influenciaram grandes ações da sociedade e tornaram os seus nomes famosos ao lutarem pelos seus direitos e suas ideias.
Na atualidade não tem sido diferente. Podemos ver, por exemplo, o caso da rapariga paquistanesa que recebeu o nobel da paz por lutar para que tivesse direito à educação, como os rapazes da sua sociedade. Apesar de ter quase sido morta, a sua ação despertou a atenção do mundo para a injustiça social cometida no Paquistão.
Tanto o caso do general Gomes Freire de Andrade como o da vencedora do Nobel nos mostra a importância do contributo individual que depois tomou grandes proporções e da denúncia da injustiça, e que pequenas ações podem tomar grandes proporções.

Anónimo disse...

Marta Matos, 12ºE
Na obra "Felizmente há Luar!", Luís Sttau Monteiro procura, sob forma de uma parábola, criticar o seu país e o respetivo regime - o Estado Novo. Para isso remonta a peça para o ano de 1817 criticando desta forma os vários poderes: o poder político representado pela personagem de D. Miguel; o poder religioso sob a personagem de Principal Sousa; e o poder militar através do General Beresford. O autor elabora duras críticas à falta de valores como a injustiça, a hipocrisia e a corrupção.
Matilde de Melo sendo lúcida e consciente da situação do seu «homem» - o General Gomes Freire de Andrade - questiona a dignidade humana e o valor que ela ocupa na sociedade; pois sendo Gomes Freire um homem de princípios e valores, isto é, justo e honesto, merecia o respeito de todos. Contudo verificamos, na obra, que esta não termina assim; o general Gomes Freire como justo, honesto e consciente da soberania exercida pelo poder político, religioso e militar torna-se uma ameaça aos «três conscienciosos do reino» que pretendem manter o povo sob controlo - de forma opressiva e ditatorial. Assim, Gomes Freire de Andrade «acaba na forca» o que, para Matilde, se traduz no início do fim desta injustiça como se verifica na sua última fala «Felizmente há luar!».
A intemporalidade desta obra permite a reflexão desta grande questão: a real importância da dignidade humana. A vida digna e a procura da denúncia da injustiça tem, ao longo da história, custado a vida a muitas pessoas - nomeadamente ao General Humberto Delgado por defender um regime democrático em Portugal.
No entanto, outros casos há em que a coragem e a determinação do ser humano em defesa da justiça e da dignidade foi o mote para que uma voz se fizesse ouvir. Tomo o exemplo de Malala, uma jovem paquistanesa que quase perdeu a vida pelo simples facto de querer ir à escola. A sua coragem e determinação levou a que, no ano de 2014, lhe fosse atribuído o Nobel da Paz.
Em conclusão, o facto de, por vezes, os valores e a dignidade do ser humano serem alvo de opressão e de injustiça não devem nunca calar uma voz porque «Felizmente há luar!».

Noémia Santos disse...

Muito obrigada, à Marta e à Amanda. Vou republicar na pág.

NS

Anónimo disse...

A obra Memorial do Convento, tem um caráter didático que estimula a capacidade de reflexão dos leitores sobre vários aspetos da sociedade do século XVIII.
Uma atitude denunciada por José Saramago que nos impressionou foi a violência exercida em diferentes momentos da obra, não só pelo povo como também pelas outras classes sociais. Episódios como a tourada, a procissão da Quaresma e os Autos de Fé evidenciam essa brutalidade que fazia parte da vida quotidiana da população.
Parece insondável o modo como a sociedade estava estruturada há apenas três séculos comparando com a atual.
É também de notar a indiferença e a superioridade da família real perante as classes sociais mais baixas. Estes comportamentos estão evidentes no momento em que a infanta Maria Bárbara questiona a razão pela qual os trabalhadores estão acorrentados e no episódio em que o infante D. Francisco espingardeia os marinheiros por diversão e para se vangloriar.
Uma razão que poderia ajudar a compreender estes atos e mentalidades baseia-se na ausência do conhecimento de outra realidade por parte das várias classes sociais.
A podridão da igreja constitui outro elemento que nos chocou, não só pela falta de escrúpulos dos membros do clero mas também pela forma como era vivida a religião por parte dos restantes crentes.
Ter contacto com personagens, situações e exemplos específicos permite uma aproximação à realidade histórica tornando-a mais presente nas nossas mentes.
Ao longo da obra José Saramago escreveu diversas frases poéticas que funcionam como máximas intemporais das quais destacamos - «O homem primeiro tropeça, depois anda, depois corre, um dia voará.» - de onde retiramos a lição de que se aprende com os erros e que com vontade tudo se alcança.
Após uma reflexão conjunta despontaram duas curiosidades sobre como surgiu a ideia da história da rainha e do ermitão e qual a sua moral; e ainda sobre o que aconteceu a Baltasar durante os nove anos da sua ausência.

Beatriz Marçal
Beatriz Massena
Catarina Francisco
João Dias
Rafael Santos
Sara Gomes
Valter Quintino

Noémia Santos disse...

Obrigada a todos pelos contributos.

Vou deixar estar os áudio na pg principal até segunda, dia do teste do 12º C e depois publico, com as emendas que se revelarem necessárias.

NS