Continuamos com a publicação de contributos que fui recebendo referente a exercícios de treino para exame.
Este chegou há muito e já fizemos em aula outros de Memorial.
Mas agora há que rever, para ficar fresco.
Exame 2010 2a. Fase
1. Antes
da apresentação de Scarlatti à máquina maravilhosa, o músico não apresentava
grandes sinais de exaltação, isto é, abrigado à sombra de um plátano “Não
parecia curioso do que o rodeava”, estava indiferentemente a observar as
andorinhas que passavam o palácio sem demostrar nervosismo (“olhava tranquilo
as janelas do palácio”). Mesmo a segundos de desvendar o grande segredo
Scarlatti permanecia sereno (“Sem precipitação, tão tranquilamente como antes
estivera olhando as andorinhas, (…) tirou a venda”).
2. Padre
Bartolomeu diz Scarlatti que só de olhos vendados se chega ao segredo”; ao dar
esta resposta ao Padre, Scarlatti expressa que muitos dos segredos nem sempre
são desvendados, nem sempre se “sai” de um segredo de olhos destapados, nem sempre
se desvenda o segredo.
3. Baltazar,
trabalhador, apaixonado, inábil, vê a passarola como uma máquina
voadora, um objecto físico que permite levitar, algo que apenas por ter a forma
de uma ave, já seria capaz de voar (“ basta ter forma de ave para voar”). Já Scarlatti
via a “ave gigantesca” de um modo diferente, aquela monstruosa máquina possuía
algo de transcendente para poder voar, segredo que ele desconhecia, mas que era
uma coisa mágica e sobrenatural (“o segredo do voo não é nas asas que está”).
4. Durante
a confrontação de Scarlatti relativa aos dois casais (Baltasar e Blimunda e Vénus e
Vulcano) o autor assume uma atitude de comentador, criticando a comparação
clássica feita pelo músico (“óbvia comparação clássica”) - comparação esta que
já seria de esperar de um membro da sociedade como Scarlatti. A comparação
grosseira em nada caracterizava e até menosprezava Baltasar e Blimunda, daí o
comentário do narrador: “ sabia lá ele como é o corpo de Blimunda debaixo das
roupas grosseiras que veste, e Baltazar não é apenas o tição negro que aparece”;
o romance deste casal da obra em muito ultrapassava o romance vivido pelas duas
divindades “em alguma coisa há-de um simples mortal prevalecer sobre as
divindades”.
Maria
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