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22 novembro 2019
19 novembro 2019
18 novembro 2019
Garrett - O Romantismo
Características da literatura romântica
«A dimensão histórico-cultural, a variedade temática e mesmo algumas contradições ideológicas fazem do Romantismo um período literário de complexa e árdua caracterização.
O tempo do Pré-Romantismo, fase inicial do período, revela autores e temas decisivos para a formação do Romantismo. A identificação com a natureza, lugar de autenticidade e pureza, a vivência do sentimento do amor, sentimento angustiado e fatidicamente resolvido, a valorização emocional e mesmo estética do sentimento religioso provêm do Pré-Romantismo e estendem-se ao Romantismo, em várias latitudes e registos.
Com eles chegam também outros temas e comportamentos fundamentais: a rebeldia do herói romântico, a busca do absoluto (por exemplo: o absoluto amoroso), a ironia crítica e distanciadora, o culto da liberdade, a instabilidade gerada pelo vague des passions e pelo mal du siècle, a autenticidade por vezes aliada ao gosto do popular e do tradicional, noutros casos conjugada com a evasão para cenários exóticos ou para tempos medievais, e o dandismo antiburguês constituem alguns desses temas e comportamentos.
O
Liberalismo foi, pois, para muitos românticos, uma referência
ideológica incontornável do Romantismo. Declarou-o expressamente Victor
Hugo no famoso prefácio de Hernani: «O Romantismo», escrevia em
1830, «não existe levando-se tudo em consideração — e esta é a sua
definição real — se não for encarado pelo seu lado militante, que é o do
“liberalismo” em literatura».
A liberdade de pensamento e de expressão, a fraternidade social, nalguns casos mesmo a apologia da soberania popular constituem valores que estreitamente se cruzam com a propensão individualista e idealista que caracteriza uma parcela significativa do Romantismo europeu; não por acaso, Lilian R. Furst conexionou o individualismo romântico com os ideais saídos da Revolução Francesa:
«A afirmação da esmagadora importância do indivíduo representa, na
verdade, o crucial ponto de viragem na história da sociedade e na da
literatura. Desta crença nos direitos dos indivíduos decorrem os ideais
de liberdade, fraternidade e igualdade que inspiraram a Revolução
Francesa.»
A par disso — e algumas vezes como consequência disso —, o Romantismo foi também ideologicamente nacionalista.
Não esqueçamos que o tempo romântico corresponde à época de refundação e
reafirmação de nacionalidades; e o envolvimento direto de escritores
românticos em causas nacionalistas (em prol da independência da Polónia
ou da Grécia, por exemplo) revela expressivamente o profundo significado
romântico de tais causas, de certa forma na decorrência do culto da autenticidade a que já fizemos referência e em sintonia íntima com o valor da liberdade.
Carlos Reis, «Pré-Romantismo e Romantismo», O Conhecimento da Literatura. Introdução aos Estudos Literários,
2.ª ed., Coimbra, Livraria Almedina, 2008, pp. 422-427 (com adaptações).
1. Registe por tópicos as características do Romantismo mencionadas no texto.»
Créditos:
Texto e exercício disponível em
https://www.santillana.pt/files/DNLCNT/Priv//_11811_c.book/258/index.html#/pag/77
Imagem: Autor: Leonel Marques Pereira (1828 - 1892); pintura - "Festa na Aldeia".
30 outubro 2019
Contra os fantasmas!
Para evitar que leiam «porcarias» mastigadas e cheias de «clichés» estafados, deixo um texto com informação para refletirem sobre os TEMAS que sinalizámos em aula:
- Dimensão crítica e pedagógica de FLS - ensinamento para o seu tempo (e para o nosso?)
- Liberdade individual - qual o papel dos homens no destino pessoal e das nações?
- Portugal - do tempo da história ao tempo de Garrett
- Sebastianismo - mito paralizante?
- Varrer os fantasmas - em nome do Portugal futuro
- Dimensão crítica e pedagógica de FLS - ensinamento para o seu tempo (e para o nosso?)
- Liberdade individual - qual o papel dos homens no destino pessoal e das nações?
- Portugal - do tempo da história ao tempo de Garrett
- Sebastianismo - mito paralizante?
- Varrer os fantasmas - em nome do Portugal futuro
"(...)a
obra de Garrett não deixa de ser uma crítica mais ou menos velada à política
vigente, ressaltando a revolta e sublevação de um homem (Manuel de Sousa)
contra a tirania de um regime imposto, e em prol do elevado valor da liberdade
e da independência ideológica. Imagem ficcional do empenhamento político-ideológico
do próprio Garrett, o heroísmo de Manuel de Sousa deve ser interpretado como
um significativo acto de vontade, por parte de um homem que preza a liberdade
contra todas as formas de tirania. "
Por
fim, voltemos ao tempo recriado pela intriga da peça e à sua especular relação
com a época da escrita. É muito significativa a associação do significado
central do desastre da batalha fatídica no norte de África (4 de Agosto de
1578) e a génese do Sebastianismo com o presente da escrita da peça, como
advertem vários críticos.
De facto, a interpretação do Frei Luís de Sousa não pode esquecer a
actuante presença do Sebastianismo e o que este mito do Desejado significava
na concepção ontológico-cultural de Portugal como nação. Para Garrett, desencantado
com o rumo da nação, umbilicalmente ligado a um passado quinhentista, e
vivendo à sombra de uma pesada memória, o Portugal de Oitocentos só teria
futuro libertando-se dessa persistente, infrutífera e mortal nostalgia
passadista. Para compreendermos melhor esta abordagem interpretativa,
detenhamo-nos brevemente em três ideias interligadas na interpretação negativa
do Sebastianismo: a concepção garrettiana do tempo como devir; a relevância e
significados do Sebastianismo na obra garrettiana; a peça como encenação da
tragédia colectiva de um povo.
Com
efeito, as crenças sebastianistas eram sinónimo de passadismo, de estéril
paragem do tempo. Ao contrário, o movimento da História tem um sentido
projectivo, é um devir que se não compadece com nostálgicos regressos ao
passado. Regressar ao passado é sinónimo de morte do presente e de sério
comprometimento do futuro. Como vemos, o imobilismo ou passadismo sebastianista
constitui uma filosofia da história profundamente oposta ao modo como escritor
concebe o tempo de um modo tão manifestamente dinâmico, sentimento expresso em
várias obras.(...)
Como sabemos, ao longo da peça, são várias as
referências expressas à mítica figura de D. Sebastião. Começam no primeiro
diálogo entre Telmo e D. Madalena, que censura ao velho aio as suas crendices
sebásticas: “(...) mas as tuas palavras misteriosas, as tuas alusões frequentes
a esse desgraçado rei D. Sebastião, que o seu mais desgraçado povo ainda não
quis acreditar que morresse, por quem ainda espera em sua leal incredulidade!”
(I, 2). Prosseguem as crenças sebastianistas na entusiasmada fala de Maria de
Noronha, que, para grande aflição da mãe, acredita piamente no regresso do
desejado monarca: “(...) é o outro, é o da ilha encoberta onde está el-rei D.
Sebastião,
que
não morreu e que há-de vir um dia de névoa muito cerrada... Que ele não morreu;
não é assim, minha mãe?” (I, 3). Perante o raciocínio oposto da mãe, a jovem
mostra-se convicta porta-voz do Sebastianismo e contra-argumenta:
“Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe: eles que
andam tão crentes nisto, alguma coisa há-de ser. Mas ora o que me dá que pensar
é ver que, tirado aqui o meu bom velho Telmo (Chega-se toda para ele,
acarinhando-o.), ninguém nesta casa gosta de ouvir falar em que escapasse o
nosso bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião. Meu pai, que é tão bom
português, que não pode sofrer estes castelhanos, e que até às vezes dizem que
é de mais o que ele faz e o que ele fala, em ouvindo duvidar da morte do meu
querido rei D. Sebastião... ninguém tal há-de dizer, mas põe-se logo outro,
muda de semblante, fica pensativo e carrancudo: parece que o vinha afrontar, se
voltasse, o pobre do rei.” (I, 3).
De acordo com o importantíssimo texto disdascálico que antecede o II Acto, destacavam-se, pela sua singular localização, os retratos de três figuras simbólicas (D. Sebastião, Camões e D. João de Portugal), que merecem, sucessivamente, a curiosa e entusiasmada atenção de Maria, que, em diálogo com Telmo Pais, também alude às profecias sebásticas.
"Olha: (designando o de el-rei D. Sebastião)
aquele do meio, bem o sabes se o conhecerei; é o do meu querido e amado rei D.
Sebastião. Que majestade! que testa aquela tão austera, mesmo dum rei moço e
sincero ainda, leal, verdadeiro, que tomou a sério o cargo de reinar, e jurou
que há-de engrandecer e cobrir de glória o seu reino! Ele ali está... E pensar
que havia de morrer às mãos de mouros, no meio de um deserto, que numa hora se
havia de apagar toda a ousadia reflectida que está naqueles olhos rasgados, no
apertar daquela boca!... Não pode ser, não pode ser. Deus não podia consentir
em tal" (II, 1)
O
mito do Encoberto é perspectivado, negativamente, como sinónimo de paragem no
tempo, de irrealidade, de sacrifício do herói na catástrofe final. O
regresso do (falso) D. Sebastião, na figura de D. João, implica a alteração do
rumo da história e o aniquilamento. Por isso, diante do espelho do seu
retrato, o representante do Portugal morto e sebástico se define como Ninguém[1].
O Portugal do futuro não pode alimentar-se de estéreis utopias passadistas. É
nesta "implícita condenação da expectativa sebástica" (Picchio, 1967:
117), que radica o aproveitamento mítico do dramaturgo:
"Assim Almeida Garrett vem colocar-se do lado
daqueles que, antes ou depois dele, fizeram o processo do sebastianismo,
vendo, na persistência do mito do Desejado, uma vã utopia, uma moral
doentia e passiva ou uma forma alienatória de justificar novas ou antigas
formas de poder" (Vieira, 1990: 389).
Podemos assim dizer que
o incêndio da casa de Manuel de Sousa, além de viril acto de
patriotismosimboliza a resoluta busca de uma nova ordem e novo espaço para uma
família assombrada pelo passado, isto é, uma nação que vivia à sombra de mitos,
sonhos ou utopias. O regresso ao velho palácio de D. João de Portugal só pode
representar um anacrónico e impossível regresso trágico ao passado. A História
não pode regredir e imobilizar-se num pretérito mítico. O Portugal moderno tem
de, edipianamente, matar o velho pai, para mudar o rumo da sua história (...). Nem que para isso tenha
de se imolar pelo sacrifício da própria vida, como o faz, voluntariosamente,
Manuel de Sousa. (...)
O drama de Garrett fala de Portugal, num momento em
que ele se interroga pela boca de Garrett. É um país que vive um presente
hipotecado, à sombra de um obcecado sentimento de saudade passadista e
sebastianista. Neste sentido, é uma peça assombrada, habitada por dois
fantasmas – um quase fantasma (D. João de Portugal) e um outro fantasma mítico
(D. Sebastião).
J. Cândido Martins, Para uma sistematização didáctica das leituras interpretativas do Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett
(Univ. Católica Portuguesa – Braga)
[1] Como demonstra Vasco Graça Moura (1999: 56), Garrett coloca uma
genial coloquialidade ao serviço da intriga de profundo desenvolvimento
trágico, com uma leitura subentendida, mas inegável – o sonho de grandeza conduziu
Portugal ao pesadelo da desgraça nacional, a um certo sentimento de falência e
de finis patriae, nomeadamente quando perspectiva pessoanamente o
destino de Portugal, "este lúgubre país que já não é nada nem ninguém, nem
tem sabido sê-lo, da dominação filipina aos sobressaltos e sucessivos
afundamentos do Constitucionalismo".
28 outubro 2019
Frei Luís de Sousa - quem é o protagonista?
Eis os trabalhos enviados por alguns dos grupos, devidamente emendados, quanto à expressão escrita. A questão colocada: Qual é, afinal, a personagem central da obra? Por que razão?
Teremos de aprofundar o assunto em aula (5ª feira).
Telmo Pais é uma personagem essencial na peça; é amo fiel de D. João de
Portugal, conselheiro e confidente de D.Madalena e detentor de grande um amor
por Maria, a quem tem completa dedicação.
Liliana Gomes
Mamadou Diallo
Mariana Policarpo
Nuno Marques
Teremos de aprofundar o assunto em aula (5ª feira).

Tem o mesmo papel que o
coro da tragédia grega, pois com os seus diálogos, onde constantemente
relembra o passado, fornece ao leitor informações cruciais para a compreensão da obra,
por exemplo, "Não me esqueceu uma letra daquelas palavras; e eu sei que
homem era meu amo para as escrever em vão:-«vivo ou morto, Madalena, hei
de ver-vos pelo menos ainda uma vez neste mundo». - Não era assim que
dizia?"
Esta personagem é símbolo de patriotismo, defesa da honra e
lealdade, pois nota-se que Telmo muda de opinião em relação a D. Manuel
de Sousa: no início reconhecia-lhe algumas qualidades, mas não o
admirava; no entanto, após D. Manuel queimar a sua casa para que não a
pudessem tomar, Telmo passa a admirar a sua coragem e patriotismo.
No final da peça depara-se com um conflito emocional, ao descobrir que o
seu amo está vivo e de volta, sofre, sentindo remorsos e angústia pois
percebe que já não desejava o seu regresso, sendo que agora este
significa o sofrimento de Maria, por quem tem um amor maior.
Ana Alcântara
Inês Santos
João Saramago
Inês Santos
João Saramago
No decorrer da peça a personagem D. Manuel de Sousa é apresentada como
figura principal visto que esta tem um caráter inflexível,ponderado e
racional, encaixando no perfil do herói clássico.
Nesta obra, Ato I
Cena XII, D. Manuel incendeia a própria casa num ato patriótico de modo a
impedir que os fidalgos espanhóis se alojem nesta, como se comprova na
citação - "Ilumino a minha casa para receber os mui poderosos e
excelentes senhores governadores deste Reino".
Já no Ato II Cena II, a
personagem demonstra o carinho e afeto que sente pela filha quando a
vai visitar mesmo sabendo que poderia correr perigo - "(...) hoje não
tive paciência para guardar todo o dia: vim bem coberto com esta
capa..."-
Em terceiro aspectoAinda, a figura em causa aceita o hábito para
se redimir aos olhos de Deus, dado que o seu casamento com D. Madalena
era fruto de uma relação ilegítima ["(...) a nossa união, o nosso amor é
impossível."-Ato III Cena VII- e "(...) Para nós já não há senão estas
mortalhas(...). A resolução que tomámos é a única possível; e já não há
que voltar atrás..." - Ato III Cena VIII].
Em suma, D. Manuel de
Sousa é, sem dúvida, a figura central de "Frei Luís de Sousa" pois é ele
que protagoniza o ato heroico que precipita a evolução das ações e é
quem mais resiste à influência do destino.
Liliana Gomes
Mamadou Diallo
Mariana Policarpo
Nuno Marques
D. Manuel é a personagem principal da obra por várias razões :
- D. Manuel
de Sousa Coutinho dá o seu nome ao título da obra,embora com a segunda
identidade, Frei Luís de Sousa, nome adotado depois da sua morte social e de ter
ingressado na vida conventual.
- A peça é passada à sua volta, as
suas fortes ações, independentes do destino, precipitam drasticamente o
desenvolvimento do drama. Como exemplo disso, Manuel ao incendiar a sua
casa vê-se obrigado a viver juntamente com a sua família no palácio de
D. João de Portugal,que consequentemente causa o reencontro entre o último e D. Madalena.
-A última decisão do drama é tomada por D.Manuel
que mais uma vez controla o seu destino, convertendo-se em frade, numa
altura de grande agitação entre todas as personagens.
Bernardo Silva
Catarina Vieira
João Simões
26 outubro 2019
Frei Luís de Sousa - sequência
- Leitura extensiva (Trabalho para férias):
FREI LUÌS DE SOUSA
- A estrutura externa
- As personagens
- A intriga
II
- Leitura metódica (12 Aulas):
Texto Dramático FREI LUÌS DE SOUSA
- Leitura / Análise da peça
- Exploração das reações de leitura
- Consolidação de conhecimentos linguísticos, de
interpretação literária e de atribuição de sentidos
Conteúdos
Romantismo
- Contexto europeu/nacional
- Marcas românticas
- Géneros literários
- Características da tragédia clássica
- Marcas da tragédia em FLS
- O drama romântico: elementos inovadores
- Construção da intriga e das personagens
Composição, linguagem/estilo de Garrett
. O "titulo modesto de drama"
. A opção pela prosa
. A "simplicidade de meios"
. Emotividade e contenção
Treino da expressão escrita e oral
. Leitura para informação e estudo
. Pesquisa em diferentes meios e suportes (livros,
revistas, recursos digitais páginas/blogs)
. Interpretação de Leitura Literária
. Notas e Apontamentos
. Expressão de juízos de valor fundamentados em
argumentos e exemplos.
Avaliação
Os elementos de
avaliação a ter em conta nesta unidade, e de acordo com os pesos relativos
indicados no início do ano, para todos e cada um dos alunos serão os seguintes:
Ø
Um
Diário de Leitura (Escrita criativa/Primeira Interpretação Leitura do texto);
Ø
Todos
os trabalhos de grupo indicados (Leitura de documentos; escuta activa;
oralidade; tomada de notas);
Ø
Registos
individuais de informação resultantes da participação nos trabalhos de pesquisa
de informação em diversos suportes (Escrita para informação e estudo:
apontamentos, notas, sínteses);
Ø
Uma
Leitura em voz alta de excerto da peça ou de um dos textos de enquadramento/
apoio;
Ø
Participação
oral, em grande grupo, na análise e reflexão sobre a peça (mínimo de uma
intervenção)
Ø
Realização
partilhada da Ficha de Trabalho sobre a peça
Ø
Participação
individual com dúvida/ pedido de clarificação, observação, esclarecimento,
etc., na aula de revisões (mínimo de uma e máximo de três questões)
Ø
Realização
de um exercício escrito presencial
Ø
Realização
de um balanço individual e auto-correcção de falhas e erros detectados
Ø
Assiduidade
e comportamento no conjunto da aula e nos trabalhos de grupo
Ø
Atitudes
de interesse, participação nas tarefas e empenho em aferir e melhorar os seus
desempenhos, nomeadamente usando os recursos postos à disposição pela
professora e pela escola.
Tragédia
grego tragodía, -as)
"tragédia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/trag%C3%A9dia [consultado em 27-01-2015].
substantivo feminino
1.
Peça de teatro cujo desfecho é um acontecimento funesto
"tragédia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/trag%C3%A9dia [consultado em 27-01-2015].
grego tragodía, -as)
"tragédia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/trag%C3%A9dia [consultado em 27-01-2015].
substantivo feminino
1.
Peça de teatro cujo desfecho é um acontecimento funesto
"tragédia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/trag%C3%A9dia [consultado em 27-01-2015].
Ø AÇÃO TRÁGICA
- há
um conflito, sem solução, entre o passado e o presente;
- as
personagens são arrastadas para a destruição; a força do destino é superior às
suas forças
Ø ETAPAS/ELEMENTOS DA TRAGÉDIA
- desafio a
forças superiores/destino
- pathos / sofrimento
(primeiro em Madalena e Telmo, depois gradualmente em todas as personagens)
- peripécia
(incêndio do palácio e, sobretudo, regresso do Romeiro)
- reconhecimento
(descoberta da identidade do Romeiro) – ponto alto da acção = climax
- catástrofe
Ø
TEMPO
– A ação inicia-se numa fase muito adiantada dos acontecimentos, sendo o passado apresentado nas falas, em retrospetiva
– A ação inicia-se numa fase muito adiantada dos acontecimentos, sendo o passado apresentado nas falas, em retrospetiva
Ex. 1º casamento de D. Madalena, com 17 anos; desaparecimento de D. João há 21 anos; procura de notícias durante 7 anos; casamento há 14 anos; nascimento de Maria há 13. (na Cena II do Ato I)
Há números/sinais
especiais que marcam o tempo: o número 7;
o número 3; a sexta-feira (cenas V, X, XIV, do acto I); a semana (intervalo entre Atos I e II); a noite v/s o dia.
Ø LINGUAGEM
- Marcada pelo uso do falar «natural e corrente», adequado, todavia, ao estatuto das personagens:
- Marcada pelo uso do falar «natural e corrente», adequado, todavia, ao estatuto das personagens:
Vocabulário sóbrio, mas simples, não «pomposo» ou artificial;
Frases
curtas – “Tens, filha” / “Não, Maria”;
Expressões
próprias do oral -“Está bom”; “Não: credo!” “Queres lá tu
saber” “Bonito!” “Louquinha!” “Ora Deus to pague!”
Repetições:
“Veem, veem?” / “Não é isso, não é isso”
Suspensões/hesitações próximas
da nossa forma de falar, traduzidas pelas reticências;
expressam emoção, dúvida; muitas vezes associadas a repetições, a frases
deixadas por acabar, a interjeições: …é
que vos tenho lido nos olhos…Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!...e nas estrelas
também – e sei coisas
o
Emotividade –
traduzida por:
- vocabulário, nomeadamente vocábulos relacionados com emoções, sentimentos (amor, desgraça, coração, suspirar...) e as interjeições – Ah! Oh! Credo
- pontuação : para além das reticências, as interrogações, as frases exclamativas: - A mãe já não chora, não? Já não se enfada comigo? o
- Familiaridade - o registo de língua dominante adequa-se à situação íntima, de diálogo afectivo entre os membros da família (incluindo Telmo): ”Esposo da minha alma” “meu Telmo”, “Meu querido pai”, ”Ora pois, mana, ora pois!”
ATENÇÃO: Esta síntese servirá para ajudar no TPC. Mas as vossas respostas devem centrar-se nos exemplos do texto.
25 outubro 2019
Drama
FREI LUÍS DE SOUSA.
Para os mais distraídos ou aqueles que [ainda] não sabem do caderno do ano passado, aqui fica uma pequena ajuda.
Tragam a obra, porque vamos já começar os trabalhos de grupo.
PORTUGUÊS – 11º ANO
ALMEIDA GARRETT, FREI LUÍS DE SOUSA
Ø
ACÇÃO
TRÁGICA –
ü
há um conflito, sem solução, entre o passado e
o presente;
ü
as personagens são arrastadas para a
destruição;
ü
a força do destino é superior às suas forças
Ø
ETAPAS/ELEMENTOS
DA TRAGÉDIA
ü
desafio
a forças superiores/destino
ü
pathos
/ sofrimento (primeiro em Madalena e Telmo, depois gradualmente em todas as
personagens)
ü
peripécia
(incêndio do palácio e, sobretudo, regresso do Romeiro)
ü
reconhecimento (descoberta da identidade
do Romeiro) – ponto alto da ação = climax
ü
Catástrofe
Ø
TEMPO
– A ação inicia-se numa fase muito adiantada dos acontecimentos, sendo
o passado apresentado nas falas, em retrospetiva
§
Ex. 1º casamento de D. Madalena, com 17 anos;
desaparecimento de D. João há 21 anos; procura de notícias durante 7 anos;
casamento há 14 anos; nascimento de Maria há 13. (na Cena II do Ato I)
§
números/sinais especiais que marcam o tempo: o
número 7; a sexta-feira (cenas V,
X, XIV, do ato I); a semana
(intervalo entre Atos I e II); a noite v/s
o dia.
Ø
LINGUAGEM
- uso do falar «natural e
corrente»:
o
Vocabulário sóbrio, mas simples;
o
Frases
curtas – “Tens, filha” / “Não, Maria”;
o
Expressões
próprias do oral -“Está bom”; “Não: credo!” “Queres lá tu saber”
“Bonito!” “Louquinha!” “Ora Deus to pague!”
o
Repetições:
“Veem, veem?” / “Não é isso, não é isso”
o
Suspensões/hesitações
próximas da nossa forma de falar, traduzidas pelas reticências; expressam emoção, dúvida; muitas vezes associadas a repetições,
a frases deixadas por acabar, a interjeições:
·
…é que
vos tenho lido nos olhos…Oh, que eu leio nos olhos, leio, leio!...e nas
estrelas também – e sei coisas
o
Emotividade
– traduzida pelo vocabulário, nomeadamente as interjeições – Ah! Oh!
Credo…
o
Pontuação
: para além das reticências, as interrogações, as frases exclamativas: - A mãe já não chora, não? Já não se enfada
comigo?
o
Familiaridade
- o registo de língua
dominante adequa-se à situação íntima, de diálogo afetivo entre os membros da
família (incluindo Telmo): ”Esposo da
minha alma” “meu Telmo”, “Meu querido pai”, ”Ora pois, mana, ora pois!”
prof. N.S.
|
Para quem não encontrou o caderno do 11º, tome notas com base nos materiais de apoio do Manual. | Imagem: Cena do filme Quem és Tu?, de João Botelho, adaptação da peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett |
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