"A literatura chorou, com a perda de D.
Sebastião, o desfazer das esperanças desmedidas, a ruína dum povo que, havia
pouco, deslumbrara o mundo com os Descobrimentos e a criação de um grande
Império. Foi então que surgiu, como instintiva reacção, o sebastianismo.(...)
Julgou-se que só a fé visionária poderia
salvar-nos.(...)[ partir do século XIX] o sebastianismo foi passando da esfera
política para os domínios literário e culturológico.
O sonho heróico de D.
Sebastião, a sua morte na batalha, o mito do seu regresso e a quimera do Quinto
Império inspiram poetas e prosadores."
Coelho, Jacinto do Prado, DICIONÁRIO DE
LITERATURA
O Mito Sebastianista
Na Mensagem, o sebastianismo é abordado como mito, que
exprime o drama de um país sem brilho,
“à beira mágoa” a necessitar de acreditar de novo nas suas capacidades:
“Como
o último verdadeiro Rei de Portugal foi aquele D. Sebastião que caiu em Alcácer
Quibir, e presumivelmente ali morreu, é no símbolo do regresso d’El-Rei D.
Sebastião que os portugueses da saudade Imperial projectaram a sua fé de que a
família se não extinguisse”.
(Fernando Pessoa)
D. Sebastião-ideia representa a hipótese de salvação
e regeneração para o povo português; é a base da Mensagem: partir do mito como
força/impulso para a vontade de transformar a realidade.
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1ª e 3ª imagens - filme Non ou a vã glória de mandar, de Manoel de Oliveira
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