Começamos hoje a publicação das cartas escritas por personagens de Felizmente há Luar!
Leiam, ajuizem.
Encenação da peça FHL
Eu, Vicente, não me conformo, com a vida que
levo, na miséria e vivendo de esmolas enquanto aqueles, os "grandes"
como D.Miguel e Gomes Freire vivem de luxos e nem se importam com os pequenos,
pudera estão no alto do poder e tudo o que ficou para trás é vago e nubeloso ,
ou seja, não interessa, não lhe faz diferença. A única coisa que me resta é a
minha astúcia e a minha ironia pois sei que com isso ainda posso chegar longe.
Vicente
Iovana Fernandes nº15 12ºE
Sempre
tive esperança que não seria um inútil para toda a vida. Os polícias cá do
sítio, os controladores sabiam que eu sabia de mais e que era útil para alguma
coisa, até que finalmente me procuraram; é óbvio que prestei todo o meu serviço
a quem me oferecia uma vida melhor do que a minha, trocar uma vida de pobre e
miserável que aturava as queixas e os desejos dos outros miseráveis mendigos das ruas,
pelo pão todos os dias e um reconhecimento.
Se não
os podes vencer, junta-te a eles, e foi o
que eu fiz, pois foi desse modo que pude ascender socialmente. E o que fiz eu?
Fui um chibo, um espião: contava tudo o que sabia a D.Miguel - e o que não sabia
também! O meu objetivo era ter a sua confiança, não me interessava quem iria
prejudicar, não olho a meios para atingir os meus fins, e neste caso alimentei
a ira popular contra o Gomes Freire, pobre Gomes Freire...
Valeu a
pena tudo o que fiz. Estou neste mundo e ainda vivo por mim e voltaria a fazer
tudo de novo, pois a recompensa foi a chefia de um posto de polícia e um adeus
à vida miserável que tinha.
Vicente
2 comentários:
Iovana
Obrigada pelo teu contributo. Entras bem na personagem e traduzes a mistura de oportunismo, esperteza e auto-ironia.
Talvez fosse possível teres dado relevo à forma como convences das tuas razões aqueles pobres diabos dos populares. Talvez numa próxima carta.
De resto, cumpre os objetivos propostos.
Fiz peuqenas correções, assinaladas a vermelho.
Boas leituras!
ns
Obviamente...«pequenas» e não aquela chinesice.
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