Os Lusíadas – A Dedicatória
D. Sebastião, rei de Portugal. Autor: Cristóvão de Morais (?)
Meu
Rei,
Dedico-vos esta grandiosa obra onde escrevo
sobre grandes feitos e conquistas, ao longo de todos estes anos passados, de
ilustres portugueses que para isso foram além da força humana.
Vós, que dais continuidade à independência
de Portugal, sois um tenro e jovem rei, grandioso e filho de notável família, novo
temor dos Mouros e escolhido por Deus para reinar sobre os portugueses, num poderoso e
alto império. Vereis nestes versos grandes feitos de quem reinas. Não são fingidos
nem mentirosos, estes são grandes, fabulosos e excedem os sonhados. Como as
conquistas de Nuno Álvares Pereira e as do ilustre Vasco da Gama. Mas para
conseguirdes igualar tais feitos, vede os de D. Afonso Henriques, D. João I e D.
João II que em sucessivas batalhas e vitórias criaram este império e vede
também D. Afonso III, IV e V, grandes cavaleiros como tantos outros que nos
meus versos não serão esquecidos.
Peço que tomais as rédeas de Vosso reino e o
peso do que haveis herdado. Todos os portugueses esperam de vós grandes batalhas,
feitos valorosos e importantes vitórias para dar sucessão às conquistas de
Portugal. Assim, no fim da Vossa vida entrareis no templo da eternidade e sereis
recordado como todos os que tomareis agora como exemplo.
Ilustre Rei, desejo, enquanto tudo o que
esperamos de vós não se torna real, que estes versos Vos estimulem para esses
feitos futuros.
Luís
Vaz de Camões
Catarina Francisco Nº8
12º
**********
Vós sois a esperança do aumento da Cristandade, sois o novo temor dos Mouros, a quem pelo norte de África vais derrotando.
O fado trouxe-te até nós por meio da majestosa árvore real, para salvares o teu povo das garras dos Castelhanos.
Ó "Desejado" Rei, olhai do alto da vossa grandeza para a vossa pátria e
vede o amor que têm por Vós e os feitos tão grandiosos que um povo tão
pequeno pode conseguir. Questionareis o que é melhor: se ser dono do mundo se
desta gente.
D. Sebastião, aos 11 anos, (1565), por
Cristóvão de Morais
Cristóvão de Morais
Segui o exemplo dos Vossos antepassados que tanta
glória trouxeram para o Império agora vosso. Gente que venceu a morte e
que vive nas lembranças de quem não as viveu.
Agora é a Vossa vez, dai-me mais matéria para também eu eternizar na escrita a Vossa memória pelos vossos feitos.
Não é só da Terra que vós tendes um lugar tão digno. Lá na
Olímpica morada tendes o lugar merecido no templo da Eternidade junto às
almas de cá famosas.
Que esse tempo ainda demore para que tenhais tempo de realizar todas as obras valerosas.
Agora Vos peço, ó Majestade, dai-me a honra de vos dedicar esta nova obra
que será tão valerosa como o povo aqui retratado. Irá enaltecer o vosso
povo e todos os Vossos antepassado
Luís Vaz de Camões
Luís Vaz de Camões
Diana Batalha
1 comentário:
N’ Os Lusíadas, o episódio da “Praia das Lágrimas” revela o transtorno que esta viagem fez nas pessoas da cidade, mais particularmente em amigos e familiares dos marinheiros. Tinha-se a noção dos perigos, de o caminho ser longo e arriscado e que muito provavelmente os que partiam não iam regressar. Assim, Camões descreve mulheres “com um choro piedoso”, “homens com suspiros que arrancavam” e em grande plano uma mãe que revela incompreensão e se sente desgostosa pela decisão do filho e uma esposa que interroga e queixa-se que o marido não tem o direito a partir pois está a aventurar o amor que não é só seu mas que pertence aos dois.
Neste episódio destaca-se ainda a passagem do Velho do Restelo a quem o poeta caracteriza como sendo de respeito e com muito saber proveniente da experiência. Este critica a viagem que irão realizar pois acusa que só a irão fazer para obter glória, vaidade e fama, não olhando para as consequências: mortes, perigos e tormentas. Mas o Velho apresenta outra solução: se é fama e glória que querem então que conquistem o Norte de África e terras vizinhas; correm menos riscos, dão maior segurança ao reino e adquirem fama e riqueza.
Apesar de tudo, os navegadores não se deixam demover e partem à descoberta do desconhecido.
Catarina Francisco Nº8 12ºC
Enviar um comentário