Vós, velho, de aspecto respeitável com sabedoria resultante da experiência de vida, dizeis palavras acertadas, mas devereis aceitar esta nova aventura incerta de um povo que da Ocidental Praia Lusitana parte, em busca de honra e gloria para o nosso Reino.
Ó velho, que condenais o envolvimento deste povo na aventura marítima que se adivinha, chamando a nossa ânsia de expandir horizontes uma vã cobiça, uma vaidade, ouvi: digo que na verdade não se trata de uma simples inveja, mas de uma vontade de partir em descoberta, para dar novos mundos ao mundo.
Dizeis ainda que esta viagem trará mortes, crueldade e desamparo das famílias, adultérios e desastres para os embarcantes. Com certeza tereis razão no que dizeis, e eu, como ser humano que sou, não dou valor ao desprezo pela vida. Mas este povo está disposto a enfrentar os mais difíceis obstáculos e a suportar os mais duros sacrifícios para conseguir o seu objectivo, e esta viagem não trará apenas tormentas, visto que representa uma nova oportunidade de comércio e também uma oportunidade para dar a conhecer a história deste povo Lusitano, que em guerras e batalhas sempre venceu, mantendo a honra de ser Português.
Como capitão da embarcação e tomando o meu lado de liderança, decidirei embarcar nesta grande aventura do povo Português e prometerei que eu e meus homens chegaremos a terras desconhecidas, que nunca ninguém pisou e esta aventura marítima ficará na História como o maior feito dos Portugueses.
Gravura da Chegada à Índia
Claudia Estevão,Jessica Neto, Catarina Valentim, Eliana Janeiro
3 comentários:
Claudia e grupo
Boa estratégia de argumentação, focada no propósito final e na visão sacrificial do herói.
Atenção que havia falhas (não muitas) nas formas de tratamento - confusão da 2º pessoa plural - vós.
Retirei o «perder». Naquela época não tinha lógica: perder era desonroso. Não era assim: umas vezes ganha-se, outras perde-se, paciência...
Só as vitórias se celebram. E nós havíamos ganho as grandes batalhas territoriais. É delas que Camões fala.
Espero que fique na memória.
Obrigada Professora, pelas correções no nosso texto, e peço desculpa pela publicação do texto depois do dia estabelecido.
Jessica Neto 12A
Valeu a pena a viagem à Índia?
A viagem de vasco da Gama e dos navegadores é controversa pois teve aspetos positivos e negativos.
Por um lado, foi uma forma de expansão do reino e de o enaltecer por terem chegado onde anteriormente ninguém tinha chegado, neste caso á Índia. Foi também uma forma de estabelecer negócios e conhecer novas culturas e formas de viver diferentes das de Portugal na época; por exemplo, descobriram novas plantas e especiarias que levaram a formas de cozinhar e ao desenvolvimento da farmacopeia (produção de fármacos).
Por outro lado, foi uma viagem arriscada e perderam-se muitas vidas. A própria travessia do Cabo das Tormentas implicava um grande risco devido às muitas correntes marítimas e ao mar desconhecido. Na própria epopeia camoniana o “Gigante Adamastor” faz uma profecia em que prevê mortes e naufrágios.
Apesar de tudo, esta viagem serviu para unir por mar o que dantes o mar separava. Esse foi o maior contributo dos descobrimentos portugueses.
Afinal, “Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.” (Fernando Pessoa, Mensagem)
Cláudia Estêvão 12º A
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