A literatura funciona como uma arma que destrói um quotidiano monótono e, com isso, melhora os relacionamentos e a afetividade com os outros.
Kadinsky, Sem Título (Primeira aguarela abstracta), 1910 (1913)
Um quotidiano monótono é pouco interessante mas confortável, enquanto uma vida em paralelo com a literatura é desconfortante e faz-nos pensar e agir de outra forma, fora da automatização. A literatura transmite-nos ideias controversas que nos impedem de continuar na indiferença. O conhecido romance As intermitências da morte, de José Saramago, reflete sobre a morte e, ao contrário do que esperaríamos, um mundo sem fim, que é o que o Homem procura, tornar-se-ia num autêntico caos, um inferno onde acabaríamos por pedir para a morte “voltar a matar”. São estes casos que nos fazem refletir e alterar uma opinião que pode mudar a nossa forma de ver o Mundo.
Romances como o acima referido permitem-nos abandonar o nosso próprio olhar sobre o mundo e olhar o mundo com os olhos dos outros e, desta forma, compreender a vida e o Homem com maior facilidade. São os bons romances, que evidenciam as diferenças culturais e étnicas, que nos ajudam a aceitar e compreender o outro e a melhorar a afetividade e relacionamento, sem preconceito. Ainda o que há de polémico na literatura, ou seja, todo o universo de ideias disputáveis, conduz à discussão e, com isso, torna-nos cidadãos com espírito crítico, responsabilidade, independência e difíceis de persuadir, o que nos permite viver melhor em sociedade.
Filipe Ferreira
Luís Henriques
Patrícia Antunes
Vera Neves 12ºA