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27 setembro 2023

Sebastianismo



"A literatura chorou, com a perda de D. Sebastião, o desfazer das esperanças desmedidas, a ruína dum povo que, havia pouco, deslumbrara o mundo com os Descobrimentos e a criação de um grande Império. Foi então que surgiu, como instintiva reacção, o sebastianismo.(...)
 

Julgou-se que só a fé visionária poderia salvar-nos.(...)[ partir do século XIX] o sebastianismo foi passando da esfera política para os domínios literário e culturológico. 

O sonho heróico de D. Sebastião, a sua morte na batalha, o mito do seu regresso e a quimera do Quinto Império inspiram poetas e prosadores."

Coelho, Jacinto do Prado, DICIONÁRIO DE LITERATURA




 O Mito Sebastianista

Na Mensagem, o  sebastianismo é abordado como mito, que exprime o drama de um país  sem brilho, “à beira mágoa” a necessitar de acreditar de novo nas suas capacidades:
 “Como o último verdadeiro Rei de Portugal foi aquele D. Sebastião que caiu em Alcácer Quibir, e presumivelmente ali morreu, é no símbolo do regresso d’El-Rei D. Sebastião que os portugueses da saudade Imperial projectaram a sua fé de que a família se não extinguisse”.
 (Fernando Pessoa)

D. Sebastião-ideia representa a hipótese de salvação e regeneração para o povo português; é a base da Mensagem: partir do mito como força/impulso para a vontade de transformar a realidade.

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1ª e 3ª imagens - filme  Non ou a vã glória de mandar, de Manoel de Oliveira

Cena: A batalha de Alcácer Quibir (1578)

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