Total visualizações

16 outubro 2023

Mensagem, D. Sebastião, rei de Portugal

A aparência física de D. Sebastião | Casa de Bragança 

 

Texto interpretativo acerca do poema "D.Sebastião, rei de Portugal"

O poema "D.Sebastião, rei de Portugal" inicia-se com a utilização de uma repetição, através da qual o sujeito se autocaracteriza como "louco", mas louco no sentido de alguém que espera ambicionar e praticar feitos que ultrapassam a capacidade humana, os quais não são possíveis de alcançar através da sorte, mas sim através da vontade e da curiosidade de alcançar a grandeza.


Com o objetivo de encontrar respostas às suas ideias e pensamentos D.Sebatsião parte para a guerra em Alcácer Quibir, lugar onde o seu ser histórico acaba por permanecer depositado; no entanto, enquanto o seu «ser» histórico acaba em Alcácer Quibir, o seu sonho e o seu desejo prevalece como algo que transcende a realidade, restando apenas a ideia e a lembrança de um grande herói que partiu na busca do inalcançável. O poeta faz recurso a dêiticos pessoais tais como: " em minha certeza" e " Minha loucura", através destas referências, o sujeito poético tenta apelar ao seu próprio desejo, vontade, de forma a recuperar-se a si mesmo, a ver-se continuado no seu ideal, conseguindo libertar-se dos limites da materialidade física do herói. 

Na parte final do poema (3 últimos versos), é realçada a distinção entre o homem e a "besta sadia", através do desejo e da vontade que apenas ao homem pertencem, sem as quais, segundo Fernando Pessoas, somos apenas " cadáver adiado que procria".
Concluindo, o poeta interpela-nos à procura dos ideais sebastianistas, com o objetivo de evocar, não nos seus feitos, mas sim realçar o que a sua nação e os seus ideais significaram.

João Rodrigues 12ºA nº13

15 outubro, 2023

 

O poema “D. Sebastião, rei de Portugal” de Fernando Pessoa, aborda a vontade e o desejo do sujeito poético de alcançar a grandeza e apelar ao destinatário para que tome como exemplo os seus ideais.o autor escreve este poema na primeira pessoa para que haja uma maior proximidade entre o sujeito poético e o leitor, sendo o próprio D. Sebastião a testemunhar e a transmitir a sua mensagem, como se verifica nos determinantes possessivos: “meu” e “minha”.


O sujeito poético começa por se caracterizar como “louco”, utilizando a repetição para realçar esta sua característica. Louco porque quer conquistar a grandeza, algo que é um sonho enorme e que só com muito esforço e dedicação será conseguida.
Este seu sonho resultou na sua morte em batalha. O seu corpo ficou em Alcácer-Quibir. Contudo, o seu sonho permanece na memória do povo como lenda, criando um contraste entre o que é histórico e o que é mito.


Na segunda estrofe, o sujeito poético apela ao destinatário para que se deixe influenciar pela sua “loucura” e tenha ambições, sonhos e ideais desmedidos.
Por fim, o sujeito poético, através de uma pergunta retórica, refere que o que diferencia o ser humano das outras espécies são os sonhos, a ambição, a força e a vontade de atingir grandes feitos.
Assim, conclui-se que D. Sebastião é um herói como figura mítica, pois, apesar de não ter conseguido vencer a batalha de Alcácer-Quibir, os seus ideais permanecem vivos continuando a motivar terceiros a lutar para alcançar a sua própria grandeza.

BV 12ºA, nº3

15 outubro, 2023

 

 

 

5 comentários:

Anónimo disse...

“D.Sebastião Rei de Portugal” é um poema que mergulha na mitologia e na história de Portugal para explorar temas da esperança, ambição e liderança. D.Sebastião é, assim, representado como um líder que, apesar de não ter qualquer feito, tinha a ambição, vontade e loucura da glória.
O autor, através de um discurso de primeira pessoa, caracteriza D.Sebastião como orgulhosamente louco enfatizado pela presença do “sim” - “louco, sim, louco” derivado do desejo de grandeza que não é fruto da “sorte” mas sim do esforço, coragem e determinação.
No entanto, por ser uma tarefa que o transcende “Não coube em mim minha certeza” deixou-se morrer o que é dele mortal “Ficou meu ser que houve” tendo permanecido o ser “que há”, que é imortal, o seu ideal de devolver a glória à pátria, que o leva a fazer o apelo presente na segunda estrofe onde instiga a “outros” que prossigam a sua loucura, que concretizem no presente/futuro aquilo que ele sonhou e idealizou no passado, o seu grande projeto nacional.

Anónimo disse...

O poema “D. Sebastião, rei de Portugal” pertence ao Brasão, da obra Mensagem, de Fernando Pessoa, onde D. Sebastião é caracterizado como “Louco”, pois em Alcácer-Quibir enfrentou uma grande batalha que já tinha sido dada como perdida, mas o rei, apesar de ter falhado, foi em frente, não desistiu, pois sempre quis grandeza. Contudo, acabou por morrer, tornando-se um herói glorificado e imortalizado.

Este poema remete para um herói mitificado, que lutou pelos seus objetivos de forma distinta. O poema está escrito na primeira pessoa como se fosse o próprio Rei D. Sebastião o locutor.

A primeira parte corresponde à primeira estrofe, onde o sujeito poético se caracteriza como “Louco”, pois distinguiu-se pela sua ambição de ir mais além, que lhe provocou a morte.

Porém, o corpo morreu, mas a alma ficou e o mito sebastianista permanece vivo na memória do povo português. Enquanto figura histórica, D. Sebastião morreu em Alcácer-Quibir (“ficou meu ser que houve”), mas persiste enquanto lenda (“não o que há”).

Na segunda parte, que corresponde à segunda estrofe, o sujeito poético defende a loucura, apelando ao povo português para dar continuidade ao sonho de D.Sebastião, pois sem loucura, o homem nada é.

O sujeito poético despreza o homem que vive sem ideias, sem sonhos, contentado-se apenas com o que tem. Assim, D.Sebastião surge como um exemplo e inspiração, o rei que foi eleito por Deus para cumprir uma missão e a sua "loucura" o fez ir mais além, sem temer as consequências. A loucura é essencial ao homem e é o que o distingue de um animal. Quando o sujeito poético refere "Cadáver adiado que procria", numa interrogação retórica, leva à reflexão, comparando-se o homem que não sonha com o animal que se limita a procriar, estando condenado à morte e ao esquecimento.

Ao contrário, através da loucura, o homem projeta-se no futuro, busca grandes realizações e imortaliza-se.

TS 12ºA

Anónimo disse...

O poema “D.Sebastião Rei de Portugal” de Fernando Pessoa retrata a ideia de que D. Sebastião não é apenas um ser histórico mas sim um Mito, mentalidade ou crença, devido às suas ideias e á extrema vontade de inovar e adquirir Grandeza-“Quis grandeza”.
No início do poema somos deparados com uma repetição “Louco, sim, louco”, que tem como função adjectivar D.Sebastião, pois este possuía uma extrema vontade de explorar, inovar e

Anónimo disse...

Adquirir grandeza, como já foi dito inicialmente. D.Sebastião refere que a sua vontade, sonho e certeza não cabia num ser humano como ele. “Não coube em mim tanta certeza” o que dá uma ideia de que este sonho era maior que qualquer outra coisa, e que mesmo com a sua morte esta mentalidade “louca” ficaria para sempre ao contrário do seu corpo, que se ficou no areal, dando origem à crença de que D.Sebastião é considerado um mito para além de um ser histórico e que este um dia voltará.
Esta crença de que D.Sebastião voltará, é dividida em duas partes, uma enquanto Portugal (corpo) e a outra enquanto simbologia (a sua mentalidade), podendo se dizer então que D.Sebastião volta quando a população readquirir esta mentalidade e obsessão pela inovação e grandeza.
No final do poema é feito um apelo ao leitor através de uma pergunta retórica “Sem loucura quero é o homem; Mais que besta sadia; Cadáver adiado que procria?”, este apelo submete a ideia de que o homem apenas se distingue dos animais pois este apresenta a capacidade de melhorar e buscar a tal grandeza.

Simão Santos 12 A

Anónimo disse...

Fernando Pessoa na primeira parte da Mensagem deixa para a última “Quina”, a mais emblemática: D.Sebastião, Rei de Portugal. A 4 de agosto de 1578, D.Sebastião, na sua destinação de ser o líder de uma cruzada no Norte de África, foi mal preparado para a batalha de Alcácer-Quibir, que provou ser desastrosa, pelas mortes que provocou e pela subsequente perda da independência de Portugal face a Espanha. Com isto, os intentos de D.Sebastião foram apelidado de “loucura” por Filipe II de Espanha. Menos de uma loucura não era certamente, atacar as militares dos “infiéis” de frente, com um exército mal preparado e à frente do qual estava um rei inexperiente e impulsivo.
Pessoa, neste poema, diz-nos então que ele era louco, mas “porque quis grandeza / Qual a sorte não dá”. Ou seja, D.Sebastião foi à procura da glória, arriscando tudo e a grandeza que ele buscava, é da índole que não vem só com a sorte, mas com a predestinação e a coragem. Mas nele não “coube” a sua “certeza”, o que significa que, o rei não era o bastante (uma vez que era fraco e inexperiente) para conter o que acabou por ser a sua maior conquista, apesar da morte: O seu mito renascido. É o que confirma o sujeito poético, quando diz “onde o areal está / Ficou meu ser que houve”. “Não o que há”, porque “o que há” é o mito de D. Sebastião pela sua “loucura”.
Fernando Pessoa com a passagem “Minha loucura, outros que me a tomem”, diz-nos que, mais do que esse Destino em específico, da loucura que é desejar algo maior, essa loucura é infinita e pode ser de qualquer um que a deseja. Isso é o que o poeta quer dizer com “outro que me a tomem / Como que nele ia”.
Para concluir o poeta pergunta ainda, o que somos nós afinal, sem esse desejo de alcançar algo maior e responde de seguida: nada “mais que a besta sadia, / Cadáver adiado que procria”. Com o uso da pergunta retórica e a honestidade da resposta o autor remete o leitor a pensar e a refletir face à escolha que deve fazer quando recorda a figura de D.Sebastião, deve então optar pela figura de rei louco, fraco e inexperiente ou pela figura (mítica e mitológica) do nobre Português que se atreveu e arriscou desejar e morreu na busca de glória.
Em suma, Pessoa dedica este poema a D. Sebastião, figura da história portuguesa, no intuito de levar à consciência dos portugueses as ações sobre-humanas dos seus antepassados, exemplos de uma loucura virada para o futuro, como foi D. Sebastião, Rei de Portugal.

Catarina Henriques 12 B