Definimos dois tipos:
- a composição morfológica: formamos palavras através da associação de dois radicais (habitualmente de origem grega e/ou latina) ou de um radical e uma palavra. Esta associação faz-se, normalmente, através de uma vogal de ligação (psic+o+logia = psicologia; luso+descendente = lusodescendente).
- composição morfossintática: a formação das palavras faz-se através da associação de duas ou mais palavras:
Ex: surdo-mudo; quebra-mar; homem-rã; fim de
semana.
Vejamos alguns exemplos de composição morfológica:
Palavra
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Descrição
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Flexão
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Exemplos
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Psicopata
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Radical + Radical
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Só o 2.º elemento flexiona em número
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o/a/(s) psicopata(s)
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Infodependente
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Radical + palavra
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Só o 2.º elemento flexiona em número
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o/a/ (s) infodependente(s)
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Neurofisiologista
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Radical + radical + radical
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Só o 2.º elemento flexiona em número
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o/a/(s) neurofisiologista (s)
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Composição morfossintática
Se ambas as palavras tiverem igual contributo para o valor semântico do composto, o contraste em género e a flexão em número atingem os dois elementos (exemplos 1 e 3 do quadro).
Por outro lado, se o valor semântico da palavra da esquerda for modificado pela da direita, o contraste de género e a flexão em número afetam apenas a palavra da esquerda (exemplos 2 e 4).
Ainda no caso de o composto ser constituído por uma forma verbal na 3ª
pessoa do singular e por um nome, apenas flexiona o nome (exemplo 5).
Finalmente, não se verifica contraste em género nem flexão em número nos
compostos constituídos verbo na 3ª pessoa e nome no plural (exemplo 6).
Vejamos alguns exemplos de composição morfossintática:
Palavra
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Descrição
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Flexão
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Exemplos
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1. Trabalhador-estudante
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Nome + nome
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Flexionam ambas as palavras em género e número.
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Ele/ela /eles/elas é /são trabalhador(es) (a) (as) estudante(s). |
2. Bomba-relógio
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Nome + nome
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Apenas a 1ª palavra flexiona em número.
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Ele desarmadilhou duas bombas-relógio.
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3. Surdo-mudo
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Adjetivo + adjetivo
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Flexionam ambas as palavras em género e número.
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Ele/ela /eles/elas é /são surdo/os /as mudo(a) (os)
(as).
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4. Fim de semana
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Nome + prep + nome
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Apenas a 1ª palavra flexiona em número.
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Passo os fins de semana a
trabalhar.
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5. Picapau
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Verbo + nome
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Apenas a 2ª palavra varia em número.
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Hoje, raramente se veem picapaus.
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6. Saca-rolhas
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Verbo + nome
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Nenhuma das palavras flexiona.
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Comprei dois saca-rolhas.
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Fonte: Português, 8º ano, Consultório CEL (Conhecimento Explícito da Língua, em http://manualescolar2.0.sebenta.pt/projectos/lp8/posts/741, consultado em 2 de junho de 2012.
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Embora a revisão pedida fosse sobre a COMPOSIÇÃO, deves rever também a Derivação, na Gramática.
Derivação é o processo pelo qual palavras novas são criadas a
partir de outras já existentes na língua, deste modo alterando o seu sentido.
AFIXAL − COM ADIÇÃO DE CONSTITUINTES MORFOLÓGICOS
Prefixação - adição de um prefixo à esquerda de uma forma de base, simples ou complexa.
Ex.: des + fazer = desfazer; re + conto = reconto; in + capaz = incapaz
Sufixação - adição de um sufixo à
direita de uma forma de
base, simples ou
complexa. Ex.:
provar + vel = provável;
verbo + al = verbal
Prefixação e Sufixação - adição simultânea, não obrigatória, de um prefixo e de um sufixo a uma forma de base. Ex.: i + legal + mente = ilegalmente; pre + sentir + mento = pressentimento
Parassíntese - adição simultânea de um prefixo e um sufixo a uma forma de base; a palavra não existe sem um deles. Ex.: en + grande + ec + er = engrandecer; a + manhã + ec + er = amanhecer
Derivação NÃO-AFIXAL - formação de nomes a partir de verbos, substituindo-se as terminações do infinitivo (vogal temática + -r) -ar, -er, -ir pelas terminações típicas dos nomes -a, -e ou -o. Ex.: abandon(ar) – abandono; retom(ar) – retoma; combat(er) – combate; possuir(ir) – posse
Conversão ou derivação imprópria - uma palavra pode mudar de classe ou de subclasse sem alterar a forma. Ex.: via (nome comum) / via (preposição); jantar (verbo) / o jantar (nome); só (adjetivo) / só (advérbio); coelho (nome comum) / Coelho (nome próprio) .
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