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19 novembro 2015

A lição de Pessoa

(...) Sou do tamanho do que vejo, disse F. Pessoa/Alberto Caeiro

Somos aquilo que alcançamos. Ver enquanto compreensão do mundo. 
Na sequência das questões levantadas, ficam dois documentos. O Jornal de Notícias/DINHEIRO VIVO publicou um filme que vos pode ajudar a estar um pouco mais informados

O filme referido em aula

2 comentários:

João Saramago disse...

Reflexão sobre o final do livro “A Cidade e as Serras”

Já no final, Jacinto faz uma visita à família do seu melhor amigo, Zé Fernandes, onde conhece uma das primas deste, Joaninha, por quem se apaixona, acabando os dois por se casar e ter dois filhos. Passados alguns anos chegam-lhe os caixotes com a tecnologia e os luxos vindos do 202, mas agora apenas lhe interessam algumas coisas, como tapetes, cortinas, sofás e o telefone. Zé Fernandes compreende então que a viagem da Cidade para as Serras fora uma viagem de descoberta interior para Jacinto, encontrara o equilíbrio na vida, entre a simplicidade da vida no meio rural e os luxos da cidade: “Então compreendi que, verdadeiramente, na alma de Jacinto se estabelecera o equilíbrio da vida (…)”. Jacinto percebeu que a sua equação para obter a felicidade (“suma felicidade = suma ciência x suma potência”) estava errada, não era a máxima sabedoria e desenvolvimento físico que lhe trariam a felicidade. O narrador, Zé Fernandes, depois de passar mais algum tempo em Paris, volta ao campo definitivamente, convencido de que Jacinto estava certo: era bem melhor a vida no campo. Eça de Queirós explica a evolução de Jacinto através de uma metáfora, comparando-o a um ramo ressequido na cidade que quando foi plantado no campo brotou, ganhou raízes e tornou-se imponente dando sombra a muita gente, ou seja, no campo Jacinto viu a realidade em que viviam as pessoas e ajudou-as, começando pelos seus trabalhadores, dando lhes todas as condições consideradas por ele essenciais para viver, como saúde, comodidade e até alguns luxos, tornando-se como um salvador entre os mais pobres: “Aquele ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o humo do torrão herdado, criara seiva, afundara raízes, engrossara de tronco, atirara ramos, rebentara em flores, forte, sereno, ditoso, benéfico, nobre, dando frutos, derramando sombra. E abrigados pela grande árvore, e por ela nutridos, cem casais em redor o bendiziam.”. Jacinto passou de ter nojo da Natureza e só pensar nele próprio a fazer parte dela e ajudar os outros.
Com este final, Eça de Queirós critica a sociedade mais alta da sua altura por só prestar atenção e investir nas inovações tecnológicas e se guiar por estatutos sociais, enquanto no seu ponto de vista isso nunca lhes trará felicidade, mas sim o ajudar os outros e o fazer algo que dê frutos irá trazer a verdadeira felicidade a cada um.

Noémia Santos disse...

João Saramago

Já li, emendei (registei a verde as emendas ou acrescentos)e publiquei, com 3 exemplos de edições.

Convém-te, agora reler as passagens mais importantes do livro e algumas reflexões críticas sobre a obra, para a enquadrares melhor e perceberes o que acrescenta em relação a OS MAIAS.

NS