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17 junho 2015

Correção da prova de Português 12º (639)

Aqui vai a correção. 
Lembrem-se que são esperadas respostas completas , bem redigidas, etc. Aqui seguem apenas os tópicos a contemplar.

I. Cenários de resposta

1.
Da Rua Nova dos Mercadores até ao portão da quinta, o cravo é carregado por dois homens experientes, que usam os processos adequados para, com o seu saber e com os cuidados necessários, levarem a  carga até São Sebastião da Pedreira.
Já do portão até à abegoaria, o transporte é feito por Baltasar e por Blimunda, que, por lhes faltar experiência neste tipo de trabalho e por receio de danificar tão frágil instrumento, tiveram muita dificuldade em fazer chegar o cravo ao seu destino.

2.
No dia da chegada do cravo à abegoaria, Scarlatti procedeu à sua afinação, após o que começou a tocar, encadeando os sons de forma progressivamente mais complexa. Entretanto, Baltasar e Blimunda dedicavam-se a trabalhos pouco ruidosos (entrançar vimes e coser velas), tarefas que não interferiam com a música de Scarlatti.
Nas visitas posteriores à quinta, Scarlatti nem sempre pedia que cessassem os trabalhos ruidosos que decorriam na abegoaria; assim, o som do cravo fluía de forma harmoniosa, apesar do rugir da forja, do malho a bater na bigorna ou da água a ferver na tina.

3.
O comentário do narrador justifica-se pela surpresa que as palavras de Blimunda e de Baltasar lhe provocam, dado que, sendo eles iletrados, são capazes de verbalizar pensamentos tão complexos e elaborados.
Efetivamente, face à possibilidade de a passarola voar, Blimunda admite que a música se possa integrar no voo como expressão de harmonia e de celebração.
Já Baltasar, levado pelas recordações negativas da guerra, antevê desastres e sofrimento

B
4.
A humanização da música decorre de vários aspetos, nomeadamente do facto de esta:
– estar associada a vivências subjetivas do ser humano − «Povoa este deserto» (v. 2);
– ser indissociável da identidade do ser humano − «A música do ser / Interior ao silêncio / Cria seu próprio tempo / Que me dá morada» (vv. 8-11);
– possuir uma voz que é companheira do «eu» poético − «Palavras silabadas / Vêm uma a uma / Na voz da guitarra» (vv. 5-7); «Por companheira tenho / A voz da guitarra» (vv. 15-16).


5.
A música é fundamental na construção da identidade do «eu», na medida em que:
– tem o poder de conferir unidade ao «eu» poético – «O canto me reúne» (v. 18); «E agora de mim / Não me separa nada» (vv. 21-22);
– potencia o reencontro com um tempo primordial e puro – «De muito longe venho / Pelo canto chamada» (vv. 19-20); «Num silêncio de areia / Que não foi pisada» (vv. 26-27).

Nota
– Não é obrigatório o recurso a citações, ainda que estas figurem, a título ilustrativo, no cenário de resposta


Versão 1
Versão 2
1
B
D
2
C
D
3
A
C
4
C
B
5
B
C
6
D
B
7
B
A
8
a sabedoria dos odores
9
complemento direto
10
(oração) subordinada (adverbial) concessiva

NOTA: A ocorrência de erros ortográficos ou de transcrição não implica a desvalorização da resposta







In: http://uniarea.com/exames/portugues/
Nota: Trata-se ainda de versão de trabalho. Pode sempre sofrer ligeiros ajustamentos, por decisão dos responsáveis do IAVE.

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