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14 outubro 2014

O Desejado

Os Lusíadas – A Dedicatória
 
D. Sebastião, rei de Portugal. Autor: Cristóvão de Morais (?)
 
 
Meu Rei,

     Dedico-vos esta grandiosa obra onde escrevo sobre grandes feitos e conquistas, ao longo de todos estes anos passados, de ilustres portugueses que para isso foram além da força humana.

     Vós, que dais continuidade à independência de Portugal, sois um tenro e jovem rei, grandioso e filho de notável família, novo temor dos Mouros e escolhido por Deus para reinar sobre os portugueses, num poderoso e alto império. Vereis nestes versos grandes feitos de quem reinas. Não são fingidos nem mentirosos, estes são grandes, fabulosos e excedem os sonhados. Como as conquistas de Nuno Álvares Pereira e as do ilustre Vasco da Gama. Mas para conseguirdes igualar tais feitos, vede os de D. Afonso Henriques, D. João I e D. João II que em sucessivas batalhas e vitórias criaram este império e vede também D. Afonso III, IV e V, grandes cavaleiros como tantos outros que nos meus versos não serão esquecidos.

     Peço que tomais as rédeas de Vosso reino e o peso do que haveis herdado. Todos os portugueses esperam de vós grandes batalhas, feitos valorosos e importantes vitórias para dar sucessão às conquistas de Portugal. Assim, no fim da Vossa vida entrareis no templo da eternidade e sereis recordado como todos os que tomareis agora como exemplo.

     Ilustre Rei, desejo, enquanto tudo o que esperamos de vós não se torna real, que estes versos Vos estimulem para esses feitos futuros.


Luís Vaz de Camões

Catarina Francisco Nº8 12º

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Sublime Rei,
  Vós sois a esperança do aumento da Cristandade, sois o novo temor dos Mouros, a quem pelo norte de África vais derrotando.
  O fado trouxe-te até nós por meio da majestosa árvore real, para salvares o teu povo das garras dos Castelhanos.
  Ó "Desejado" Rei, olhai do alto da vossa grandeza para a vossa pátria e vede o amor que têm por Vós e os feitos tão grandiosos que um povo tão pequeno pode conseguir. Questionareis o que é melhor: se ser dono do mundo se desta gente.                                    
D. Sebastião, aos 11 anos, (1565), por
Cristóvão de Morais
  Segui o exemplo dos Vossos antepassados que tanta glória trouxeram para o Império agora vosso. Gente que venceu a morte e que vive nas lembranças de quem não as viveu.
  Agora é a Vossa vez, dai-me mais matéria para também eu eternizar na escrita a Vossa memória pelos vossos feitos.
  Não é só da Terra que vós tendes um lugar tão digno. Lá na Olímpica morada tendes o lugar merecido no templo da Eternidade junto às almas de cá famosas.
  Que esse tempo ainda demore para que tenhais tempo de realizar todas as obras valerosas.
  Agora Vos peço, ó Majestade, dai-me a honra de vos dedicar esta nova obra que será tão valerosa como o povo aqui retratado. Irá enaltecer o vosso povo e todos os Vossos antepassado
                                                                    Luís Vaz de Camões 
 
Diana Batalha

1 comentário:

Anónimo disse...

N’ Os Lusíadas, o episódio da “Praia das Lágrimas” revela o transtorno que esta viagem fez nas pessoas da cidade, mais particularmente em amigos e familiares dos marinheiros. Tinha-se a noção dos perigos, de o caminho ser longo e arriscado e que muito provavelmente os que partiam não iam regressar. Assim, Camões descreve mulheres “com um choro piedoso”, “homens com suspiros que arrancavam” e em grande plano uma mãe que revela incompreensão e se sente desgostosa pela decisão do filho e uma esposa que interroga e queixa-se que o marido não tem o direito a partir pois está a aventurar o amor que não é só seu mas que pertence aos dois.
Neste episódio destaca-se ainda a passagem do Velho do Restelo a quem o poeta caracteriza como sendo de respeito e com muito saber proveniente da experiência. Este critica a viagem que irão realizar pois acusa que só a irão fazer para obter glória, vaidade e fama, não olhando para as consequências: mortes, perigos e tormentas. Mas o Velho apresenta outra solução: se é fama e glória que querem então que conquistem o Norte de África e terras vizinhas; correm menos riscos, dão maior segurança ao reino e adquirem fama e riqueza.
Apesar de tudo, os navegadores não se deixam demover e partem à descoberta do desconhecido.
Catarina Francisco Nº8 12ºC