«Oh, Lisboa, meu lar!» F.Pessoa
Fotografias|N.Santos.fev.2015
Relatório
da Visita de Estudo
“Lisboa – de Eça a Pessoa”
A visita de estudo “Lisboa – de Eça a Pessoa”,
realizada num âmbito interdisciplinar a 29 de janeiro de 2015, decorreu durante
todo o dia, abrangendo visitas ao Teatro Nacional S. Carlos, ao Museu Nacional
de Arte Contemporânea do Chiado, ao Museu da Farmácia, ao MUDE, refeição no restaurante
Martinho da Arcada e uma ida ao Teatro Nacional D. Maria II para assistir à
peça “Cyrano de Bergerac”. Ao longo do dia foi também feito um percurso pelas
ruas lisboetas relevantes para a obra de diversos autores como Fernando Pessoa
e Eça de Queirós. Esta visita de estudo, organizada por professores do 12ºC,
teve por objetivo alargar a compreensão dos alunos nas áreas das artes plásticas,
da literatura, teatro e das ciências. Neste relatório será tratada toda a visita
de estudo, com reflexões específicas sobre os locais que considerámos mais
interessantes.
Itinerário
I.
Visita ao Teatro Nacional S. Carlos,
englobando a sala de espetáculos e aos bastidores;
II.
Percurso pelas ruas de Lisboa com
destaque para o largo de S. Carlos, a Rua Garrett, a Livraria Bertrand e os
Armazéns do Chiado;
III.
Visita ao Museu Nacional de Arte
Contemporânea do Chiado;
IV.
Ida para o Museu da Farmácia, com
passagem pela Praça de Luís de Camões e visita ao Miradouro de S. Catarina;
V.
Visita ao Museu da Farmácia;
VI.
Viagem para o MUDE, com passagem pelo
Rossio e pela Rua Augusta;
VII.
Visita à exposição “De Matrix à Bela
Adormecida”, no MUDE;
VIII.
Passagem pela Praça do Comércio, seguida
de jantar no Martinho da Arcada;
IX.
Ida ao Teatro Nacional D. Maria II, para
a peça “Cyrano de Bergerac”;
X.
Regresso a Torres Vedras.
Teatro
Nacional S. Carlos
Construído entre dezembro de 1792 e julho de
1793, a sua construção rápida deve-se ao terramoto de 1775, tendo sido
utilizados fundos vindos de grandes empresários. Apresentando uma fachada
neoclássica e uma construção inspirada nos teatros italianos, o objetivo deste
teatro foi desde a sua fundação a realização de óperas, tendo também sido
utilizado para espetáculos de dança e para concertos.
Começámos por ver a sala de espetáculos, onde
se destaca a inclinação do palco e da plateia, bem como as decorações do teto,
dos camarotes e do camarote presidencial. Nesta sala de espetáculos é evidente
a introdução de tecnologia para melhorar a experiencia da peça: a destruição do
galinheiro (lugares mais baratos superiores ao camarote presidencial) para a
construção de um local de legendagem e a inutilização de alguns camarotes
superiores para a inclusão de luz elétrica. Seguiu-se uma visita ao camarote
presidencial e ao salão nobre. Nos bastidores foi possível ver a dimensão do
palco, bem como o funcionamento de um teatro. Após uma breve passagem pelos
camarotes e pelo fosso utilizado pela orquestra concluiu-se a visita a este
teatro.
Museu
Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Fundado no espaço de um antigo convento, neste
museu estão reunidas peças produzidas durante e após a segunda metade do século
XIX, de pintores como Columbano, Amadeu de Souza-Cardoso e a única obra ainda
existente de Santa-Rita Pintor. Neste museu é possível evidenciar a velocidade da
evolução da arte, e também os vários movimentos artísticos caraterísticos das
diferentes épocas, bem como a visão que os artistas têm da sua obra e da arte
no geral.
Museu
da Farmácia
Localizado na sede da Associação Nacional de
Farmácias, foi inaugurado em 1996. A sua coleção engloba artigos de vários
locais do mundo e de diferentes períodos históricos, bem como reconstruções de
farmácias em tamanho real.
Está dividido em dois pisos: no rés-do-chão
encontram-se as farmácias e no 1º piso uma exposição de artigos de diferentes
civilizações, permitindo uma compreensão da evolução da farmácia. Esta
exposição inicia-se na pré-história, onde eram utilizadas substâncias de origem
animal, vegetal e mineral como remédios para curar doenças e aliviar dores.
Seguem-se exposições sobre a civilização egípcia onde se destaca a crença da
vida após a morte e as preparações para essa vida; sobre as civilizações
greco-romanas, onde as doenças vinham do desequilíbrio entre os quatro humores
(sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra). Nestas civilizações, bem como as
civilizações sul-americanas, era comum a crença da vontade divina nos
fenómenos, incluindo nas doenças. Na exposição sobre o mundo islâmico marca-se
um enorme contraste com a Idade Média europeia, nomeadamente na medicina, vista
a posição retrógrada comum nas áreas científicas na Europa deste período. Após
este período negro da história europeia veio um grande crescimento, que se
prolongou até aos nossos dias, com a descoberta do microscópio, da célula
humana e da penicilina, existindo neste museu uma cultura assinada por
Alexander Fleming. Na segunda secção do museu foi possível observar as
diferenças nas farmácias de época para época, bem como um exemplo de uma
farmácia de Macau, onde são observáveis os métodos pouco científicos de alguns
dos tratamentos. Existem também posters publicitários de “medicamentos”,
incluído um de água radioativa; estão também presentes utensílios de missões
espaciais da NASA e agência espacial russa.
MUDE
– Museu do Design e da Moda
“De
Matrix à Bela Adormecida”
O MUDE localiza-se na antiga sede do Banco
Nacional Ultramarino, na Rua Augusta. Foi inaugurado a 21 de maio de 2009 e
inclui na sua coleção obras abrangentes das várias áreas do design. A exposição visitada trata de
figurinos para teatro e cinema desenhados por António Lagarto, tendo quase 300
peças, desde vestuário a adereços, joias ou sapatos; inclui também uma área
onde é possível visualizar excertos das várias peças onde estes objetos foram
utilizados.
Martinho
da Arcada
Café e restaurante localizado na Praça do
Comércio, virado para o Tejo. Fundado 1782. Famoso pela sua utilização em
tertúlias e discussões foi utilizado por vários artistas, destacando-se
Fernando Pessoa, que frequentava este café regularmente.
Teatro
Nacional D. Maria II – “Cyrano de Bergerac”
O Teatro Nacional D. Maria II, situado no Rocio, foi construído no local anteriormente ocupado pela antiga sede da Inquisição. Foi inaugurado em 1846, sendo que apenas as paredes exteriores restam desta construção original, devido a um incêndio ocorrido em 1964 que o destruiu, sendo que só voltou a ser aberto em 1978. Almeida Garrett foi um dos responsáveis pela sua construção, sendo que a sala de espetáculos tem o seu nome.
O Teatro Nacional D. Maria II, situado no Rocio, foi construído no local anteriormente ocupado pela antiga sede da Inquisição. Foi inaugurado em 1846, sendo que apenas as paredes exteriores restam desta construção original, devido a um incêndio ocorrido em 1964 que o destruiu, sendo que só voltou a ser aberto em 1978. Almeida Garrett foi um dos responsáveis pela sua construção, sendo que a sala de espetáculos tem o seu nome.
“Cyrano de Bergerac” é uma peça de teatro
francesa representada pela 1ª vez em 1898. Nela é representada uma parte da vida
de Cyrano, um homem narigudo, conflituoso, tendo muitos inimigos devido a este
comportamento. Apaixona-se pela prima (Roxanne), mas acaba por descobrir que
esta amava outro homem (Christian). Cyrano decide ajudar Christian a conseguir
o afeto de Roxanne, escrevendo cartas de amor, combatendo assim a incapacidade
que Christian tinha em escrever eloquentemente.
Conclusão
Esta visita de estudo revelou-se bastante
variada no seu conteúdo, tendo sido exploradas várias temáticas, algumas delas
não abordadas devido à nossa área de estudo, como no Museu do Chiado, onde as
artes plásticas e a sua evolução nos alargaram o conhecimento sobre os
diferentes períodos da arte. Esta visita foi também agradável do ponto de vista
do lazer, destacando-se a ida ao Teatro D. Maria II e a refeição no Martinho da
Arcada. As visitas aos teatros colaboraram também na compreensão desta forma de
arte.
As atividades realizadas neste dia contribuiram para o nosso alargamento cultural e a nossa perceção da evolução da ciência,
medicina e arte.
12ºC
Luís Sousa, nº18;
Rafael Nunes, nº23;
Vitoria Josu, nº32.
Sem comentários:
Enviar um comentário