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25 setembro 2014

Dedicatória

(1554-1578?)
Retrato de D. Sebastião da autoria de Cristóvão de Morais, exposto no Museu Nacional de Arte Antiga.
 
 
Canto I - 6 a 18

           6.
E vós, ó bem nascida segurança
Da Lusitana antígua liberdade,
E não menos certíssima esperança
De aumento da pequena Cristandade;
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Para do mundo a Deus dar parte grande;
(...)

9

Inclinai por um pouco a majestade,
Que nesse tenro gesto vos contemplo,
Que já se mostra qual na inteira idade,
Quando subindo ireis ao eterno templo;
Os olhos da real benignidade
Ponde no chão: vereis um novo exemplo
De amor dos pátrios feitos valerosos,
Em versos divulgado numerosos.
(...)

 
 
 
INFO

Canto I, estrofes 6-18: oferecimento do poema a D. Sebastião, que encarna a esperança do poeta, que quer ver nele um monarca poderoso, capaz de ultrapassar a crise do momento.Termina com uma exortação ao rei para que também se torne digno de ser cantado.
 
Estrutura (relembra a estrutura dos discursos de P.A.Vieira):

Exórdio (estrofes 6-8) – início do discurso;
Exposição (estrofes 9-11) – corpo do discurso;
Confirmação (estrofes 12-14) – onde são apresentados os exemplos;
Peroração (estrofes 15-17) – espécie de recapitulação ou remate;
Epílogo (estrofes 18) – conclusão.


Retrato inédito de D. Sebastião, da autoria de Alonso Sanchez Coello, pintada na corte portuguesa em 1562

4 comentários:

Anónimo disse...

Luís Vaz de Camões
Lisboa
Rei D. Sebastião
Vós, Poderoso Rei de um alto império que ao nascer nos deste a garantia da independência de Portugal e a esperança de aumento da pequena Cristandade; a Vós, tenro e novo ramo que te tornaste no novo temor da Maura Lança, ofereço a minha obra onde cantarei os grandes feitos dos portugueses.
Vereis o nome engrandecido de verdadeiros heróis que fizeram gloriosos serviços pelo Rei e para o Reino reconhecendo Nuno Fero, Egas e D. Fuas; o ilustre gama que de Eneias toma a fama e também o primeiro Afonso que deixou a seu reino grande glória; D. João I que por sua vez deixou a segurança com a grande e próspera vitória na batalha de Aljubarrota e ainda D. João II e restantes Afonsos.
Sei que não deixarão meus versos esquecidos, versos daqueles que fizeram por armas tão subidos vossa bandeira vencedora. Peço que tomai o poder do Reino vosso e combata os Mouros, dando continuidade aos feitos dos portugueses.
Tal como as almas de seus dous avôs cá famosas, em Vós esperam ver-se renovada sua memória e obras valerosas assim lá vos tem lugar no fim da idade no templo da suprema eternidade.
Enquanto o tempo passa lento, dai Vós favor ao novo atrevimento para que estes meus versos vossos sejam.
1572 Luís Vaz de Camões


Sara Gomes 12ºC

Anónimo disse...

Lisboa, 1572
Sua alteza Rei D. Sebastião,

Vós, que viestes trazer esperança ao nosso povo e medo aos nossos inimigos, que sois mais amado por Cristo do que qualquer outro homem e que cujo império o sol mais resplandece, sois o alvo da minha dedicatória. Peço-vos que olheis para estes versos que cantam a história e os feitos do povo português e vereis que a vossa pátria é digna dos mesmos.
Como é óbvio, a publicação de tais versos não será possível sem os fundos necessários, e por isso solicito a sua ajuda. E vereis que o vosso reconhecimento será fonte de motivação para os marinheiros.
E por isso peço-vos ainda que guie este povo destemido à vitória tanto nas terras de África como nos mares do Oriente.
Luis de Camões


João Dias
Rafael Nunes
12º C

Anónimo disse...

Lisboa
1572
Viva EL Rei D. Sebastião

A Vós grandioso Rei, louvado sejas pela vossa majestosa conquista na independência do alto império das terras de Portugal. Vós ó tão amado por Deus, no vosso escudo ilustre impera a cruz de Cristo que carregais na conversão dos impuros. Sois grande, tal como o vasto território que conquistastes o qual fizeste erguer do sangue derramado o nobre nome das terras lusitanas.
Às vossas benditas mãos deponho as páginas dos meus escritos, aos vossos sábios olhos abandono os simples versos que falam por si dos heróicos feitos dos nobres portugueses, que a vossa sabedoria grandiosa seja iluminada pelas minhas humildes palavras.
Vereis o amor da vossa pátria engradecido e eterno, tomai as rédeas deste vosso reino e levai-o com exércitos e feitos singulares a outras terras e outros mares. Combatei ó sublime Rei o infiel sob a cruz de cristo mais amada.
Permiti poderoso Rei que estes meus escritos vos sejam vistos com o vosso sábio saber e vos tragam alento e sorte aos valerosos pátrios feitos que nestes meus versos divulgo numerosos.

Do teu fiel servidor
Luís Vaz de Camões


De: Francisco Santos


Noémia Santos disse...

Agradeço a todos os vossos contributos.

Quero todavia chamar a atenção para o seguinte:

No texto do Francisco, havia a errada referência ao que D. Sebastião já conquistara. Não está no texto. Retirei, pois.

João e Rafael

Há erros de interpretação e de escrita que revelam pouca atenção - Ex: "E vereis que o vosso reconhecimento será fonte de motivação para os marinheiros." - QUAIS MARINHEIROS?? Estamos em 1572, certo?
Atenção às formas de tratamento e a linguagem desajustada como "Como é óbvio".

Conclusão - como é óbvio, fiquei contente que tenham participado. É o que devem fazer sempre. Mas os vossos contributos têm de ter o máximo rigor possível. Valeu?