Marcas narrativas – referências temporais e verbos normalmente próprios da narrativa:
- verbos de movimento– andar, descer, abrir, pousar – muitos dos quais traduzem acções/actividades do quotidiano – “Já fumei três maços de cigarros...”Pousara, ajoelhando, a sua giga”; Calçam de lado a lado a larga rua” .
- advérbios de tempo/outras marcas temporais: “Dez horas da manhã”
- advérbios de modo – consecutivamente, insensatamente, perfeitamente...
- inclusão de discurso directo: “Se te convém, despacha; não converses./Eu não dou mais.”
- expressões retiradas da oralidade: “Que diabo!” ; “Que mundo!” ; “Coitadinha!”
DESCRIÇÃO
Descrição realista - seca, não “romântica” ou retocada da pobreza:
- a vendedeira é “esguedelhada” “feia”;
- a engomadeira “ É feia”, ”lívida”, “sem peito”;
- os calceiteiros “terrosos e grosseiros”, “bestas de carga”
Descrição impressionista – feita de sugestões de cor, de luz:
- “Amareladamente, os cães parecem lobos” ;
- "Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas”
- "Vibra uma imensa claridade crua”, “Abre-se-lhe o algodão azul da meia”
Forte poder dos sentidos, em especial da visão (VISUALISMO), mas também dos restantes sentidos - audição, cheiro, gosto, tacto:
- "cheiro honesto a pão no forno”;
- "um parafuso cai nas lajes às escuras”
- as frutas tónicas e puras”, “As laranjas com cascas e caroços/, comes com bestial sofreguidão”
- Faz frio.” , “A sua barba agreste”
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