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11 outubro 2010
Discurso de Obama
Para analisar e/ou confrontar com ouras discursos
3 comentários:
Anónimo
disse...
Caros compatriotas, É com enorme prazer que nós, alunos do ensino secundário estamos aqui convosco para reflectir sobre o futuro do nosso país. Há um século, a união fez a força, a subjugação do país aos interesses coloniais britânicos, os gastos da família real, a ditadura de João Franco, a aparente incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e de se adaptar à modernidade fez com que na revolução de 5 de Outubro de 1910 se implantasse a República em Portugal. Um regime que visa os interesses públicos, a administração do bem público onde todos podemos ser ouvidos e expressarmos as nossas opiniões. Mas, cem anos volvidos, e a verdade é que Portugal enfrenta uma das maiores crises Económicas desde então, cerca de 11% da população portuguesa (mais de 600 mil cidadãos) está desempregada e Portugal perde, externamente, cerca de dois milhões de euros por hora. Hoje, o governo Português, aconselhado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) comunicou ao país o aumento do IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado) de 21% para 23%. Esta medida visa diminuir o défice orçamental de 9,3% (2009) para 7,3% (2010) assim como a dívida externa (actualmente está a 76,8%). É normal que numa primeira impressão os Portugueses chumbem as medidas tomadas pelo Estado, devido a uma má imagem a que o Governo está associado, relacionada com o insucesso de políticas governamentais anteriores. A subida do IVA, na verdade, pode resolver alguns dos problemas de Portugal, visto que o imposto é aplicado apenas a singulares, não afectando as exportações. Garante, assim, receitas imediatas ao Estado. Esta medida apenas resultará se no futuro o Governo não voltar a cometer os mesmos erros, caso contrário voltaremos ao estado dos dias de hoje. É por isso que nós, imparciais e informados vimos apelar-vos ao sentido crítico.
Filipe Ferreira, Luís Gonçalo Gomes, Maria Rita e Patrícia Antunes 11ºA
Análise do discurso de Barack Obama aos alunos americanos na abertura do Ano Lectivo 2009/2010
No exórdio do discurso de Barack Obama, tal como a estrutura do texto argumentativo apela, o presidente transmite palavras e expressões de aproximação com a comunidade estudantil, dando exemplos da sua vida enquanto estudante – “ (…) muitos devem ter pena por as férias do Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama. Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que decidiu dar-me ela própria umas lições extra, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã” – palavras que comovem imediatamente a sala e criam um clima de solidariedade, amizade e interesse entre o auditório e o orador. A estrutura deste discurso funciona da seguinte forma: depois de estabelecida a proximidade entre Obama e os alunos, com uma introdução apelativa, progressivamente (com aumento gradual) o orador expõe o assunto sério e importante mas, para que não pareça um discurso “pesado” e aborrecido, é preenchido com inúmeros exemplos curiosos e apelativos. (continua)
Este decurso fala-nos de responsabilidade, focada principalmente, na de cada um de nós pela nossa própria educação – “ (…) a verdade é que nem os melhores professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades”. A escola e os estudos são importantes não só para conseguirmos melhores empregos e garantirmos uma vida melhor mas também para decidir o futuro do nosso país, confrontado com problemas/desafios do futuro, diz Barack Obama. Uma população instruída é capaz de resolver os maiores problemas, como a fome, a pobreza, a falta de igualdade e de liberdade – “Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar (…). Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso. E não é só para as vossas vidas e para o vosso futuro que isso é importante (…) Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se enquanto país estaremos à altura dos desafios do futuro (…) Precisamos que todos vocês desenvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem – se abandonarem a escola –, não é só a vocês mesmos que estão a abandonar, é ao vosso país”. Como modo de peroração do discurso, B. Obama decide apelar aos alunos que muitas vezes tendem a desistir, quando surgem maus resultados, a não renunciarem dos seus objectivos porque “algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo são as que sofreram mais fracassos” – para persuadir os destinatários, apela às paixões e emoções (movimento-tipo: amplificação) – “Falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E por isso fui bem-sucedido. Estas pessoas alcançaram os seus objectivos porque perceberam que não podemos deixar que os nossos fracassos nos definam, temos de permitir que nos ensinem as suas lições”. As últimas e destacadas frases do discurso tornam a tocar no coração dos alunos, visando, com sucesso, comover o auditório, com frases de apoio, orgulho e crença no trabalho e dedicação dos mesmos – “Espero grandes coisas de todos vocês. Não nos desapontem. Não desapontem as vossas famílias e o vosso país. Façam-nos sentir orgulho em vocês. Tenho a certeza que são capazes”.
3 comentários:
Caros compatriotas,
É com enorme prazer que nós, alunos do ensino secundário estamos aqui convosco para reflectir sobre o futuro do nosso país.
Há um século, a união fez a força, a subjugação do país aos interesses coloniais britânicos, os gastos da família real, a ditadura de João Franco, a aparente incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e de se adaptar à modernidade fez com que na revolução de 5 de Outubro de 1910 se implantasse a República em Portugal. Um regime que visa os interesses públicos, a administração do bem público onde todos podemos ser ouvidos e expressarmos as nossas opiniões.
Mas, cem anos volvidos, e a verdade é que Portugal enfrenta uma das maiores crises Económicas desde então, cerca de 11% da população portuguesa (mais de 600 mil cidadãos) está desempregada e Portugal perde, externamente, cerca de dois milhões de euros por hora.
Hoje, o governo Português, aconselhado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) comunicou ao país o aumento do IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado) de 21% para 23%. Esta medida visa diminuir o défice orçamental de 9,3% (2009) para 7,3% (2010) assim como a dívida externa (actualmente está a 76,8%).
É normal que numa primeira impressão os Portugueses chumbem as medidas tomadas pelo Estado, devido a uma má imagem a que o Governo está associado, relacionada com o insucesso de políticas governamentais anteriores.
A subida do IVA, na verdade, pode resolver alguns dos problemas de Portugal, visto que o imposto é aplicado apenas a singulares, não afectando as exportações. Garante, assim, receitas imediatas ao Estado. Esta medida apenas resultará se no futuro o Governo não voltar a cometer os mesmos erros, caso contrário voltaremos ao estado dos dias de hoje.
É por isso que nós, imparciais e informados vimos apelar-vos ao sentido crítico.
Filipe Ferreira, Luís Gonçalo Gomes, Maria Rita e Patrícia Antunes 11ºA
Análise do discurso de Barack Obama aos alunos americanos na abertura do Ano Lectivo 2009/2010
No exórdio do discurso de Barack Obama, tal como a estrutura do texto argumentativo apela, o presidente transmite palavras e expressões de aproximação com a comunidade estudantil, dando exemplos da sua vida enquanto estudante – “ (…) muitos devem ter pena por as férias do Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama. Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que decidiu dar-me ela própria umas lições extra, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã” – palavras que comovem imediatamente a sala e criam um clima de solidariedade, amizade e interesse entre o auditório e o orador.
A estrutura deste discurso funciona da seguinte forma: depois de estabelecida a proximidade entre Obama e os alunos, com uma introdução apelativa, progressivamente (com aumento gradual) o orador expõe o assunto sério e importante mas, para que não pareça um discurso “pesado” e aborrecido, é preenchido com inúmeros exemplos curiosos e apelativos.
(continua)
Este decurso fala-nos de responsabilidade, focada principalmente, na de cada um de nós pela nossa própria educação – “ (…) a verdade é que nem os melhores professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades”.
A escola e os estudos são importantes não só para conseguirmos melhores empregos e garantirmos uma vida melhor mas também para decidir o futuro do nosso país, confrontado com problemas/desafios do futuro, diz Barack Obama. Uma população instruída é capaz de resolver os maiores problemas, como a fome, a pobreza, a falta de igualdade e de liberdade – “Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar (…). Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso. E não é só para as vossas vidas e para o vosso futuro que isso é importante (…) Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se enquanto país estaremos à altura dos desafios do futuro (…) Precisamos que todos vocês desenvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem – se abandonarem a escola –, não é só a vocês mesmos que estão a abandonar, é ao vosso país”.
Como modo de peroração do discurso, B. Obama decide apelar aos alunos que muitas vezes tendem a desistir, quando surgem maus resultados, a não renunciarem dos seus objectivos porque “algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo são as que sofreram mais fracassos” – para persuadir os destinatários, apela às paixões e emoções (movimento-tipo: amplificação) – “Falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E por isso fui bem-sucedido. Estas pessoas alcançaram os seus objectivos porque perceberam que não podemos deixar que os nossos fracassos nos definam, temos de permitir que nos ensinem as suas lições”. As últimas e destacadas frases do discurso tornam a tocar no coração dos alunos, visando, com sucesso, comover o auditório, com frases de apoio, orgulho e crença no trabalho e dedicação dos mesmos – “Espero grandes coisas de todos vocês. Não nos desapontem. Não desapontem as vossas famílias e o vosso país. Façam-nos sentir orgulho em vocês. Tenho a certeza que são capazes”.
Filipe M. Ferreira
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