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04 março 2015

Lisboa

«Oh, Lisboa, meu lar!» F.Pessoa




Fotografias|N.Santos.fev.2015



Relatório da Visita de Estudo 
“Lisboa – de Eça a Pessoa”


 A visita de estudo “Lisboa – de Eça a Pessoa”, realizada num âmbito interdisciplinar a 29 de janeiro de 2015, decorreu durante todo o dia, abrangendo visitas ao Teatro Nacional S. Carlos, ao Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, ao Museu da Farmácia, ao MUDE, refeição no restaurante Martinho da Arcada e uma ida ao Teatro Nacional D. Maria II para assistir à peça “Cyrano de Bergerac”. Ao longo do dia foi também feito um percurso pelas ruas lisboetas relevantes para a obra de diversos autores como Fernando Pessoa e Eça de Queirós. Esta visita de estudo, organizada por professores do 12ºC, teve por objetivo alargar a compreensão dos alunos nas áreas das artes plásticas, da literatura, teatro e das ciências. Neste relatório será tratada toda a visita de estudo, com reflexões específicas sobre os locais que considerámos mais interessantes.

Itinerário
      I.          Visita ao Teatro Nacional S. Carlos, englobando a sala de espetáculos e aos bastidores;
    II.          Percurso pelas ruas de Lisboa com destaque para o largo de S. Carlos, a Rua Garrett, a Livraria Bertrand e os Armazéns do Chiado;
 III.          Visita ao Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado;
 IV.          Ida para o Museu da Farmácia, com passagem pela Praça de Luís de Camões e visita     ao Miradouro de S. Catarina;
   V.          Visita ao Museu da Farmácia;
 VI.          Viagem para o MUDE, com passagem pelo Rossio e pela Rua Augusta;
VII.          Visita à exposição “De Matrix à Bela Adormecida”, no MUDE;
VIII.          Passagem pela Praça do Comércio, seguida de jantar no Martinho da Arcada;
 IX.          Ida ao Teatro Nacional D. Maria II, para a peça “Cyrano de Bergerac”;
   X.          Regresso a Torres Vedras.

Teatro Nacional S. Carlos
 Construído entre dezembro de 1792 e julho de 1793, a sua construção rápida deve-se ao terramoto de 1775, tendo sido utilizados fundos vindos de grandes empresários. Apresentando uma fachada neoclássica e uma construção inspirada nos teatros italianos, o objetivo deste teatro foi desde a sua fundação a realização de óperas, tendo também sido utilizado para espetáculos de dança e para concertos.
 Começámos por ver a sala de espetáculos, onde se destaca a inclinação do palco e da plateia, bem como as decorações do teto, dos camarotes e do camarote presidencial. Nesta sala de espetáculos é evidente a introdução de tecnologia para melhorar a experiencia da peça: a destruição do galinheiro (lugares mais baratos superiores ao camarote presidencial) para a construção de um local de legendagem e a inutilização de alguns camarotes superiores para a inclusão de luz elétrica. Seguiu-se uma visita ao camarote presidencial e ao salão nobre. Nos bastidores foi possível ver a dimensão do palco, bem como o funcionamento de um teatro. Após uma breve passagem pelos camarotes e pelo fosso utilizado pela orquestra concluiu-se a visita a este teatro.

Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
 Fundado no espaço de um antigo convento, neste museu estão reunidas peças produzidas durante e após a segunda metade do século XIX, de pintores como Columbano, Amadeu de Souza-Cardoso e a única obra ainda existente de Santa-Rita Pintor. Neste museu é possível evidenciar a velocidade da evolução da arte, e também os vários movimentos artísticos caraterísticos das diferentes épocas, bem como a visão que os artistas têm da sua obra e da arte no geral.

Museu da Farmácia
 Localizado na sede da Associação Nacional de Farmácias, foi inaugurado em 1996. A sua coleção engloba artigos de vários locais do mundo e de diferentes períodos históricos, bem como reconstruções de farmácias em tamanho real.
 Está dividido em dois pisos: no rés-do-chão encontram-se as farmácias e no 1º piso uma exposição de artigos de diferentes civilizações, permitindo uma compreensão da evolução da farmácia. Esta exposição inicia-se na pré-história, onde eram utilizadas substâncias de origem animal, vegetal e mineral como remédios para curar doenças e aliviar dores. Seguem-se exposições sobre a civilização egípcia onde se destaca a crença da vida após a morte e as preparações para essa vida; sobre as civilizações greco-romanas, onde as doenças vinham do desequilíbrio entre os quatro humores (sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra). Nestas civilizações, bem como as civilizações sul-americanas, era comum a crença da vontade divina nos fenómenos, incluindo nas doenças. Na exposição sobre o mundo islâmico marca-se um enorme contraste com a Idade Média europeia, nomeadamente na medicina, vista a posição retrógrada comum nas áreas científicas na Europa deste período. Após este período negro da história europeia veio um grande crescimento, que se prolongou até aos nossos dias, com a descoberta do microscópio, da célula humana e da penicilina, existindo neste museu uma cultura assinada por Alexander Fleming. Na segunda secção do museu foi possível observar as diferenças nas farmácias de época para época, bem como um exemplo de uma farmácia de Macau, onde são observáveis os métodos pouco científicos de alguns dos tratamentos. Existem também posters publicitários de “medicamentos”, incluído um de água radioativa; estão também presentes utensílios de missões espaciais da NASA e agência espacial russa.

MUDE – Museu do Design e da Moda
“De Matrix à Bela Adormecida”
 O MUDE localiza-se na antiga sede do Banco Nacional Ultramarino, na Rua Augusta. Foi inaugurado a 21 de maio de 2009 e inclui na sua coleção obras abrangentes das várias áreas do design. A exposição visitada trata de figurinos para teatro e cinema desenhados por António Lagarto, tendo quase 300 peças, desde vestuário a adereços, joias ou sapatos; inclui também uma área onde é possível visualizar excertos das várias peças onde estes objetos foram utilizados.

Martinho da Arcada
 Café e restaurante localizado na Praça do Comércio, virado para o Tejo. Fundado 1782. Famoso pela sua utilização em tertúlias e discussões foi utilizado por vários artistas, destacando-se Fernando Pessoa, que frequentava este café regularmente.


Teatro Nacional D. Maria II – “Cyrano de Bergerac”
 O Teatro Nacional D. Maria II, situado no Rocio, foi construído no local anteriormente ocupado pela antiga sede da Inquisição. Foi inaugurado em 1846, sendo que apenas as paredes exteriores restam desta construção original, devido a um incêndio ocorrido em 1964 que o destruiu, sendo que só voltou a ser aberto em 1978. Almeida Garrett foi um dos responsáveis pela sua construção, sendo que a sala de espetáculos tem o seu nome.
 “Cyrano de Bergerac” é uma peça de teatro francesa representada pela 1ª vez em 1898. Nela é representada uma parte da vida de Cyrano, um homem narigudo, conflituoso, tendo muitos inimigos devido a este comportamento. Apaixona-se pela prima (Roxanne), mas acaba por descobrir que esta amava outro homem (Christian). Cyrano decide ajudar Christian a conseguir o afeto de Roxanne, escrevendo cartas de amor, combatendo assim a incapacidade que Christian tinha em escrever eloquentemente.


Conclusão
Esta visita de estudo revelou-se bastante variada no seu conteúdo, tendo sido exploradas várias temáticas, algumas delas não abordadas devido à nossa área de estudo, como no Museu do Chiado, onde as artes plásticas e a sua evolução nos alargaram o conhecimento sobre os diferentes períodos da arte. Esta visita foi também agradável do ponto de vista do lazer, destacando-se a ida ao Teatro D. Maria II e a refeição no Martinho da Arcada. As visitas aos teatros colaboraram também na compreensão desta forma de arte.
As atividades realizadas neste dia contribuiram para o nosso alargamento cultural e a nossa perceção da evolução da ciência, medicina e arte.


12ºC
Francisco Santos, nº13; 
Luís Sousa, nº18; 
Rafael Nunes, nº23; 
Vitoria Josu, nº32.


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