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01 junho 2008

Palavras escritas sobre Felizmente...

Actriz representando a personagem de Matilde

Matilde é uma das personagens mais corajosas da peça, é sem dúvida o símbolo maior da mulher que ama e sofre por amar, da mulher corajosa, denunciadora das heresias da igreja e da política, da mulher que arrisca tudo para estar ao lado do "seu herói", uma mulher que só começa a ganhar consciência do país onde vive quando o seu herói é traído pelos seus próprios e é preso, como o cabecilha da rebelião que se conjurara contra a tirania. É então que, indo pedir auxílio para o seu homem, Matilde, profere uma das melhores "falas" da peça, fala essa carregada de ironia, pois tudo o que afirma é exactamente o contrário do que lhe passa no coração, são os valores contrários aos que defende, pois Matilde, a mulher destemida, acredita sim, na verdade; acredita sim, na honestidade, na bondade e na simplicidade acima de qualquer mentira ou qualquer bolsa cheia de moedas ou qualquer fato, por mais respeito que ele traga.
Daniela Félix, nº8, 12ªH

Principal Sousa, representante da igreja, símbolo da convivência da igreja e do poder político, conservador extremista, católico e beato a cem por cento, acha que o povo deve estar e continuar onde sempre esteve e onde sempre foi o seu lugar: a trabalhar, em paz, com a família e com Deus Nosso Senhor sempre presente em suas almas, pois não se quer cá ovelhas negras a espezinhar o quintalinho da Europa que é Portugal. Principal Sousa é então defensor de que os homens não precisam de saber ler nem escrever. Para quê? Para tratar da horta não será necessário de saber ler e muito menos escrever e há que tratar das almas impuras que por essas aldeias têm essa ideia, digna do Diabo.
Daniela Félix, nº 8, 12º H

D. Miguel Forjaz, símbolo do poder político, rege-se pelas principais "ordens", como Deus, Pátria, Família, Hierarquia, Autoridade e Paz Social; defensor extremista destes valores, deseja acabar com todos os arruaceiros, que ousam defrontar o seu poder e a ordem. Não lhe interessa quem leva à fogueira, não lhe interessa quem será o homem que perderá a vida, só lhe interessa que esse homem sirva de exemplo para todos os outros, quer que o cheiro a carne queimada fique para sempre na memória do povo, para que mais ninguém se atreva sequer a pensar, em liberdade, em revoltas, em nada que perturbe a paz e a ordem de Portugal. "Há que provocar esse ardor", há que deixar de exemplo Gomes Freire de Andrade, como o lutador ou guerreiro da liberdade, que acabou queimado na fogueira.
Daniela Félix, nº8, 12ºH

Os tambores, nesta peça, representam uma espécie de ameaça, assim que estes se ouviam o povo recolhia-se e de imediato se calava, mostrando o clima de terror que se vivia então. Neste excerto ("D. Miguel - E agora, meus senhores, ao trabalho. (...) Há que fazer tocar os tambores pelas ruas para se criar um ambiente de receio"), em especial, os sons são muito importantes, na percepção da cena em si, pois sem estas experiências sonoras será bem mais difícil apercebermo-nos do clima de tensão vivido; e são muitos os exemplos: "bramar contra os inimigos de Deus", "dizer aos soldados"; "fazer tocar os tambores"; "os sinos das aldeias a tocar a rebate, a fanfarra"; "os frades aos gritos nos púlpitos"; afinal, "há que incendiar as almas de terror e de medo".
Daniela Félix, nº8, 12ºH

General Gomes Freire de Andrade

1 comentário:

Noémia Santos disse...

Quem escreveu textos bons sobre as personagens, para publicar?

Vá lá, serve de treino!