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09 junho 2007

Cesário Verde (1855-1886)

"Lavo, refresco, limpo os meus sentidos,
E tangem-me, excitados, sacudidos,
O tacto, a vista, o ouvido, o gosto, o ofacto!"

Na Oficina de Poesia depois do exercício dos sentidos, pegámos em três máquinas poloroid e partimos por breves minutos à descoberta do nosso "real quotidiano". À maneira de Cesário Verde, procurámos captar o que nos rodeia, que é o que nos preocupa.

Depois escolhemos versos do poeta ou frases criadas por nós e juntámos às fotografias tiradas pelas duas turmas, numa exposição na Biblioteca. Aqui fica uma pequena mostra desse trabalho.

"A mim, o que me rodeia é o que me preocupa" disse Cesário Verde numa carta, acrescentando"Eu sou frio, pausado, calculista". São duas afirmações estranhas para um poeta, ou melhor, para a nossa ideia feita de poeta.

Todos os temas, todas as palavras ganham direito à poesia com Cesário Verde: ruas, becos, profissões rudes, pobreza; luminosas ou duras as imagens do real inspiram e, às vezes, incomodam o poeta.


A civilização a céu aberto (Carlos)

"Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos"

"Mas se vivemos os emparedados,
Sem árvores, no vale escuro das muralhas"



(continua)

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Noémia Santos disse...

Carlos
Esqueci-me de te informar que
as fotografias deixadas na Biblioteca foram todas misturadas e as cartolinas já haviam sido inutilizadas. Foi preciso digitalizar tudo de novo e fiquei sem acesso à frase que escreveste. Citei de memória.
Corrige, se for caso disso.
Obrigada