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03 abril 2007

das palavras às imagens

Leitura visual e plástica de passagens dos capítulos I e VI de

A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós


Daniela Félix,11º H. Técnica mista sobre tela.




Lisa, 11º H. Técnica mista sobre tela.
"bibliotecas abarrotadas, a estalar, com a papelada dos séculos (...) ruas, cortadas, por baixo e por cima, de fios de telégrafos, de fios de telefones, de canos de gases, de canos de fezes"
(A Cidade e as Serras, cap. I)


Catarina Cruz, 11º H. Desenho, carvão e lápis de cera sobre papel.
"fábricas fumegando com ânsia, inventando com ânsia; (...) fundas milhas de ruas (...) fios(...) uma vaga humanidade, fervilhando, a ofegar, na busca do pão" (A Cidade e as Serras, cap. I)


Inês Joaquim, 11º H. Pintura sobre tela.

"Tudo se fundiu numa nódoa parda que suja a Terra. (...) a sublime edificação dos Tempos não é mais que um silencioso monturo da espessura e da cor do pós final" (cap. VI)

Cláudia Franco, 11º H. Técnica mista sobre tela.


"Jacinto, por um impulso bem jacíntico, caminhou gulosamente para a borda do terraço, a contemplar Paris. Sob o céu cinzento, na planície cinzenta, a Cidade jazia, toda cinzenta (...). E na sua imobilidade e na sua mudez, algum rolo de fumo (...) era todo o vestígio visível da sua vida magnífica." (cap. VI)


Sara Correia, 11º H. Desenho, lápis sobre papel.


"armazéns (...) mercados (...) fábricas (...) ruas (...) carroças, velocípedes, calhambeques, parelhas de luxo." "Que criação augusta a da Cidade!" (cap. I)


Que estas imagens sirvam de motivação para novas escritas, novos trabalhos visuais.

Aqui deixo um dos exemplos de quem já aceitou o desafio da escrita.

As diferentes visões de uma cidade

Eu, enquanto “campónia”, vejo as cidades um tanto longe, mas não é por isso que não as visito ou as desgosto, pelo contrário, sou grande apologista das cidades, sejam elas grandes ou pequenas, pois o movimento de transportes, o movimento das próprias pessoas fascina-me.

A visão que tenho de uma cidade, enquanto estou no seu interior, é de um mar de prédios imenso, através dos quais descem enormes avenidas com uma quantidade de histórias e vivências, centros de lazer onde não só se põe à prova a nossa capacidade materialista como também a nossa cultura: falo de centros comercias, museus teatros, locais nos quais podemos não só conviver, como gastar dinheiro e aprender um pouco da nossa e de outras culturas.

Tendencialmente não falo dos problemas das cidades, pois as acho perfeitas, mas perante aquilo que li no livro “A Cidade e as Serras”, achei que deveria ver bem como é uma cidade. [...]

Nestas férias propus aos meus pais que me levassem a um local onde pudesse observar a cidade de Lisboa do seu alto, ao que eles me sugeriram um dos pontos mais altos da cidade, o Castelo de são Jorge. Parti de imediato para lá e a realidade com que me deparei não foi a que esperava.

Vi foi um amontoado prédios degradados, completamente abandonados e deixados de boa vontade aos sem abrigo, a zona de pesca cheia de redes pesqueiras há muito abandonadas pelos seus donos, vários contentores abandonados, que ao saírem dos portos não tiveram alguém que os levasse ou então ficaram na reforma.

Concluo assim que vou dar mais valor à serra onde moro e deixar que o sonho de uma cidade perfeita continue na minha cabeça.

Cristiana Pancadares, 11º E

Boas leituras! Bons motivos artísticos!

9 comentários:

Anónimo disse...

Desenhar, pintar, fazer colagens, fotografar não deve ser exclusivo dos alunos de Artes.
Por isso, todos - sim, o 11ºB e o 11º E também - a mostrar o que valem!

Noémia Santos disse...

Os desenhos e pinturas aqui publicados, e outros que vierem a ser feitos, poderão ser vistos no início de Maio, na BIBLIOTECA da escola, por ocasião das Oficinas de Escrita Criativa com a escritora Luísa Costa Gomes.

E, lá para o fim do ano, talvez os possamos apreciar num outro espaço da cidade de Torres Vedras (ainda é segredo).

Aguardo os vossos trabalhos artísticos.

Anónimo disse...

As diferentes visões de uma cidade.

Eu, enquanto “campónia”, vejo as cidades um tanto longe, mas não é por isso que não as visito ou as desgosto, pelo contrário, sou grande apologista das cidades, sejam elas grandes ou pequenas, pois o movimento de transportes, o movimento das próprias pessoas fascina-me.
A visão que tenho de uma cidade, enquanto estou no seu interior, é de um mar de prédios imenso, através dos quais descem enormes avenidas com uma quantidade de histórias e vivências, centros de lazer onde não só se põe à prova a nossa capacidade materialista como também a nossa cultura, falo de centros comercias, museus teatros, locais nos quais podemos não só conviver, como gastar dinheiro e aprender um pouco da nossa e de outras culturas.
Tendencialmente não falo dos problemas das cidades, pois as acho perfeitas, mas perante aquilo que li no livro “As cidades e as serras”, achei que deveria ver como é uma cidade, não no seu interior, mas no seu exterior, ou seja, vê-la de fora.
Parti do princípio que a nossa cidade de Lisboa fosse um ponto de turismo não só de estrangeiros, mas também da poluição, e pude constatar esse facto. Nestas férias propus aos meus pais que me levassem a um local onde pudesse observar a cidade de Lisboa do seu alto, ao que eles me sugeriram um dos pontos mais altos da cidade, o Castelo de são Jorge. Parti de imediato para lá e os factos com que me deparei não foram os que esperava.
Pude ver que esta foto, que para mim ao inicio pareceu-me um pouco exagerada, agora me pareça pertinente, pois o que vi foi um amontoado prédios degradados, alguns que estavam em recuperação, completamente abandonados e deixados de boa vontade aos sem abrigo, a zona de pesca cheia redes pesqueiras há muito abandonadas pelos seus donos, devido aos maus modos dos peixes, vários contentores abandonados, que ao saírem dos portos não tiveram alguém que os levasse ou então ficaram na reforma.
O que me leva a crer que na verdade as cidades merecem o prémio de “miss simpatia”, mas de “miss beleza”, isso nem pensar.
Concluo assim que vou dar mais valor à serra onde moro e deixar que o sonho de uma cidade perfeita continue na minha cabeça.

Cristiana 11º E

Noémia Santos disse...

Cristiana

A tua ideia/proposta de trabalho tem muito interesse.
Claro que as cidades são organismos deveras complexos, com muitas vidas, muitas grandezas e misérias lá dentro. Por isso serão necessárias inúmeras idas futuras à capital para um retrato mais fiável.

Ainda assim,sobretudo o início do texto está mais interessante e bem escrito. Diria que és melhor quando sonhas do que quando observas (só no texto, claro).
O último parágrafo também está bem apanhado e é curioso.

A partir de "Parti do princípio" há uns problemas de escrita a resolver:
- "Parti do princípio que a nossa cidade de Lisboa fosse" - Ou "Imaginei que a (...) fosse" ou "Parti do princípio que (...)era", "Parti do princípio que (...)seria"
- A frase seguinte não tem sentido: "(...) um ponto de turismo não só de estrangeiros, mas também da poluição, e pude constatar esse facto." - ponto de turismo de estrangeiros e de poluição? -
- Em "Pude ver que esta foto, que para mim ao inicio pareceu-me um pouco exagerada, agora me pareça" :
. início, com acento;
. me pareceu, com o pronome anteposto, por causa da subordinada;
. pareça/pres. conjuntivo não pode ocorrer aqui;
- Melhorar vocabulário em "devido aos maus modos dos peixes".

Agora observa, com atenção, e descreve as serras.

Anónimo disse...

A serra tem problemas?

Quem nunca foi a uma serra? Quem nunca passou por uma aldeia? Quem nunca teve contacto com a natureza selvagem?
Para quem já passou por todas estas experiências, de certo pensara que a serra é um local calmo, de pacatez, de uma natureza bela, com pessoas respeitadoras e amigas, onde os campos são sempre verdejantes ou cultivados, onde a falta de alimento e de higiene não são problema... mas muitas destas coisas, não são verdade.
Quem vive numa aldeia, como eu, saberá muito bem que na aldeia o que há mais é desgraça e miséria, não só em termos económicos, mas também culturais.
Para começar a serra pode ser um lugar calmo sim, mas até demais, tanta pacatez que até cansa. A natureza é bela, mas apenas a exterior, pois quem passear no seu interior, decerto vai ficar espantado com as proezas do Homem, estou a falar não só do abate de árvores, mas também das lixeiras a céu aberto, que muitas vezes são palco do desprezo por objectos inutilizáveis, mas também de objectos com algum uso, que para muita gente só estorva. A população é muito mesquinha e coscuvilheira. O que os anima são os campeonatos de novidades bombásticas desta e daquela fulana(o). Muitos deles, idosos e analfabetos. Muitos dos campos são verdejantes devido ás urtigas e cardos, que segundo o que sei, não servem para nada, apenas para picar quem tem o azar de lá cair. Muitos deles são cultivados, mas o seu processo de rega ou manutenção por vezes faz com que os proprietários tenham de terminar o seu cultivo. Alimento é aquilo que um “campónio” mais admira, como já dizia o Eça. A água, cara como está a ficar, mais dia, menos dia voltamos a ser como os reis e rainhas que apenas se lavavam em ocasiões especiais.
Estes são alguns dos exemplos daquilo que podemos encontrar numa serra, claro que a serra não é nenhum mamarracho, mas que tem os seus defeitos, lá isso é verdade.


Cristiana 11º E n.º9

Noémia Santos disse...

Cristiana

Gostei bastante de ler o teu texto. Tem vigor, poder de observação e sentido de humor.

Há pequenas correcções a fazer(5ª linha, "pensará","às", por ex., )mas não afectam o conjunto.

Continua.

Anónimo disse...

vim consultar o blog na aula de apoio e gostei muito de ver os trabalhos da turma "das palavras às imagens"

Anónimo disse...

Ah, o ultimo post é da Carolina, 11ºH

Anónimo disse...

Estas imagens expressam muito bem o que se passa no capitulo I quando Eça faz a descrição da cidade e no capitulo VI, quando Jacinto está no Sacré Coeur com Zé Fernadndes e vê a Cidade como ela é, Paris debaixo de fumo, devido aos instrumentos e à evolução.
Mostram o quanto era suja e 'feia' a Paris da altura, sem cor, tudo cinzenta.Faz-nos pensar que talvez a evolução não seja tão boa como Jacinto referia nos capitulos anteriores.

Diogo nº7 11ºB