Gostei da aula de hoje, sobretudo da Mesa-redonda e das intervenções do público.
Até 6ªfeira.
Um sítio para ler, escrever, pensar sobre livros, escritores, temas de atualidade, dirigido sobretudo aos alunos de Português do ensino secundário.
Para finalizar o tema do debate, deixo-vos com uma excepcional entrevista com o guru mundial dos estudos sobre a internet e o consumo de produtos audio-visuais, Jeffrey Cole, investigador americano da universidade de South California, o qual esteve recentemente em Lisboa, para dar uma conferência sobre o tema.
É de conhecimento geral o constante contraste feito entre a cultura escrita e a audiovisual, o que, a meu ver, é desnecessário. Estamos em pleno séc. XXI, e estes dois meios não têm que ser, de modo algum, considerados inconciliáveis. De maneira a justificá-lo, irei argumentar ao longo do texto, tanto a favor da literatura como dos meios audiovisuais, demonstrando a sua compatibilidade.
Nos dias de hoje, a literatura é compatível com a tecnologia. Este tema tem originado muita controvérsia, é ambíguo e necessita de um cuidado especial para ser tratado. A importância da literatura e da tecnologia para a sociedade e sua compatibilidade farão parte do assunto deste texto.
explicou à Antena 1, o alcance dos trabalhos realizados pelos cientistas vencedores na investigação sobre o ribossoma)
A escrita de Ricardo Araújo Pereira (ver entrevista) é, por vezes, desvalorizada pela maioria de nós. O leitor tende a considerá-la como uma divertida crónica da sociedade e dos seus costumes, mas chega a desprezar o que o humorista transmite nas “entrelinhas”. De carácter crítico, como é já habitual nos seus textos, Ricardo Araújo Pereira domina na perfeição a ironia nesta crónica, a qual nos leva a ver a realidade incrédula em que vivemos.
Mas, que mais poderíamos fazer para nos protegermos da gripe A? Se não fossem tomadas quaisquer medidas, criticaríamos. Assim fazemos o mesmo. Não será porque há, de facto, pouco a fazer?






Nunca é tarde para aprender a lavar as mãos
A tão negligenciada literatura de casa de banho acaba de obter o significativo patrocínio do Estado. O recente panfleto que a Direcção-Geral de Saúde espalhou por todas as casas de banho públicas do País é, antes de tudo, inquietante - como toda a boa literatura deve ser. Intitulado "Como lavar as mãos?", o texto começa por ser magistral no modo como manipula a arrogância do leitor para, em primeiro lugar, provocar o riso. Um riso que depressa se torna amargo: em poucos segundos, o mesmo leitor que intimamente escarneceu da intenção de quem se propunha ensinar-lhe insignificâncias é tomado pelo assombro de verificar que nunca, em toda a vida, teve as mãos verdadeiramente lavadas. O panfleto apresenta um plano de lavagem das mãos em 12 (doze) passos, incluindo manobras de esterilização com as quais o cidadão médio jamais terá sonhado. Não haja dúvidas: estamos perante um compêndio da higiene manual e digital, uma bíblia da desinfecção do carpo e metacarpo. Este detalhado e rigoroso guia não deixa nem uma falangeta por purificar. Mas - e isto é que é terrível -, ao mesmo tempo que o faz, esfrega-nos na cara a nossa imundície passada e presente.
Ao primeiro passo da boa lavagem de mãos é atribuído, misteriosamente, o número zero: "Molhe as mãos com água." Trata-se, é claro, de um momento propedêutico em relação à lavagem propriamente dita, mas não deixa de ser surpreendente que a Direcção-Geral de Saúde não lhe reconheça dignidade suficiente para lhe atribuir um número natural. O passo número um vem então a ser o seguinte: "Aplique sabão para cobrir todas as superfícies das mãos." É aqui que começa a vergonha. Quem sempre ensaboou não deixará de sentir a humilhação de nunca ter aplicado sabão. A instrução encontra na linguística um cruel elemento diferenciador do grau de asseio: quem sabe lavar-se aplica sabão; os porcos ensaboam-se. Porcos esses que, como é óbvio, olham pela primeira vez para as mãos como extremidades dotadas de uma pluralidade de superfícies.
Enxaguar as mãos é o passo oito. Secar as mãos com toalhete descartável, o passo nove. Mas o passo dez volta a revelar que o processo é complexo: "Utilize o toalhete para fechar a torneira, se esta for de comando manual." A torneira deve, por isso, continuar a correr durante todo o passo nove, provavelmente para prevenir eventuais emergências de enxaguamento, sendo fechada apenas no passo dez. O décimo primeiro passo é o mais interessante: "Agora as suas mãos estão limpas e seguras." A contemplação da limpeza e segurança das mãos constitui, portanto, um passo autónomo neste processo de lavagem manual. No fim da lavagem, falta apenas, com as mãos impecavelmente limpas (e seguras), sair da casa de banho abrindo a porta em que toda a gente mexeu. E, creio, voltar atrás para repetir o processo.


Agora que estão quase a ir de férias, relembro alguns momentos deste ano lectivo, publicando fotografias vossas que entretanto haviam ficado esquecidas.
Discurso Directo - Maratona da Leitura - 18 de Maio
12º TPG
A propósito do tema discutido no encontro, deixo sugestão para reflectir/treinar; ou, já que acharam graça ao conceito, para alargar a vossa "enciclopédia"