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29 abril 2013
Um dia em Mafra...à boleia de Saramago
Um dia ventoso, para arejar as ideias.
Deixo-vos uma breve lembrança desta jornada.
Memorial do Convento
28 abril 2013
VISITA DE ESTUDO A MAFRA- 29 de abril - 9h00
PROGRAMA
8H45 -ESCOLA - ENCONTRO
9H00 - ESCOLA - PARTIDA
MAFRA
10H00 OU 10H30
VISITA GUIADA:
- APRESENTAÇÃO GERAL DA OBRA
- VISITA AOS ESPAÇOS DO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA
12H00 (+-) - ALMOÇO
15H00 - TEATRO
Leitura encenada de MEMORIAL DO CONVENTO, de José Saramago.
"Era uma vez um Rei que fez a promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido. Era uma vez."
O título Memorial do Convento sugere memórias de um passado relacionado com a construção do convento de Mafra, com tudo o que de grandioso e de trágico representou como símbolo do país.
Fonte: Turismo de Portugal
8H45 -ESCOLA - ENCONTRO
9H00 - ESCOLA - PARTIDA
MAFRA
10H00 OU 10H30
VISITA GUIADA:
- APRESENTAÇÃO GERAL DA OBRA
- VISITA AOS ESPAÇOS DO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA
12H00 (+-) - ALMOÇO
15H00 - TEATRO
Leitura encenada de MEMORIAL DO CONVENTO, de José Saramago.

Este romance articula o plano da História (espaço físico, social e cultural) com o plano da ficção e o plano do fantástico.

A verdade histórica do reinado de D. João V (no século XVIII) - o reinado, a construção do convento de Mafra, a Inquisição e os autos-de-fé - serve de base para a narração ficcional e a reinvenção histórica
PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA
Deixo uma imagem da fabulosa Biblioteca fundada por D. João V, um monarca controverso.
Deixo uma imagem da fabulosa Biblioteca fundada por D. João V, um monarca controverso.
"Um dos mais importantes monumentos do Barroco em Portugal, o Palácio Nacional de Mafra é um símbolo do reinado absolutista de D. João V. Das suas 1200 divisões, realce para a Biblioteca, uma das mais importantes do século XVIII, com um acervo de cerca de 35 mil volumes, para o Convento, que constitui um património religioso ímpar no nosso país, para a Basílica, obra-prima da arquitectura setecentista, e para os famosos Carrilhões, conjunto único no mundo pelas suas dimensões e beleza do seu mecanismo."
Fonte: Turismo de Portugal
Correção do exercício de treino - 2012 - 2ª fase
(Para mais detalhes sobre as pontuações da prova, consultar o PORT12, no modle da escola)
A
1. ....................................................................................................................................................
15 pontos
Critérios específicos de classificação
• Aspetos de conteúdo (C)
.....................................................................................
9 pontos
Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio
específico da disciplina Pontuação
4 Indica,
adequadamente, três elementos que caracterizam Baltasar no momento em que
regressa a casa, de acordo com o primeiro período do texto.
9 pontos
3 Indica,
adequadamente, dois elementos que caracterizam Baltasar no momento em que
regressa a casa, de acordo com o primeiro período do texto.
7pontos
2 Indica, adequadamente,
um elemento que caracteriza Baltasar no momento em que
regressa a casa, de acordo com o primeiro período do texto.
5 pontos
1 Limita-se a
transcrever as expressões do primeiro período do texto que remetem para a
caracterização de Baltasar.
3pontos
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os tópicos que a seguir se enunciam, ou
outros considerados relevantes.
No momento em que regressa a casa, Baltasar vem:
– pobre («de mãos vazias» ‒ linha 1);
– mutilado, já que perdeu a mão esquerda («uma lhe ficou no campo
de batalha» – linhas 1-2);
– acompanhado de Blimunda («trouxe mulher» ‒ linha 1; «e a outra
segura a mão de Blimunda» –
linha 2).
Nota
– Não é obrigatório o recurso a citações,
ainda que estas figurem, a título ilustrativo, no cenário de resposta.
2. ....................................................................................................................................................
20 pontos
Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio
específico da disciplina Pontuação
4 Compara,
adequadamente, as reações de Marta Maria e de João Francisco à mutilação
de Baltasar, fundamentando a resposta com elementos textuais.
12pontos
3
Compara, de forma não totalmente completa, as reações de Marta
Maria e de João
Francisco à mutilação de Baltasar, fundamentando a resposta com
elementos textuais.
OU
Compara, com pequenas imprecisões, as reações de Marta Maria e de
João Francisco à
mutilação de Baltasar, fundamentando a resposta com elementos
textuais.
9
2
Compara, adequadamente, as reações de Marta Maria e de João
Francisco à mutilação
de Baltasar, sem fundamentar a resposta com elementos textuais.
OU
Compara, de forma incompleta, as reações de Marta Maria e de João
Francisco à
mutilação de Baltasar, fundamentando a resposta com elementos
textuais.
OU
Compara, com imprecisões, as reações de Marta Maria e de João
Francisco à mutilação
de Baltasar, fundamentando a resposta com elementos textuais.
6
1 Refere-se, de
forma incompleta e imprecisa, às reações à mutilação de Baltasar.
3pontos
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os tópicos que a seguir se enunciam, ou
outros considerados relevantes.
Os pais de Baltasar reagem de forma diferente à mutilação do
filho:
– Marta Maria manifesta espanto e dor, chorando e fazendo
perguntas ao filho («a dor que a mutilava
naquele braço» ‒ linhas 16-17; «as lágrimas e as perguntas, Meu
querido filho, como foi, quem te fez
isto» ‒ linhas 18-19; «soluçava de mansinho» – linha 21);
– João Francisco encara a mutilação do filho com resignação,
compreendendo a sua condição de soldado
(«mas dela não falou, apenas isto, Paciência, quem foi à guerra» ‒
linhas 30-31).
3. ....................................................................................................................................................
15 pontos
Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio
específico da disciplina Pontuação
4 Caracteriza,
adequadamente, os vários momentos da aproximação entre Marta Maria e
Blimunda.
9
3
Caracteriza, de forma não totalmente completa, os vários momentos
da aproximação
entre Marta Maria e Blimunda.
OU
Caracteriza, com pequenas imprecisões, os vários momentos da
aproximação entre
Marta Maria e Blimunda.
7
2
Caracteriza, de forma incompleta, os vários momentos da aproximação
entre Marta Maria
e Blimunda.
OU
Caracteriza, com imprecisões, os vários momentos da aproximação
entre Marta Maria e
Blimunda.
5
1 Refere-se, de
forma incompleta e imprecisa, aos vários momentos da aproximação entre
Marta Maria e Blimunda.
3
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os tópicos que a seguir se enunciam, ou
outros considerados relevantes.
A relação entre Marta Maria e Blimunda evolui ao longo do excerto:
– num primeiro momento, Marta Maria distingue o vulto de uma
mulher, o que a inquieta (linhas 16-17);
– num segundo momento, Baltasar apresenta Blimunda a Marta Maria
(linha 21);
– finalmente, Blimunda é integrada nas tarefas domésticas («daí a
pouco estavam a sogra e a nora a
tratar da ceia» ‒ linhas 32-33).
Nota
– Não é obrigatório o recurso a citações,
ainda que estas figurem, a título ilustrativo, no cenário de resposta.
4. .................................................................................................................................................... 20 pontos
Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina
Pontuação
4 Explica, adequadamente, o comentário do narrador, relacionando-o com a conversa entre
Baltasar e o pai.
12
3
Explica, de forma não totalmente completa, o comentário do narrador, relacionando-o
com a conversa entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, com pequenas imprecisões, o comentário do narrador, relacionando-o com a
conversa entre Baltasar e o pai.
9
2
Explica, adequadamente, o comentário do narrador, sem o relacionar com a conversa
entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, de forma incompleta, o comentário do narrador, relacionando-o com a conversa
entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, com imprecisões, o comentário do narrador, relacionando-o com a conversa
entre Baltasar e o pai.
6
1
Explica, de forma não totalmente completa, o comentário do narrador, sem o relacionar
com a conversa entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, com pequenas imprecisões, o comentário do narrador, sem o relacionar com a
conversa entre Baltasar e o pai.
OU
Refere-se, de forma incompleta e imprecisa, ao comentário do narrador, relacionando-o
com a conversa entre Baltasar e o pai.
3 pontos
4 Explica, adequadamente, o comentário do narrador, relacionando-o com a conversa entre
Baltasar e o pai.
12
3
Explica, de forma não totalmente completa, o comentário do narrador, relacionando-o
com a conversa entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, com pequenas imprecisões, o comentário do narrador, relacionando-o com a
conversa entre Baltasar e o pai.
9
2
Explica, adequadamente, o comentário do narrador, sem o relacionar com a conversa
entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, de forma incompleta, o comentário do narrador, relacionando-o com a conversa
entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, com imprecisões, o comentário do narrador, relacionando-o com a conversa
entre Baltasar e o pai.
6
1
Explica, de forma não totalmente completa, o comentário do narrador, sem o relacionar
com a conversa entre Baltasar e o pai.
OU
Explica, com pequenas imprecisões, o comentário do narrador, sem o relacionar com a
conversa entre Baltasar e o pai.
OU
Refere-se, de forma incompleta e imprecisa, ao comentário do narrador, relacionando-o
com a conversa entre Baltasar e o pai.
3 pontos
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
No seu comentário, o narrador critica a atitude desatenta de Baltasar, que, tendo estado em Lisboa durante
dois anos, apenas há duas semanas dera notícias, prolongando o sofrimento dos pais com o seu longo
silêncio.
Na conversa com o pai, Baltasar omite essa informação, para ele não pensar que houvera indiferença da
sua parte.
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
No seu comentário, o narrador critica a atitude desatenta de Baltasar, que, tendo estado em Lisboa durante
dois anos, apenas há duas semanas dera notícias, prolongando o sofrimento dos pais com o seu longo
silêncio.
Na conversa com o pai, Baltasar omite essa informação, para ele não pensar que houvera indiferença da
sua parte.
Imagens: Exposição sobre a Vida e a obra de José Saramago, Palácio da Ajuda
MEMORIAL - estar atento...
MEMORIAL DO CONVENTO, José Saramago
Síntese das informações trabalhadas em aula
Na ação, há diferentes linhas de ação que
se articulam:
O
rei
D.
João V
|
Abrange
todas as personagens da família real e relaciona-se com a segunda linha de
ação, uma vez que a promessa do rei é que vai possibilitar a construção do
convento. O espaço principal é a a corte e, depois, o convento, na altura da
sua inauguração, no dia do aniversário do rei.
|
Os
construtores do convento
|
Esta
é a linha da ação principal da história, a par da que respeita à construção
da passarola. Esta segunda linha de acção vai ganhando relevo e une a
primeira à terceira: se o convento é obra e promessa do rei, é ao sacrifício
dos homens que ela se deve.
Glorificam-se aqui os homens que se sacrificam, passam por dificuldades, mas
que também as vencem.
|
Baltasar
e Blimunda
|
Relata-se
uma história de amor e o modo de vida dos portugueses. Baltasar e Blimunda
são os construtores da passarola; Baltasar é também, depois, construtor do
convento, constituindo-se como exemplo
da força que faz mover Portugal – a do povo. |
Bartolomeu
Lourenço
|
Relaciona-se
com o sonho e o desejo de construir uma máquina voadora. Articula-se com a
primeira e segunda linhas de ação, porque o padre é um mediador entre a
corte (relação privilegiada com o rei) e o povo (os companheiros para a concretização do sonho - Baltasar e Blimunda). Também se enquadra na terceira linha, dado que a
construção da passarola resulta da força das vontades que Blimunda tem de
recolher para que a passarola voe.
|
A
construção da passarola é o fio condutor de toda a narrativa pois consegue-se
observar quase todos os passos, e até partilhar do entusiasmo das personagens; da
construção do convento só se sabe as fases da construção. A partir do décimo
sétimo capítulo é que se aborda mais o convento. Na realidade, é a construção
da máquina que conduz a narrativa e é ela que materializa o sonho dos seus
construtores e lhes vai permitir a fuga de um mundo dominado pela injustiça, pela
força do poder e pelo medo. Representa a liberdade versus a opressão.
As
sequências narrativas, que fazem parte da acção, podem surgir articuladas de
três maneiras diferentes:
à
Encadeamento: por exemplo, o
desenrolar da relação amorosa entre Blimunda e Baltasar, a partir do momento em
que se conhecem no auto-de-fé, onde a mãe de Blimunda é condenada, até ao
reencontro do casal no final da acção, na altura em que Baltasar está a ser
queimado na fogueira da Inquisição e Blimunda o “recolhe”.
Encaixe: por exemplo, as histórias de vida que Francisco Marques, José Pequeno, Joaquim da Rocha, Manuel Milho, João Anes, Julião Mau-tempo e Baltasar Mateus contam uns aos outros (Cap. XVIII), quando estes se encontram a trabalhar na construção do convento.
Alternância: por exemplo, a história de Manuel Milho sobre uma rainha e um ermitão (Cap. XIX) é contada por partes, à noite, dando lugar à narração de outros eventos.
ESPAÇO:
Espaço físico (espaço real, onde os
acontecimentos ocorrem, confere verosimilhança à história narrada):
Espaço geográfico – Lisboa e Mafra são os espaços fulcrais, até porque é aqui que se movimentam as personagens principais.
Dentro destes espaços, destacam-se,
nomeadamente:
Ø o
Terreiro do Paço (local que retrata a vida na corte),
Ø o
Rossio (onde se realiza, por exemplo, os autos-de-fé),
Ø S.
Sebastião da Pedreira (localidade situada nos arredores de Lisboa, onde decorre
a construção da “passarola”, na quinta do duque de Aveiro),
Ø a
“ilha da Madeira” (vale onde os trabalhadores do convento se alojam).
Faz-se
ainda referência a Évora, Montemor, Pegões, Aldegalega (locais por onde
Baltasar passa, depois da guerra, no seu percurso até chegar a Lisboa); à serra
do Barregudo, ao Monte Junto, ao Monte Achique, a Pinheiro de Loures, a Pêro
Pinheiro (onde os homens vão buscar a gigantesca pedra para o convento), a
Cheleiros, Torres Vedras, Leiria, à região do Algarve, Alentejo e
Entre-Douro-e-Minho, etc.
Espaço interior
Palácio Real (Lisboa),
Quinta do duque de Aveiro (arredores de
Lisboa),
a casa dos pais de Baltasar (Mafra) …
MAFRA e LISBOA Espaço
social
(ambiente social vivido pelas
personagens)
Ø A
vida na corte, com a apresentação do séquito real, do vestuário das
personagens, das vénias protocolares, do ritual das relações entre o rei e a
rainha e todos aqueles que frequentam o paço, sobretudo o clero (Cap. I)
Ø Diversas
procissões, nomeadamente, a de penitência pela altura da Quaresma (Cap. III), a
dos autos-de-fé (Cap. V e XXV); a do Corpo de Deus em Junho (Cap. XIII); que
atestam a influência da religião na sociedade;
Ø O
baptizado da princesa Maria Bárbara no dia da Nossa Senhora do Ó (VII)
Ø A
tourada em Lisboa, no Terreiro do Paço (IX);
Ø As
lições de música da infanta Maria Bárbara ministradas por Domenico Scarlatti
(XVI)
Ø A
epidemia de cólera e febre-amarela que dizima o povo (XV)
Ø O
cortejo nupcial que retrata os casamentos da infanta Maria Bárbara e do
príncipe D. José com o príncipe e infanta espanhóis (XXII);
Ø Sagração,
em 1730, do convento de Mafra, apesar de ainda não concluídas as obras (XXIV) …
Há locais onde se movem grandes aglomerados, que permitem evidenciar:
Ø
as disparidades sociais
Ø
a opressão e falta de condições
a que o povo estava sujeito
Ø
o gosto por “espectáculos” violentos,
partilhado por todas as classes
Pelo contrário, os ambientes
das classes privilegiadas surgem em menor número; são muitas vezes apresentados
num tom irónico como forma de criticar
aspectos políticos, económicos e religiosos de uma sociedade
Espaço psicológico - vivências íntimas,
pensamentos, sonhos, estados de espírito, memórias, reflexões… das personagens; caracterizam o ambiente a elas associado:
Ø O sonho
– a rainha sonha diversas vezes com o cunhado, D. Francisco. Ao longo do
romance, são descritos com alguma insistência os sonhos de diversas
personagens, dando conta dos seus mais íntimos desejos, ansiedades e
inquietações…
Ø A imaginação
– por exemplo, a peregrinação em busca de Baltasar, durante nove anos, Quantas vezes imaginou Blimunda que estando
sentada na praça de uma vila, a pedir esmola, um homem se aproximaria… (Cap.
XXV).
Ø A memória
– Quando Baltasar, por exemplo, relembra o momento em que perdeu a sua mão
esquerda na guerra (VIII)
Ø
A reflexão – nomeadamente, a conversa entre a infanta D.
Maria Bárbara e sua mãe durante o cortejo nupcial acerca da «preparação» para o casamento (XXII)
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