05 abril 2021

Português,12º, Poetas Contemporâneos -- «Não posso adiar o coração»

Não posso adiar o amor para outro século
[...] 
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

                           António Ramos Rosa
 

Como previsto,  vamos agora descobrir os nossos poetas. Tragam a escolha feita e, pelo menos, um poema de cada um dos autores selecionados. Cada aluno irá defender a sua escolha! 
Nota: se selecionarem um autor presente no Manual, podem escolher outros poemas desse autor (na Biblioteca, noutros manuais, on-line...). Relembremos:

PORTUGUÊS, 12º ANO – 3º PERÍODO
Programa|Domínio - EDUCAÇÃO LITERÁRIA
ponto 3. Poetas contemporâneos
Escolher, de dois autores, 4 poemas de cada.
Miguel Torga
Manual
Representações do contemporâneo.
Tradição literária. 
Figurações do poeta. 
Arte poética.

Linguagem, estilo e estrutura:
- formas poéticas e formas estróficas;
- métrica;
- recursos expressivos.
Jorge de Sena
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
Eugénio de Andrade
Manual
Alexandre O’Neill
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
António Ramos Rosa
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
Herberto Helder
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
Ruy Belo
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
Manuel Alegre
Manual
Luiza Neto Jorge
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
Vasco Graça Moura
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
Nuno Júdice
Bibliotecas ESHN e Municipal
Instituto Camões
Blogue deve-e-haver
Ana Luísa Amaral
Manual

3 comentários:

  1. Viagem

    Aparelhei o barco da ilusão
    E reforcei a fé de marinheiro.
    Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
    O mar...
    (Só nos é concedida
    Esta vida
    Que temos;
    E é nela que é preciso
    Procurar
    O velho paraíso
    Que perdemos).

    Prestes, larguei a vela
    E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
    Desmedida,
    A revolta imensidão
    Transforma dia a dia a embarcação
    Numa errante e alada sepultura...
    Mas corto as ondas sem desanimar.
    Em qualquer aventura,
    O que importa é partir, não é chegar.

    Miguel Torga

    Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=95 © Luso-Poemas

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  2. Soneto Superdesenvolvido
    É tão suave ter bons sentimentos,
    consola tanto a alma de quem os tem,
    que as boas acções são inesquecíveis momentos
    e é um prazer fazer o bem.

    Por isso, quando no Verão se chega a uma esplanada
    sabe melhor dar esmola que beber a laranjada,
    consola mais viver entre os muito pobres
    que conviver com gente a quem não falta nada.

    E ao fim de tantos anos a dar do que é seu,
    independentemente da maneira como se alcançou,
    ainda por cima se tem lugar garantido no céu,
    gozo acrescido ao muito que se gozou.

    Teria este ... se não tivesse outro sentido,
    ser natural de um país subdesenvolvido.


    Ruy Belo

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  3. Conquista
    Livre não sou, que nem a própria vida
    Mo consente.
    Mas a minha aguerrida
    Teimosia
    É quebrar dia a dia
    Um grilhão da corrente.

    Livre não sou, mas quero a liberdade.
    Trago-a dentro de mim como um destino.
    E vão lá desdizer o sonho do menino
    Que se afogou e flutua
    Entre nenúfares de serenidade
    Depois de ter a lua!

    Miguel Torga

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