Total visualizações

26 junho 2013

Todos à Feira!


Ninguém falta!

Meninos, meninas, namorados(as), pais, mães, amigos, gatos, cães, piriquitos e demais amigos do homem:

5ª feira vamos apoiar a Henriques e as colegas que escreveram o editorial - Ana Raquel e Maria - e demais alunos da escola que têm textos publicados

18 junho 2013

Prova e Critérios de Correção


Ora aqui ficam a prova e critérios de correção. Não era tão fácil como possa parecer, mas espero que tenha corrido bem.

 

 
 
 
Cada tempo tem seu tempo
 
 


 
 
Deixo também uma proposta da associação de professores de português; tem tópicos possíveis da B. 


17 junho 2013

A. Caeiro - questão B, do grupo I


Ainda sobre a prova, e para vosso descanso, relembro tópicos analisados, que poderiam ter abordado na B.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




Sintra, Convento dos Capuchos.Foto: Noémia Santos


Esta imagem é um presente para todos vós.
Espero que tenha corrido bem. Quer os que fizeram o tema A no teste de final de maio, quer os que registaram a correção de forma completa, tiraram proveito, espero. Relembro:


A.
“Procuro [ser] um animal humano que a Natureza produziu.//E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,/Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.”
Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, XLVI

Apresente uma reflexão sobre os versos de A. Caeiro acima transcritos, considerando a importância da harmonia entre o homem e a natureza.

Redija um texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a duas razões, ilustrando cada uma delas com, pelo menos, um exemplo significativo.

Teste de português, 12º A. 30.5.2013

Parabéns, também, pelo palpite para as aulas de apoio - cá está o Caeiro. 


Quanto a Ricardo Reis, creio que foi bem exploradinho e - teve graça - foi a falar dele que acabámos a última aula do apoio. Claro que não conheciam o poema, mas relembrem lá as linhas de força que demos:















Esperemos para ver! Até breve!



14 junho 2013

Agora é que é!

Toca a rever a matéria. Conceitos chave, versos essenciais...

No domingo, aqui estarei, entre as 17h00 e as 20h00 para qualquer última dúvida ou ansiedade.


À noite, não se estuda. Só:

NO DIA DO EXAME

ANTES
Dormir 7,30-8h00

Tomar pequeno-almoço capaz (que dê para aguentar 3h ...sem ser feijoada com chispe)

Chegar à escola pelo menos 15 a 20 minutos antes de poder entrar para sala, para rever onde é, ambientar, etc.

NÃO FALEM com colegas muito nervosos/ansiosos ou que estão a ler apontamentos!!!! É veneno!

Entrar na sala logo que os vigilantes deixem, para não perder tempo útil de prova


DURANTE

LER primeiro todo o teste, na diagonal, só para saber com o que contam

RELER o texto do grupo a responder

FAZER um grupo de cada vez - da primeira à última questão

NÃO SALTAR perguntas. A sequência tem uma lógica

RELER A RESPOSTA que deram, antes de passar à seguinte; está fresco e deteta-se melhor as falhas

FAZER UM BRAINSTORMING na III , com palavras/conceitos chave; EX:

Defesa da Floresta - ambiente, ecossistema, natureza, combate à desflorestação, responsabilidade social, prevenção dos fogos florestais...

Liberdade de imprensa - direito à informação, conhecimento, espírito crítico, consciência social, cidadania ativa, denúncia das injustiças e da corrupção...

Liberdade v/s segurança - videovigilância, chips, redes sociais, internet, GPS, telemóveis...sociedade vigiada, direito à privacidade...

DEFINIR UMA LÓGICA para o texto ANTES de começar a escrever:as hesitações são para a folha de rascunho!!!
REGISTAR A CONCLUSÃO 1º, na folha de rascunho, para evitar perder-se

TOLERÂNCIA ZERO - para a palha!


NOS 30 MINUTOS extra

CONCLUIR OU ACRESCENTAR ALGUMA INFORMAÇÃO

RELER RESPOSTAS

CONTAR PALAVRAS

...pouco mais

DEPOIS
Uf! Arejar, comer bem, dormir, e...pensar no de Matemática e noutros, se tiverem melhorias para fazer.


Depois de tudo feito, então e finalmente: 


13 junho 2013

Não esquecer MENSAGEM

HORIZONTE

Ó mar anterior a nós, teus medos

Tinham coral e praias e arvoredos.

Desvendadas a noite e a cerração,

As tormentas passadas e o mistério,

Abria em flor o Longe, e o Sul sidério

'Splendia sobre as naus da iniciação.


Linha severa da longínqua costa –

Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta

Em árvores onde o Longe nada tinha;

Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:

E, no desembarcar, ha aves, flores,

Onde era só, de longe a abstracta linha.


O sonho é ver as fórmas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Movimentos da esp'rança e da vontade,

Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte –

Os beijos merecidos da Verdade.



Está cá tudo o que é importante na Mensagem.



A descoberta do LONGE, o vencimento da distância,
a ultrapassagem do medo, do desconhecido, só é/foi
possível porque

O Herói (arquétipo do português)  é:
Consagrado a uma missão  
Agente de uma vontade transcendente e divina
Capaz de estar à altura, de ler os sinais e agir em conformidade:
Sente-se impelido/ é chamado
Planeia/ sonha/vence o medo 
Age: tem esperança e vontade

As figuras históricas que desfilam na Mensagem valem pelo ideal que representam: valentia, arrojo, previsão, fé, «loucura», sentido de missão…

11 junho 2013

FHL



Ficha formativa – “Felizmente Há Luar!” (P331)

1.      O excerto apresentado situa-se no 2º Ato da peça, quando a Matilde vagueia desesperadamente pelas ruas à procura de alguém que possa salvar o seu marido, falando com várias pessoas poderosas, aqui com Beresford e depois com D. Miguel Forjaz e Principal Sousa.

2.       Matilde apresenta-se uma lutadora, uma mulher apaixonada e focada apenas na liberdade do seu marido e na paz da sua vida – “Que me importa, a mim, que o rei seja tirano e o país miserável e mal governado? (…) Quero o meu homem, quero o meu homem aqui, ao meu lado! Quero acabar os meus dias em paz!”. Também se revela corajosa pois enfrenta quem for preciso para ter o seu marido de volta, inclusive fala em “tom de desafio” e com ousadia com Beresford, homem este que era um dos mais poderosos militares da altura “ (exaltada) – Porque dizem a verdade? Porque veem para além da cortina da hipocrisia com que os poderosos escondem a defesa dos seus interesses”.

3.      As didascálias, aqui e como em todos os textos dramáticos, dão a indicação das luzes e dos aspetos sonoros no palco “ (ouve-se, fora do palco, o murmúrio de vozes humanas) ” tal como dão a indicação da movimentação das personagens e o modo como estas têm de dizer as falas “ (rindo-se) ”,“ (pausa) ”. Todavia, em contraste com as didascálias comuns nos outros textos, estas funcionam ainda como um texto paralelo que “traduz” o que as personagens dizem, ou seja, está explícito nas didascálias a intenção que certa personagem teve ao proferir certas palavras “ (Com desespero e como quem pensa pela primeira vez na hipótese) ”.

3.1. Os sinos, tal como os tambores, têm aqui a dupla função de tanto abafar a voz do povo (aqui especificamente a de Matilde) como a de exaltar o espírito destes. Quando Matilde começa a ficar “exaltada”, ouvem-se os sinos, e à medida que ela começa a dizer coisas mais “perigosas” para os regentes e poderosos políticos  os sinos começam também a tocar mais alto (o ruído dos sinos aumenta de intensidade). Isto, metaforicamente, faz com que a voz de Matilde seja abafada mas faz também que ela ganhe força para falar mais alto.

4.      Para Matilde, Gomes Freire é o amado, o marido por quem ela faz tudo e com quem quer “acabar os dias em paz”, por ele até “vende a honra”, ela ama este homem para lá da razão, ele vale tudo. Já para Beresford,  Gomes Freire é apenas um homem que simplesmente por existir já está a cometer um crime, é apenas mais “um alvo a abater”, não tem qualquer relevância emocional.

5.      Existe uma forte crítica à sociedade ao longo de toda  na obra;  no caso desta passagem, existe uma crítica ao modo como o povo reage à opressão e também uma crítica aos políticos regentes. É uma crítica bipartida: critica o povo, aqui representado por Matilde, ela revela um desinteresse total na situação política e económica do país importando-se apenas com a boa saúde do seu marido (“Que me importa a mm que o rei seja tirano?”), valorizando a família ao bem-estar de toda a sociedade, não se apercebendo da grande verdade, de que se o seu país estiver bem regido não há necessidade para defender o seu marido, porque se houver justiça e liberdade nunca Gomes Freire estaria preso em primeiro lugar. 

É também uma crítica aos políticos da altura e à sua crueldade e indiferença perante os problemas do povo, Beresford aqui não tem qualquer problema em admitir que Gomes Freire vai morrer apenas por ser uma imposição política, ele não age pelo povo como faria um bom governador, ele age pelo interesse próprio e pela defesa dos bens pessoais não se importando minimamente com o bem-estar social.

Maria Pio

Este é um bom exemplo do que acontece nos exames: um excerto menos conhecido, que obriga o aluno a ler e interpretar MESMO!
Já fizemos em aula, mas toca a relembrar: 

Exame 2012



1.     Ao chegar a casa grandes eram as diferenças no filho pródigo, primeiro porque estava casado, ou melhor, junto com Blimunda de Jesus – “trouxe mulher”; também para espanto de sua mãe, Baltasar chega a casa mutilado da guerra, sem a sua mão esquerda (“uma (mão) lhe ficou no campo de batalha”). Com uma mão desfeita e outra a segurar Blimunda, Baltasar ficava sem uma para ganhar grande sustento, vindo assim também pobre (“de mãos vazias”), pobre de dinheiros mas rico de alma – “todo o homem sabe o que tem, mas não sabe o que isso vale”.



2.      Marta Maria recebe Baltasar com grande alegria mas rapidamente a visita se torna um choque, ao vislumbrar a mão agora feita em gancho de Baltasar, Marta Maria enche-se de dor (“dividida entre a dor que a mutilava naquele braço e a inquietação de outra presença”), durante um longo momento ela farta o filho com perguntas, sempre derramando lágrimas, com um grande sofrimento e uma enorme dor de ver o seu único filho mutilado (“ (Baltasar) Ouviu as lágrimas e as perguntas”)

Já João Francisco não revelou êxtase ao ver a mutilação do filho atendendo-a com ligeira indiferença e compreensão, “deu logo pela mutilação, mas dela não falou, apenas isto, Paciência, quem foi à guerra”. Para João Francisco isto seria talvez uma consequência óbvia de ir para o campo de batalha daí que não fizesse julgamentos sobre aquilo que causava tanta dor à sua mulher.



3.      Atravessando por um momento de puro choque inicial, a relação entre Marta Maria e Blimunda foi estabilizando para uma relação comum e previsível entre nora e sogra.

O choque de Marta Maria ao ver o filho pela primeira vez depois de vários anos estava focalizado em dois grandes pontos: a mutilação do filho e a de encontrar uma nora (“dividida entre a dor que a mutilava naquele braço e a inquietação de outra presença”), depois de discutir com o filho o que lhe tivera tirado o braço, Marta Maria, ainda combalida da outra notícia, recebe Blimunda. No decorrer da acção acontece aquilo que seria de esperar de duas mulheres na altura, preparam a ceia, e assim, com uma acção tão simples como esta, ligam-se de modo natural e aceitam-se mutuamente “daí a pouco estavam a sogra e a nora a tratar da ceia”.


4.      “Ai a dureza do coração dos filhos, que estão vivos e fazem dos seus silêncios morte”, com esta expressão o narrador revela a dureza presente nos corações dos filhos que estão vivos e não dão notícias aos seus pais, causando neles uma dor comparável à da morte dos seus descendentes. Lição intemporal aplicando-se de facto a Baltasar, homem este que esteve “calando quase dois anos” em Lisboa, sem dar qualquer notícia aos seus pais, apenas uma recente carta.
A mensagem é de que é necessário ter no coração uma frieza e dureza tais para estar vivo durante tanto tempo sem enviar uma única palavra aos pais, provocando com o seu silêncio uma dor abissal a seus pais.

08 junho 2013

Último esforço

Deixo os resultados dos exercícios.

Fiz algumas correções. Se não perceberem, avisem.




Fernando Pessoa ortónimo manifesta a incapacidade de atingir a plena felicidade pois este não se limita a sentir
, revelando uma extrema racionalização: "o que em mim sente ´sta pensando", o que se revele doloroso e pesado. (se não acrescentam nada, a 1ª frase não tem sentido)

Falta ligação entre os dois parágrafos, por ex: tal conflito entre «pensar» e «sentir» é evidente No poema "Ela canta, pobre ceifeira", no qual o sujeito poético mostra a oposição entre a inconsciência e a consciência, ; ao contrário da ceifeira, que sente alegria e satisfação sem saber que a sente, este o poeta não pode sentir essa alegria sem pensar nela, ambicionando ser inconsciente,  preservando a consciência de o ser: " Ter a tua alegre inconsciência,e a consciência disso!".
Como no poeta tudo é pensamento, gera-se um clima de tristeza e frustração
,  não atingindo assim a tão desejada felicidade - ........... (acrescentar exemplo retirado da última estrofe).
Carina Duarte
Jéssica Neto
Márcia Santos
12ºA
05 Junho, 2013 21:11



SARAMAGO

A relação de Blimunda e Baltasar é caracterizada ao longo da  na obra, Memorial do Convento, como uma relação livre— pois Sete-Sóis e Sete-Luas conhecem-se espontaneamente, no auto de fé e escolhem ficar um com o outro.
Baltasar e Blimunda vivem um amor puro e verdadeiro, sem regras e instintivo;,contrastando com o casal D. João V e D. Maria Ana e com o casamento da infanta Maria Bárbara, em que ambos têm (o ambos é ambíguo) exite uma relação contratual e sem amor.
 Compreensivelmente, Baltasar e Blimunda permanecem sempre unidos, mesmo quando Sete-Sóis morre e Blimunda lhe recolhe-lhe a vontade, salvando-o: “(…)Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete- Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à á terra pertencia e a Blimunda”, pois a força e a pureza do amor que nutrem é maior que todas as adversidade.

Catarina Ramos
Rita Vicente
12ºA


OS LUSÍADAS

Um leitor do séc. XXI ao contactar com Os Lusíadas apresenta duas reações distintas. Por um lado, considera esta "obra laboriosa e árdua de ler" devido à sua extensão e à linguagem que é utilizada. Camões recorre a processos linguísticos como os latinismos e as formas alotrópicas, para que a sua escrita esteja à altura dos feitos heroicos retratados. Estão também presentes diversos recursos estilísticos, destacando-se a perífrase e o hipérbato como é evidenciado na proposição , o que, por vezes, dificulta a compreensão da obra.

Por outro lado, enaltece o povo português, mostrando as glórias alcançadas no passado. Camões crítica ainda os seus contemporâneos pela "ambição", "tirania" e "cobiça". Assim, o leitor apercebe-se da intemporalidade da obra levando-o a refletir sobre o que pode mudar na sua sociedade.

Ana Marta
Laura Antunes
Mariana Antunes
12ºA
05 Junho, 2013 22:00





A obra '' Os Lusíadas'', sendo uma epopeia, tem o objetivo de enaltecer os que ''por obras valerosas se vão da lei da Morte libertando'', neste caso o povo português. Este, segundo Camões, merece ser cantado pois além de conseguir ultrapassar ''hórridos perigos'' conseguiu também ultrapassar a sua condição de '' bicho da terra tão pequeno''.
Contudo, o poeta não só enaltece o povo português como também critica nos finais de cantos, os seus contemporâneos pela corrupção, tirania e ambição desmedida, referindo também que para conseguir alcançar o estatuto de herói tem de se sair da sombra dos antepassados e aceitar este estatuto apenas quando merecido.
Com estas duas faces, uma delas menos gloriosa onde emerge as dúvidas, as criticas e o sentimento de crise, o poeta deixa uma mensagem intemporal na qual a glória do passado deverá ser encarada como um exemplo do presente para poder construir um futuro grandioso.


Henrique Pinto e Linda Ines
05 Junho, 2013 22:05



Alberto Caeiro tenta não questionar a sua existência, aceita o seu lugar no universo, integrando-se como mais um elemento na Natureza - "sou qualquer coisa de natural"- é o criador do sensacionismo, defende que a existência deve ser considerada antes do pensamento e o corpo antes do espírito. vive no presente, desprezando o passado e o futuro.
Pelo contrário, Fernando Pessoa ortónimo revive memórias da sua infância e encontra nelas, assim como no sonho, uma fuga à realidade. Procura a decifração do enigma do ser , isolando-se do mundo e realizando uma busca interior - " não sei se é sonho se realidade/ se uma mistura de sonho e vida"- na procura de saber mais sobre si. Assim, tende a afastar-se cada vez mais dos ensinamentos do seu mestre, Alberto Caeiro.


Cláudia Estêvão
Eliana Janeiro
Liliana Teles
12ºA



O fingimento poético traduz a complexidade do ser humano, já que o poeta evidencia a capacidade de se distanciar do sentimento não dando uso ao coração, mas recorrendo à imaginação. Daí que o eu poético procure racionalizar a dor, apartando-se da mentira da emoção que, tal como o comboio de corda, entretém a razão. Assim sendo, “O poeta é um fingidor” porque transfere para a poesia não as emoções vividas, mas as emoções fingidas e pensadas, transformando a escrita numa obra da razão – “Sentir? Sinta quem lê!”. O fingimento poético levado ao extremo é espelhado na heteronímia, que traduz diferentes formas de pensar o mundo.

Ana Nogueira
Maria Pio
Mariana Mendes
12º A


Memorial do Convento


Ainda que fora do tema do post, deixamos aqui o texto produzido em aula sobre a maneira como o carácter de D. João V é determinante na acção de Memorial do Convento.

"O carácter de D. João V é determinante na obra a vários níveis. Por um lado, a sua paixão pela ciência e pela tecnologia levaram a que apostasse em toda a inovação e acreditasse nela. Exemplo disso é a passarola e a maneira como protegeu o padre Bartolomeu - "Se não fosse a protecção de el-rei..." -apoiando os seus esforços.
Por outro lado, a necessidade de exuberância e megalomania do rei também são determinantes na obra: as dimensões do convento exigidas eram de tal maneira absurdas que grande parte dos artistas necessários eram estrangeiros. Além disso, a pressa de que o convento fosse construído levou à "recolha" massiva de mão-de-obra, o que também mostra a influência do seu carácter na obra."


João Desidério, João Rodrigues, Catarina Silvestre, 12ºA
06 Junho, 2013 10:42

07 junho 2013

Mais exercícios


Continuamos com a publicação de contributos que fui recebendo referente a exercícios de treino para exame.

Este chegou há muito e já fizemos em aula outros de Memorial.

Mas agora há que rever, para ficar fresco.



Exame 2010 2a. Fase




1.      Antes da apresentação de Scarlatti à máquina maravilhosa, o músico não apresentava grandes sinais de exaltação, isto é, abrigado à sombra de um plátano “Não parecia curioso do que o rodeava”, estava indiferentemente a observar as andorinhas que passavam o palácio sem demostrar nervosismo (“olhava tranquilo as janelas do palácio”). Mesmo a segundos de desvendar o grande segredo Scarlatti permanecia sereno (“Sem precipitação, tão tranquilamente como antes estivera olhando as andorinhas, (…) tirou a venda”).

2.      Padre Bartolomeu diz Scarlatti que só de olhos vendados se chega ao segredo”; ao dar esta resposta ao Padre, Scarlatti expressa que muitos dos segredos nem sempre são desvendados, nem sempre se “sai” de um segredo de olhos destapados, nem sempre se desvenda o segredo.

3.      Baltazar, trabalhador, apaixonado, inábil, vê a passarola como uma máquina voadora, um objecto físico que permite levitar, algo que apenas por ter a forma de uma ave, já seria capaz de voar (“ basta ter forma de ave para voar”). Já Scarlatti via a “ave gigantesca” de um modo diferente, aquela monstruosa máquina possuía algo de transcendente para poder voar, segredo que ele desconhecia, mas que era uma coisa mágica e sobrenatural (“o segredo do voo não é nas asas que está”).


4.      Durante a confrontação de Scarlatti relativa aos  dois casais (Baltasar e Blimunda e Vénus e Vulcano) o autor assume uma atitude de comentador, criticando a comparação clássica feita pelo músico (“óbvia comparação clássica”) - comparação esta que já seria de esperar de um membro da sociedade como Scarlatti. A comparação grosseira em nada caracterizava e até menosprezava Baltasar e Blimunda, daí o comentário do narrador: “ sabia lá ele como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas grosseiras que veste, e Baltazar não é apenas o tição negro que aparece”; o romance deste casal da obra em muito ultrapassava o romance vivido pelas duas divindades “em alguma coisa há-de um simples mortal prevalecer sobre as divindades”.

Maria

03 junho 2013

MODOS |MODALIDADE| TIPO DE FRASE| ATO ILOCUTÓRIO...

A Ainda sobre MODOS

MODO CONJUNTIVO

  • «verbos de expectativa como esperar, seleccionam o modo conjuntivo» 
  • «o conjuntivo é o modo exigido nas orações que dependem de verbos cujo sentido está ligado à ideia:
de ordem,
de proibição,
de desejo,
de vontade,
de súplica,
de condição
..... 


É o caso, por exemplo, dos verbos desejar, duvidar, implorar, negar, ordenar, pedir, proibir, querer, rogar e suplicar» 


"Não é por acaso que, quando alguém nos coloca perante a perspectiva de algo desejado, seja habitual dizermos «Esperemos…» (e não «Esperamos»), porque só o verbo no conjuntivo traduz a ideia de vontade, de desejo do emissor" 

Fátima Oliveira, no capítulo «Modalidade e modo»,
de Gramática da Língua Portuguesa (in Ciberdúvidas)



MODOS |MODALIDADE| TIPO DE FRASE| ATO ILOCUTÓRIO...
"porque isto anda tudo ligado" 

«o modo imperativo está relacionado com a modalidade deôntica» (Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 247) que está presente na frase «Você deve fazer uma ilustração sobre o tema» devido ao valor deôntico do verbo modal dever, relacionado com «obrigação e permissão» (idem, p. 245), verbo este que se constrói com outros verbos no infinitivo.

Na frase  -  «Você deve fazer uma ilustração sobre o tema»  -, é evidente a expressão de obrigação que o verbo dever transmite, transparecendo a perspetiva do enunciador sobre a obrigatoriedade do recetor em relação a determinada situação, dando a ideia de uma proposta, de um conselho ou de uma ordem.

Ora, indiretamente, está implícito o valor imperativo desse discurso.
O modo imperativo diferencia-se dos outros modos na medida em que se especializou na expressão da modalidade deôntica, relacionada com a ordem.

Para além disso, não há dúvida de que se trata de uma frase imperativa, uma vez «que expressa um ato ilocutório diretivo, ou seja, com que, através do seu enunciado, o locutor visa obter num futuro imediato a execução de uma determinada ação ou atividade por parte do ouvinte».


***
Atenta nesta dúvida
[Pergunta]

Agradecia que me esclarecessem quanto à modalidade epistémica (certeza ou possibilidade), se a há, nos seguintes enunciados:

«Ulisses era grego.»

«Ela tem 15 anos.»

«A caneta está estragada.»


RESPOSTA
As frases apresentadas incluem um elemento modalizador, o próprio modo das formas verbais que nelas ocorrem.

O valor modal dessas frases está associado ao modo indicativo («era», «tem», «está»), mediante o qual o falante exprime a sua certeza relativamente ao conteúdo da frase que produz.

Isto significa que a modalidade também se manifesta numa asserção, mesmo que não ocorra outra marca linguística a não ser o modo verbal.

Assim, no caso das asserções, o modo indicativo marca o valor modal de certeza, que é um dos valores compreendidos na modalidade epistémica (...), sendo parafraseável por «Tenho a certeza de que Ulisses era grego», etc.


"Assinale-se que o DT (Dicionário Terminológico) não inclui o termo modalidade apreciativa, nem como entrada nem como termo ocorrente em verbete. " (in Ciberdúvidas)

Em síntese:

«A modalidade deôntica diz respeito às circunstâncias externas (pessoais, regras sociais ou normas…) que permitem ou obrigam o participante a envolver-se na situação. (…)

A modalidade epistémica está relacionada com o domínio da incerteza, da probabilidade».

O verbo modal poder pode ser utilizado para expressar:
  • possibilidade (modalidade epistémica) e
  • permissão (modalidade deôntica)
  •  Convém referir, no entanto, que há frases que suscitam ambigu[ü]idade, como por exemplo: «A Sofia pode sair.»
In Ciberdúvidas


01 junho 2013

Semântica frásica - verbos modais

Para prepararmos 3ª feira, aqui fica:




[Pergunta]
O que são verbos modais?

[Resposta]
Os verbos modais fazem parte de um conjunto de formas destinadas a exprimir as atitudes do locutor em relação àquilo que diz e em relação ao interlocutor (a modalidade).

  • São verbos modais: dever, poder, ter de.
  • Outras formas de exprimir a modalidade:


advérbios de frase: provavelmente, possivelmente, necessariamente…

verbos: saber, crer, precisar de…

adjetivos: possível, provável, capaz…


Exemplos:

a) «Eu posso tomar conta do bebé.» – Modalidade em que se exprime possibilidade/capacidade.

b) «O João tem de/deve fazer as análises.» – Modalidade deôntica, em que se pressupõe a existência de circunstâncias externas ou regras sociais que obrigam alguém a envolver-se numa situação: obrigação/imposição ou proibição/permissão (ter de; ser obrigatório...; dever...; poder...)

c) «Podes sair.» – Modalidade deôntica.

d) «O Rui já deve ter chegado a casa.» – Modalidade epistémica, em que o locutor exprime incerteza ou probabilidade dado que o conhecimento que detém sobre a situação é insuficiente.


Fonte: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa