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27 março 2010

Livro "Memórias de Branca Dias"



 "Memórias de Branca Dias" foi escrito por Miguel Real, pseudónimo de Luís Martins,  professor de filosofia e especialista em Cultura Portuguesa.

- O livro é um romance que é constituído por vários relatos da vida de Branca Dias.

- Os relatos descritos, devido à falta de informação deixada por Branca Dias, foram imaginados pelo autor, como aparece no início de cada capítulo "como o autor imaginou".

- Branca Dias nasceu a 1515 em Viana da Foz, no Minho, onde passou a sua infância.

- Branca Dias era judia e no século XVI - como devem saber - os judeus eram procurados pelo Santo Ofício e posteriormente presos e por vezes eram sujeitos aos autos-de-fé.

- Branca Dias foi considerada a primeira portuguesa a praticar "esnoga" (culto, na "sinagogoga") e é das primeiras "senhoras do engenho".

- Branca Dias casa-se muito cedo com Diogo Fernandes, com quem inicialmente teve sete filhos.

- Embarca para o Brasil com os sete filhos para ir viver com o marido, que entretanto tinha se deslocado para lá para trabalhar no engenho de açucar, e para fugir ao Santo Ofício, porque no Brasil não existia.

- No Brasil viveu em Camaragibe e Olinda onde teve mais 4 filhos.

- Depois de seu marido morrer Branca Dias assume a profissão do marido.

- Algum tempo depois morre-lhe o pai na prisão, ao ir com sua irmã e sua mãe ver o pai morto na prisão, a mãe e a irmã revoltam-se contra Branca Dias por não se ter emocionado ao ver o pai.

- Mais tarde a sua mãe e irmã denunciam-na ao Santo Ofício e Branca Dias é presa.

- Para descobrir o que se passou a seguir convido-vos a ler o livro.


O que mais sensibilizou foi a vontade viver, a força de vontade, a capacidade de ultrapassar os obstáculos da vida e seguir em frente que Branca Dias tinha. Há um relato no livro intitulado por "Quase" que descreve o que Branca Dias sentiu, é uma passagem que espero que vocês tenham a oportunidade de ler.


David

17 março 2010

Ainda o Quinto Império





In: cordabamba-guida.blogspot.com

O Quinto Império

Triste de quem vive em casa,


Contente com o seu lar,

Sem que um sonho, no erguer da asa,

Faça até mais rubra a brasa

Da lareira a abandonar!



Triste de quem é feliz!

Vive porque a vida dura.

Nada na alma lhe diz

Mais que a lição de raiz

Ter por vida a sepultura.



Eras sobre eras se somem

No tempo que em eras vem.

Ser descontente é ser homem.

Que as forças cegas se domem

Pela visão que a alma tem!
(...)
Fernando Pessoa , Mensagem



Como não houve tempo em aula, deixo os principais pares antitéticos, os contrastes mais relevantes presentes no poema.


Alerto sobretudo os que têm tendência a afastar-se do texto para que se concentrem no que lá está escrito. Assim:


triste/contente
triste/feliz
contente/descontente
casa/asa
lar/sonho
raiz/asa
vida/sepultura
forças cegas/visão


casa, lar, lareira são signos equivalentes e simbolizam - estabilidade, segurança, conforto, aconchego, os quais têm em muitos poemas conotações positivas.

Mas aqui - como em muitos outros textos - são sinónimos de conformismo, resignação, escassez de horizontes, ausência de sonho, falta de audácia.

A raiz equivale a origem, apego ao lugar, máxima segurança, máxima imobilidade. Opõe-se a asa, voo, viagem ( traduzida pelo verbo "abandonar").

O resto, creio que já foi suficientemente explorado.


Ver no moodle, ppt dos colegas do ano passado sobre "Quinto Império" e "Infante".


Atenção - têm o material sobre Felizmente no post anterior e no moodle!